Natália Correia, a maior poetiza portuguesa do século XX, na opinião abalizada de Sousa de Oliveira (o fundador da arqueologia científica nos Açores) teve um contacto muito intenso e íntimo com o movimento independentista açoriano que surgiu depois da descolonização portuguesa. Face ao espectro político existente, ela dizia alto e bom som (nunca falou doutra maneira) que os independentistas faziam a diferença.
As coisas evoluíram como se sabe, o peso de Mota Amaral arrasou as restantes forças e tudo se diluiu nesta autonomia em permanente crise de crescimento e consolidação com contradições insanáveis que levam os autonomistas a querer avançar por necessidade e os centralistas a fazê-la recuar por interesses inconfessáveis.
A nossa representação parlamentar na Horta ou em Lisboa não é por isso indiferente, visto que temos de ter em conta o que os Açores precisam e não o que os outros querem. Qualquer deputado que não tenha consciência de que só podemos viver bem nestas ilhas com muita luta e com muito esforço não merece ter os nossos votos. Não se vota por amizade nem por interesse pessoal. Deve votar-se por convicção. Convicção é uma espécie de crença. Acredita-se que fulano é bom para conduzir o barco ou não é. Se é, deve votar-se nele mesmo que se não goste da sua maneira de vestir ou do tom de voz. Ninguém procura um médico por ser simpático ou bem cheiroso. Procura-se aquele que dê a cura porque o sabe fazer.
Hoje já ninguém sabe qual é o partido dos ricos e o dos pobres porque não há pobres nas direcções de nenhum deles. Os ricos encostam-se sempre aos que mandam e aos que podem. Os pobres ou têm inteligência para escolher entre eles o que melhor lhes serve ou serão pobres toda a vida. E para se deixar de ser pobre não basta ter uma casa e um subsídio. Há que ter instrução e estudo pois essa é a única riqueza que os impostos não podem tirar a um ser humano. Parece que os chineses é que dizem: não dês o peixe, ensina a pescar. Nem mais.
Carlos Melo Bento
As coisas evoluíram como se sabe, o peso de Mota Amaral arrasou as restantes forças e tudo se diluiu nesta autonomia em permanente crise de crescimento e consolidação com contradições insanáveis que levam os autonomistas a querer avançar por necessidade e os centralistas a fazê-la recuar por interesses inconfessáveis.
A nossa representação parlamentar na Horta ou em Lisboa não é por isso indiferente, visto que temos de ter em conta o que os Açores precisam e não o que os outros querem. Qualquer deputado que não tenha consciência de que só podemos viver bem nestas ilhas com muita luta e com muito esforço não merece ter os nossos votos. Não se vota por amizade nem por interesse pessoal. Deve votar-se por convicção. Convicção é uma espécie de crença. Acredita-se que fulano é bom para conduzir o barco ou não é. Se é, deve votar-se nele mesmo que se não goste da sua maneira de vestir ou do tom de voz. Ninguém procura um médico por ser simpático ou bem cheiroso. Procura-se aquele que dê a cura porque o sabe fazer.
Hoje já ninguém sabe qual é o partido dos ricos e o dos pobres porque não há pobres nas direcções de nenhum deles. Os ricos encostam-se sempre aos que mandam e aos que podem. Os pobres ou têm inteligência para escolher entre eles o que melhor lhes serve ou serão pobres toda a vida. E para se deixar de ser pobre não basta ter uma casa e um subsídio. Há que ter instrução e estudo pois essa é a única riqueza que os impostos não podem tirar a um ser humano. Parece que os chineses é que dizem: não dês o peixe, ensina a pescar. Nem mais.
Carlos Melo Bento
1 de Outubro de 2008
Sem comentários:
Enviar um comentário