O Presidente vai vetar de novo o Estatuto, caso a Assembleia não aceda aos reparos quanto aos seus poderes. Não farei discussão jurídica desta questão por enfadonha. Ninguém perceberia nada e, quando se trata de direito político, que é outro nome para o direito constitucional, o jurídico tem muito pouco lugar e o político muito, e só vale a pena tratar dos jurídicos quando todos estão de boa fé. Mas a discussão pública deste caso, mostra que Cavaco Silva teve duas intervenções estranhas, na Televisão em que pregou um susto ao Povo (que olhou para o lado a disfarçar o sorriso malino), e outra, dando uma entrevista ao Público que nem é o jornal mais lido nem é imparcial politicamente. Estranho, realmente. Que argumentos? Que diminui os poderes do Presidente que tem de ouvir as instituições autonómicas antes de dar cabo delas. Ora, não está dito em parte nenhuma que o seu parecer seja vinculativo, pois o presidente é obrigado a ouvir argumentos mas não é obrigado a segui-los. Se ouvir uma pessoa antes de a condenar é diminuir poderes ao juiz, eu vou ali e já volto que está muito calor. Nem chega a ser argumento. Cheira a desprezo. Ouvir os fedelhos? Era o que mais faltava! Salazar fez isso com os africanos, mas agora regem a democracia e o Povo é quem mais ordena?!? Outro argumento que não colhe é o de ter de ouvir uma pessoa mais duma vez, por ele ser conselheiro de estado, chefe de governo e líder partidário. Hoje são a mesma pessoa, amanhã podem não ser, digo eu. E sendo o mesmo, no aperto de mão final, dirá: - Como compreende não o ouço nas outras qualidades porque já sei o que vai dizer. Resposta: -Claro senhor presidente, seria uma chumbada!
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