Pode ter dado vontade de rir a história dos polícias roubados à porta da esquadra de onde o larápio lhes levou a viatura de serviço. Mas, infelizmente, o caso não é para rir. Quando os gatunos não respeitam os tribunais que assaltam, os escritórios dos advogados que são obrigados a defendê-los e que, agora, nem os próprios agentes armados da autoridade, podemos dizer que a questão da segurança bateu no fundo e é urgente que alguém tome uma atitude sensata de acabar com isto. O velho ditado de esquerda de que toda a propriedade é um roubo levou a que o crime contra o património perdesse importância, sendo tratado por vezes como bagatela penal. Disto resultaram leis permissivas na investigação e punição criminais que amarram os tribunais a decisões que, pelos vistos, não produzem os efeitos das penas que era suposto produzir: o medo da reincidência, o respeito pela autoridade e os seus agentes. Em consequência, os meliantes gozam com eles; permitem-se rir dos agentes quando, com uma noite perdida para os apanhar, são obrigados a esperar horas pela sua própria inquirição, nos seus dias de folga!, e assistem à libertação do escroque com ou sem apresentações periódicas, e que passam por eles literalmente no gozo. Se não houvesse meios de acabar com isto, paciência. Mas há. Já não era tempo de curar os complexos de esquerda e corrigir as patetices legais a que conduziram? É que já vão aparecendo mortos jovens marginais que escapam às malhas desta lei mas não à fúria popular.
Carlos Melo Bento
2008-04-15
Carlos Melo Bento
2008-04-15
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