Conferência proferida por Carlos Melo Bento, no Centro Cultural de Santa Cruz, da ilha Graciosa, em Agosto de 2004, integrada no 5º Encontro dos Genealogistas dos Açores
Fenais da Vera Cruz, Fenais da Maia, Fenais de Cima, Fenais da Chada, eis os vários nomes que se podem ler nos registos paroquiais da freguesia dos Santos Reis Magos nos anos setecentos do segundo milénio da nossa era. Afinal, hoje conhecidos oficialmente por freguesia dos Fenais da Ajuda. Situada na costa norte da Ilha de S.Miguel, entre a cidade da Ribeira Grande e a Vila do Nordeste, mais precisamente entre as Lombas da Maia e de S.Pedro, encostada a nascente à Achadinha, freguesia de Nossa Senhora do Rosário e a poente à Maia, freguesia do Espírito Santo. Parece difícil mas não é.
Então porquê Fenais da Ajuda? Bom, porque para simplificar as coisas, foi ali mandada construir uma ermida de invocação de Nossa Senhora da Ajuda, em cujo lugar se ergueu depois um convento de franciscanos com a mesma invocação. Quer dizer que os religiosos de S.Francisco construiram, ao lado daquela ermida, uma igreja de Nossa Senhora da Ajuda[1]. Frei Agostinho de Monte Alverne[2] escreveu nos princípios do século XVII: -”A freguesia dos Fenais que é dos Reis Magos, tem vigário cura e tesoureiro, com 204 fogos, e 753 pessoas, com uma ermida de Nossa Senhora da Ajuda, em que está fundado um convento”. Este convento foi criado a pedido do mercador Lázaro Roiz Estrela e de sua mulher Maria Francisca, da então vila da Ribeira Grande e foi aprovado em capítulo provincial de Angra em 1681, ano em que foi colocada a primeira pedra; três lustros depois, foi feito guardiania e dois anos passados com missas cantadas, foi benzida a Igreja para onde transitou da ermida a imagem da Senhora, depois de exposta na paroquial, sempre solenemente transportada por quatro sacerdotes em andor bem ataviado que prepararam as freiras da Ribeira Grande onde o padroeiro tinha filhas. Teve o convento de início um custódio e dois companheiros, sendo um pregador e o outro corista. Também no princípio foi aceite para recoletos, e por justas razões se deu aos observantes.
O incontornável Frutuoso[3] explica que esse lugar dos Fenais se chama assim, porque em baixo, havia muitos fenos mesmo no século dezasseis. Hoje não sei, porque ainda não fui lá ver como o fez o sábio cronista na sua épica História dos Açores que jesuiticamente chamou de Saudades da Terra em oposição àquelas Saudades do Céu que agora escreve no outro mundo pois, a avaliar pelas primeiras, nada escreveu que não tenha observado pessoalmente...
Diz o doutor de Salamanca: ”Da parte do Oriente, está um guindaste do Capitão, pegado com a mesma ribeira (da Salga), e logo uma ponta muito grande que entra pelo mar, direito ao norte, quantidade de seis moios de terra, chamada ponta dos Fenais da Maia por diferença doutros Fenais da cidade”. E mais adiante,” da qual (Ribeira Funda) até à Ribeira da Salga...se estende a freguesia dos Fenais da Maia”.
Ainda de interesse para localizar geograficamente as pessoas de que vou falar, necessário é dizer-vos com o Padre Gaspar que o Capitão Rui Gonçalves da Câmara, filho segundo do Zarco, descobridor da Madeira, que governou S.Miguel de 1474 a 1497, era homem bem apessoado, grande e grosso, discreto e solicito em fazer cultivar e povoar a terra, visitando-a pessoalmente muitas vezes ( ele tinha o seu assento principal em Vila Franca do Campo, por ser então a única vila na Ilha), ia só, a cavalo, vestido com uma peliça de martas e uma touca na cabeça, como naquele tempo se costumava, e com um cão grande detrás de si, chamado Temido, sem trazer outros pagens consigo, dando ordem à sua gente que roçavam as (suas) terras...(designadamente a d)a Criação chamada assim porque criava nela seu gado perto dos Fenais da Chada, onde ele morava algum tempo, com sua mulher (D.Maria de Bettencourt ) e família.
Eis onde vai desenrolar-se parte da nossa história.
A outra passar-se-á na Ilha do Pico onde iremos depois. E tudo isto situado entre dois anos, no meio dos quais vou balizar este trabalho. Ou seja, 1763, data do nascimento do primeiro filho do picoense Francisco José, em S. Miguel, e 1789, ano em que casa a filha daquele, de que descendo.
Vejamos agora os personagens, por certo filhos ou netos dos revoltosos de 1695 que em tumulto baixaram à Ribeira Grande pela carestia de trigo que se deixava criminosamente exportar e que foram bastante castigados por D.José da Câmara, capitão e governador de S.Miguel, com ajuda de tropa que de fora mandou vir[4].
A família de meu avô materno, Carlos Augusto da Silva, a quem devo o meu primeiro nome, era do Nordeste; filho de Bonifácio José da Silva e neto de Francisco da Silva e de Rosa Jacinta, sendo que esta era filha de José da Silva e de Anna Maria. Nas genealogias ainda infelizmente inéditas de Carlos Machado que deu o nome ao Museu de Ponta Delgada, abaixo do nome daquela minha avó, lê-se, “do Pico”. Bom, não é verdade mas é uma pista. Vistos os documentos competentes, quem é do Pico é seu pai, Francisco José. Na verdade, ela nasceu “em os trinta dias do mês de Setembro de mil setecentos e sessenta e sete” e foi batizada em 5 de Outubro do mesmo ano, altura em que nasce o futuro rei D.João VI, governava os Açores D.Antão de Almada, o seu primeiro Governador Geral para aqui nomeado pelo despótico e iluminado Marquês de Pombal que para o efeito afastou os capitães dos donatários.
Voltemos à avó Anna Maria, que como Anna apenas foi batizada na paroquial igreja dos Santos Reis Magos do Lugar dos Fenais da Vera Cruz, pelo vice cura António Gonçalves, apadrinhada pelo Capitão Manuel Pacheco de Aragão, da Ribeira Grande e que, farto de ir aos Fenais apadrinhar os filhos do Francisco José, se deu ao trabalho de passar procuração ao Alferes Matheus de Medeiros. Madrinha foi Maria Josefa Pacheco filha famílias de Domingos Pacheco e de Rosa Cabeseiras, esta já falecida.
Neste termo começa uma das duplicidades que os reverendos criaram à volta do lugar do nascimento desse meu avô picaroto. Freguesia de Nossa Senhora do Rosário ou freguesia de Nossa Senhora da Ajuda. Enquanto procuramos a localização desta freguesia, vejamos nos outros termos que se referem ao dito Francisco José, o que dele se diz quanto ao lugar da sua origem. Ora, o primeiro documento que encontrei nas apertadas horas que o Arquivo Distrital de Ponta Delgada em S.Miguel nos disponibiliza, de Verão, diz respeito ao batizado do irmão mais velho daquela minha avó, de nome Manuel. Nele se reza que seu pai é filho familias de Francisco Cardoso Serpa e de Antónia Maria, naturais da paroquial de Nossa Senhora do Rosário da ilha do “Pyco”. Ali se revela que o neófito nasceu em 4 de Maio de 1763 e foi batizado a 11. Apesar do padrinho ter sido o licenciado Marco ou Mano ou Manuel Pacheco de Aragam, homem sui juris, a verdade é que o Manoel nasceu antes do casamento de seus pais ocorrido apenas em Agosto desse mesmo ano, facto que deve ter tido impacto escandaloso na vida local, já que os seus futuros cunhados eram nem mais nem menos de que João de Melo Afonso e sua mulher Donna Marianna Josefa, irmã da mãe do batizando, pois ambas eram filhas de Joam de Oliveira e de Maria Carreira, autores dum testamento de mão comum revelado pelo menos no óbito do último em 1780.[5]
Ora, no termo casamental, o reverendo cura dos Fenais, Manuel de Medeiros Araújo, escreve que o picoense fora batizado na paroquial de Nossa Senhora da Ajuda da “ylha do Pyico”. Adivinhem quem apadrinhou o casório?! Nem mais nem menos que o conhecido Manuel Pacheco de Aragam que assina e Domingos Pacheco que o faz de cruz.
Dois anos depois, o casal (já casado!) tinha uma segunda filha denominada Flora e então o cura Manuel Cabral Estrella, no final do termo de batismo, corrige o lapso inicial esclarecendo que Francisco José “he natural da ilha do Pico, freguesia de Nossa Senhora da Ajuda”. Padrinho: Manoel Pacheco da Câmara Aragam, natural da Villa da Ribeira Grande.
O mesmo cura em 1766, aquando do batizado de outra filha do casal, a Josefa, dá-o como natural da dita freguesia de Nossa Senhora da Ajuda do Pico, sendo outra vez padrinho o Manuel Pacheco da Câmara dos Fenais, e a tia materna do neófito Donna Josefa Marianna mulher de João de Mello Afonso[6].
Em 1770, o Padre Vigário dos Fenais, José Alves Canejo, batiza outro filho do casal, José, e aqui Francisco José é dado como natural da freguesia de Nossa Senhora do Rosário da ilha do Pico. Padrinho José Pacheco estudante desta freguesia...
Três anos mais tarde, em 1773, outro filho, António desta feita, e, voltando a barca à cabaça, o cura dos Fenais, José Inácio da Silva, escreve na sua linda letra que Francisco José nasce na Prayinha, freguesia de Nossa Senhora do Rosário da ylha do Pyco. Padrinho: o vice vigário de Vera Cruz, João Bento Pacheco de Arruda.
Já vamos ao Pico. Entretanto, vejamos que terra é essa dos Fenais da Vera Cruz, freguesia dos Santos Reis Magos, da ilha de S.Miguel, onde se radicou e proliferou Francisco José.
Temos uma freguesia rural que foi coberta de cinzeiro e pedra pomes no século XVI mas que por mercê das habilidades dum Manuel Vieira conseguiu com água limpar as terras de cultivo e recuperar a sua produtividade, restituindo-lhe a riqueza antiga.
Nesta freguesia e num período de tempo de cerca de vinte anos, registei a presença em actos religiosos, de nove curas e dois vice curas, tendo em conta as ermidas sufragâneas. Encontro três vigários e dois vice vigários. Padres registo nove, incluindo um padre pregador, de sua graça, frei José de S.Luís que, se li bem, era o Comepotio dos Terceiros do referido convento dos Fenais. Um deles é tesoureiro da paróquia, outro natural da Ribeira Grande, contando com o padre Pedro Moniz que veio de Ponta Garça apadrinhar alguém e o padre José de Melo que do Porto Formoso saiu dos seus cuidados como procurador da noviça Jacinta Rosa do Prado das freiras de Vila Franca para fazer o mesmo. Além destes, surge ainda um Beneficiado que actua com licentia paroqui, de sua graça, José de Andrade Botelho.
Isto, para além doutro, também ainda com licentia paroqui e outro clerigus in minoribus. Devia talvez ter investigado estes latinórios, mas atendendo ao adiantado da hora em que fiz estas investigações, remeto para uma próxima ocasião se a paciência de vossas excelências não ficar de todo esgotada com esta prelecção.
Este estado eclesiástico tinha como cúpula o excelentíssimo e reverendíssimo bispo de Angra, o senhor D.António Caetano da Rocha diversas vezes referido a deferir petições mais ou menos extravagantes, acolitado pelo não menos reverendo ouvidor licenciado João Inácio de Sousa.
Não é dificil imaginar e acrescentar a este poderoso corpo social, os anónimos outros frades do convento e auxiliares de limpeza, que ao tempo se chamavam fâmulos e fâmulas dos quais, na freguesia, identificaremos uma daqui a pouco.
Ao lado do poder espiritual, marcha o poder militar,com os seus nove capitães, nove alferes e até o sargento maior da Ribeira Grande que se dignou subir a encosta e calcorrear os 15 ou 20 quilómetros que o separavam da Vera Cruz e ali ilustrar com a sua presença e a do seu séquito um acto religioso de registo e, enquanto imaginamos o barulho das ferraduras dos cavalos tilintar pelas calçadas e os guarda pós das senhoras que salvaguardavam da sujeira dos caminhos os vestidos e as joias trazidos da vila para impressionar os orgulhosos milicianos e as donas suas mulheres e filhas, vejamos quantas destas localizei na apressada busca. Fora as que me escaparam, contei nada mais nada menos que quarenta e seis senhoras donnas, seis anas, duas antónias, uma antonina, uma catarina e outra clara, uma felícia outra feliciana, duas franciscas, uma guiomar outra inácia, um par de isabeis e de joanas, um trio de josefas, uma luzia, onze marias uma mariana, seis rosas e quatro teresas.
Ao lado do clero e desta nobreza rural, e digo nobreza, porque segundo as Ordenações (I,67) a eleição dos capitâes tinha de ser feita nas pessoas de “melhor Nobreza, probidade, e desinteresse”, erguia-se o poder político com o senhor alcaide, Francisco da Costa, alevantando a vara do mando não sobre aqueles mas sobre os restantes vassalos de el rei D.José, o primeiro.
Vestia esta gente, ao menos os que não tinham dinheiro ou pachorra para se deslocarem a provas, fora do lugar, o alfaiate José de Medeiros, fazedor de fatos de ver a Deus e de outras roupagens menos circunstanciais.
António de Medeiros, barbeiro, ou na sua tenda ou em casa do freguês, atendia grados e miúdos de tesoura, navalha e pincel em punho, pondo um pingo de civilização na comunidade civil e talvez rapando a coroa dos frades e religiosos que povoavam os Reis Magos.
Carpinteiro tinham o Manuel Garcia que não dava para as encomendas.
Não faltava também um pedreiro António Ferreira, um pescador Francisco Rebelo e nada menos que dois sapateiros, o Manuel de Paiva e o Manuel de Sousa, o que faz supor que havia muito pouca gente de pé descalço.
E quando adoeciam ou os chás e as tizanas se manifestavam impotentes, lá tinham que bater à porta do licenciado Bartolomeu de Araújo, que mais ou menos sem anestesia, lá ia sangrando uns e cortando outros, ao sabor das regras hipocratianas aprendidas, ao que suponho, na Coimbra do Mondego.
Lá encontramos uma escrava que servia o capitão Tavares da Câmara e paria umas crias de pai não sabido que a Santa Madre Igreja oleava e aguava retirando-os da condenação eterna mas não da servidão neste mundo pois nem a lei do Marquês extinguindo a escravatura entrou em vigor senão no tempo do senhor Dom Pedro quarto, cinquenta anos depois[7].
Estudantes havia quatro, não sei se tinham aulas no convento ou se estariam de férias e neste capítulo só o professor Teixeira Dias vos poderá esclarecer, e por isso para ele e com a devida vénia vos remeto.
Existem também três mestres nos Fenais mas para além dos seus nomes, ficamos sem saber de que é que eles eram mestres. Aí vão as suas graças com a esperança de que não fossem mestres em todas as artes: Bartolameu Rodrigues Vieira, José de Senra Carreiro e Manuel Joaquim de Sousa.
Por incrível que pareça, os Fenais da Vera Cruz dos Santos Reis Magos, possuíam nove licenciados, sendo um, o dito cirurgião, outro o cogitor da igreja que, com tanta gente tinha que ter alguém que pensasse por ela, e outro, pelo menos durante algum tempo, sui juris. O que estes faziam por lá, para além de assinarem termos de batizado ou casamento, é mais um daqueles enigmas com que, pelo menos por enquanto, teremos de viver.
A vida nesse tempo, do ponto de vista sexual, não era pacata pois encontro nada mais nada menos que vinte e sete expostos, filhos de pais não sabidos e deixados às portas deste ou daquela, não só na sede da freguesia mas na Criação (quatro), no Outeiro (dois) e em S.Pedro (sete), por vezes à porta da mesma pessoa, ignorando eu o significado da escolha dos destinatários de tão vital encomenda. Mas não acaba aqui a pouca vergonha, pois localizámos quinze bébés de que só se sabe o nome da mãe. E, mesmo neste caso, com escândalos de fazer corar o mais empedernido trabalhador das docas.
Veja-se, por exemplo, a figura feita por José Leite que no dia em que sua legítima consorte, Quitéria Francisca, quis batizar o filho José, entrou desbragado no templo do Senhor proclamando que o filho não era seu: “ José Leite marido da dita o não reconhecer por seu filho e protestar perante o Reverendo Vigário e de algumas testemunhas qual por tal o não conhecia e por isso lhe requeria que por tal o não lansasse neste termo “. Apesar deste reclame marital, foram padrinhos o importante alferes Mateus de Medeiros e Faria que foi casado com Donna Theresa de Bittancourt, pais do reverendo padre tesoureiro Manuel José Medeiros de Bittancourt e Faria e sei lá de quem mais e o reverendo Vigário Manuel Pacheco de Resendes, pessoas da alta e que pelos vistos acreditaram mais na mãe do que no pai, a não ser que soubessesm mais do que nós sobre o assunto. Passou-se este drama precisamente no tempo em que o meu antepassado Francisco José se perdeu de amores pela Antónia Maria, cunhada do filho do capitão Melo Afonso, amores esses que frutificaram em Maio enquanto a dita Quitéria frutificou em Fevereiro. Enfim, maus exemplos.
De resto, sem se saber quem foi o pai, deram à luz uma viúva,uma orfã sui juris, uma filha familias, uma nordestense, a conhecida escrava do capitão, e, pasme-se, a própria D.Rosa dos Santos.
Chegou o momento de vos dizer o que é isto de filho familias e de sui juris, o dito latinório a que renunciei mas que aqui, por se tratar de conceitos jurídicos mal ficaria se olhasse de lado tais palavrões. Vêm do direito romano, constam das Ordenações e vieram até os nossos dias embora com algumas differenças de pormenor. Filho familias é no fundo o menor que vive sob o pátrio poder e muito pouco pode fazer sem autorização dos pais. Nesse tempo atingia-se a maioridade aos vinte e cinco anos. Sui juris é o maior ou emancipado que vive sobre si, sem depender de ninguém para praticar os actos que produzem efeito no mundo do direito, como contratos, casamentos etc. Hoje diríamos: solteiro, maior.
Posto isto, continuemos a radiografar os Fenais setecentistas. Ainda houve, no período que serve de baliza a este trabalho, um filho natural que José Moniz Ferreira teve de Anna Medeiros, sem serem casados nem se ver que tivessem tenções de o ser, já que a dita Anna era já filha de mãe solteira e, pelos vistos, a tradição era muito forte naquela família.
Não deixou também de causar escândalo o nascimento de Maria que foi batizada antes de seus pais se casarem, pois, diz o assento, antes de recebidos mas depois de apregoados...
Tinha esta freguesia um escrivão, de seu nome Manuel João de Medeiros mas, pelos vistos, usava pouco do seu ofício pois não me consta que tenha deixado para a posteridade um relato mais minuncioso destes casos passionais que viriam demonstrar se tal ainda fosse necessário, que o mundo pouco mudou desde que é mundo.
Sem serem micaelenses, havia pelo menos mais duas pessoas além de Francisco José: a saber, Lourenço Borgeas e Maria Batista, ambos marienses, sendo esta última de Sto. Espírito.
Para deixar aqui uma porta aberta à especulação, dir-vos-ei que nestes Fenais da Maia, sem qualquer ligação aparente com o Francisco José Cardoso Serpa, existem dois personagens, pai e filho, do mesmo nome: Franciscos Moniz de Serpa. Digo especulação porque a Prainha do Norte no Pico tem hoje e de longa data, mais Serpas que as mães e que se saiba Frutuoso, em S.Miguel, só refere um, Diogo Afonso de Serpa, que casou com uma bisneta de João d’Albernaz que veio do Faial no século XVI ou antes, mas já viúvo. Esse casamento ocorreu nos Fenais...
Finalmente, queria falar-vos duma figura que assina todos os termos de batizado e casamento, ao menos a partir de certa altura. Trata-se do tesoureiro leigo da igreja, o senhor Carolos de Sousa Froes, casado e cheio de filhos que vão sendo batizados à medida que sua excelsa consorte os vai pondo neste mundo. Mas tenho cá para mim que tanta assiduidade litúrgico assinante se ficou a dever mais às funções que desempenhava do que a qualquer outra razão teológica, pois ainda é tradição pagar-se ao acólito, alguma coisinha com direito ou não a estridente repique. E nesta vida, vem de longe o ditado de que, quem parte e reparte e não fica com a melhor parte...
Temos, portanto, desenhados os Fenais. Vejamos agora o Pico e mais particularmente a freguesia de Nossa Senhora da Ajuda ou da Prainha, usando a mesma baliza temporal. E aqui as coisas complicam-se. Nossas Senhoras do Rosário no Pico parece que só existem em S.João e Criação Velha e, ainda assim naquela, só de nome.
Regressando ao outra vez incontornável Frutuoso, vejamos o que ele nos diz deste lugar da Prainha de Nossa Senhora da Ajuda, pois, como veremos, deve ter sido ali que Francisco José mergulhou nas águas batismais: “...uma praia a que chamam Ribeirinha, de calhau não muito grosso, onde vara um batel, que há naquela freguesia da Ribeirinha ou Prainha em uma grande enseada defronte da qual, menos dum tiro de besta dentro no mar está um ilhéu pequeno, ao qual com bom tempo vão muitos homens a nado e em batéis a folgar e tomar muita soma de caranguejos. A igreja do lugar desta freguesia da Prainha ou Ribeirinha é de advocação de Nossa Senhora da Ajuda; há nela 110 fogos e almas de confissão 465, das quais são de comunhão 314”.
O mais famoso florentino, Frei Diogo das Chagas, no seu seiscentista e preciosíssimo Espelho Cristalino em Jardim de Várias Flores[8], refere: “A freguesia da Prainha: Nossa Senhora da Ajuda tem o padre vigário Estevão da Costa e o cura extravagante o padre Pedro Gomez”.
A igreja actual é reconstrução do século XVIII (1787) e esta freguesia hoje tem três ermidas: Nossa Senhora da Piedade, S.Pedro, Nossa Senhora das Dores. Diz ainda o autor do Diccionário Corográfico dos Açores[9] que fazem parte desta freguesia os lugares da Prainha do Galeão (o que me parece lapso) e Prainha do Norte. Já a Corografia Açorica do século XIX[10] diz que é “ paróquia de invocação da Senhora dos Remédios com vigário, cura e tesoureiro. Prainha de Cima é uma grande povoação no interior, com cura pároco numa ermida filial”, Frutuoso diz que na Prainha do Norte, o Orago é Nossa Senhora da Piedade. Ficamos esclarecidos! E, ainda mais ao lermos frei Agostinho de Monte Alverne vemos: “Na Prainha, Nossa Senhora da Ajuda, tem vigário, cura, um beneficiado com o seu tesoureiro, 242 fogos e 820 pessoas, com quatro ermidas, Nossa Senhora...(sic), Nossa Senhora do Socorro, Nossa Senhora da Guadalupe e São Pedro”. Como vêem, o diabo meteu-se na coisa e apagou a boa pista que poderia esclarecer o enigma do Rosário que existindo na Achadinha em S.Miguel, na Criação e em S.João do Pico, teima em não querer mostrar-se na Prainha. Paciência.
A verdade também é que, quando D.João III elevou S.Roque a Vila, houve controvérsia entre essa freguesia e a de Nossa Senhora da Ajuda sobre qual delas deveria ter a preferência. A Câmara das Lages é que deliberou a favor de S.Roque. E el-rei avançou com o motu proprio de 1542[11].
Ficou famoso este lugar da Prainha, devido a uma pavorosa erupção de 1562, no dia de S.Mateus, que rebentou num lameiro ou lagoa do Caiado e de que resultou rios de pomes e lava que do alto cairam para o mar formando cais de pedra rija. Tão espectacular foi a lava incandescente de mais de quarenta ribeiras de fogo durante mais de oito meses, que se via das outras ilhas, fazendo em S.Miguel, da noite, dia! A população do Pico fugiu para o Faial, S.Jorge e Terceira[12]. Pudera, não!
É ainda na Prainha termo da vila de S.Roque que viveram, no século XVII, os Dias Bica ou Pereira Bica avós do maior esritor de todos os tempos de língua portuguesa, Camilo Castelo Branco e também antepassados do mais famoso dos prainhenses, António Ferreira de Serpa[13], homem público, investigador, escritor e genealogista. António Ferreira de Serpa é, sem dúvida, o mais famoso açoriano deste apelido.
Produz então o Pico, além do vinho, e naturalmente da aguardente, fruta de espinho, mel, cera, pastel (pouco mas muito bom), madeira, alguma dela preciosa para escritórios. Para azar nosso, a partir de 1760, surge no mercado a concorrência da aguardente do Brasil que as reformas pombalinas estimularam. Produz ainda gado ovino, bovino, caprino e suíno de que se fazia naquele tempo pele para sapatos e lã para resguardar do frio quando a montanha se cobria de neve.
Sabe-se que de 1761 a 1763, a Prainha pagou de dízimos do vinho, a grande produção picoense, 280$000 reis e não pagou nada em 1764 [14].
No século XVIII o Pico tinha cerca de 22.000 habitantes.
Quando tive a imensa alegria de saber que no meu corpo corria sangue doutra ilha, escrevi ao querido amigo Padre Júlio da Rosa, pedindo-lhe que investigasse essa família, designadamente o que estaria para trás, no tempo. Foi isto em 1990. Daquele ilustre investigador recebi pronta resposta, veiculando a informação do Dr. José Elmiro Teixeira da Rocha, hoje Director da Biblioteca de Angra e então da da Horta. Entre 1731 a 1746, não aparece nenhum Francisco na freguesia em questão mas, eureka, seu irmão João foi batizado em 15 de Agosto de 1744, precisamente no dia maior em que alguns festejam Nossa Senhora da Ajuda, não havia porém qualquer referência aos avós.
Já é um princípio, pois confirma a localização da família no Pico, em Nossa Senhora da Ajuda, no século XVIII.
Agora, porque razão sairam eles da ilha natal e foram parar a S.Miguel e na costa Norte e nos longínquos Fenais da Vera Cruz dos Santos Reis Magos?
A partir daqui e enquanto os divórcios e os despejos não me derem descanso, terei da especular saltando à toa sobre algumas pedras na travessia do rio da ignorância. Eis algumas destas pedras:
- em 1757, em frente à Prainha, na ilha de S.Jorge, um violento terramoto matou mais de mil pessoas, derrubando casas e templos[15];
- esse mesmo terramoto na ilha do Pico derribou a igreja da Piedade e várias casas, morrendo onze pessoas em três lugares [16] (sendo uma delas o próprio capitão Luis Homem).
- de Dezembro de 1759 a Maio de 1760 desencadeou-se uma violenta crise sísmica que era precedida de atemorizadores estrondos subterrâneos.
- em finais de 1757, a fome ameaça devido à grande penúria dos cereais que não chegam para as necessidades, vendo-se os povos obrigados a recorrer, para sobreviver, às socas, raizes, e tremoços na alimentação diária, “denotando uma clara intenção de emigrar”[17] .
Ou porque uma das pessoas mortas no Pico ou em S.Jorge pertencia à família ou porque a casa foi destruida ou porque se cansaram de viver em susto permanente, a verdade é que os Cardosos de Serpa sairam do Pico. Ou eles todos ou só o Francisco José pois que, por mais que tenha procurado, só o encontro a ele, referido nos registos paroquiais.
Da família propriamente dita, o que se encontra nos livros antigos referentes ao Pico são referências aos Cardosos como primeiros povoadores frutuosianos, de que se destaca “o honrado Ruy Cardoso” procurador do célebre Pedro Eanes do Canto, Provedor das Armadas, na ilha Terceira[18]. Vê-se também o Capitão António Cardoso Monteiro das “mais limpas e calificadas famílias desta ilha... e Christãos velhos legítimos, sem fama, nem rumor, em contrário, como he público”. No séc.XVIII que aqui mais nos toca, encontro Cardosos Valadão, Cardosos Machado e Bettencourts. Dos Cardoso Serpa, nada.
Além dos Serpas que vimos nos Fenais, Frutuoso refere João Roiz de Serpa rendeiro do Corvo no século XVI que agasalhou os náufragos do grande galeão que do Brasil vinha com gente doente e muita artilharia e que deu à costa na Baía do Maranhão.
Perdõem-me se vos deixo mais baralhados que esclarecidos sobre esta família ou este homem do Pico que emigrou para S.Miguel no tempo em que os Távoras foram legalmente assassinados pelo Marquês. Mas, tal como o destes, tive o azar de não dar com termos paroquiais ou actos notariais que me dissessem alguma coisa de mais esclarecedor. Não lhe encontrei o óbito nem dele nem dos pais o que me leva a pensar que talvez tenham regressado ao Pico ou mudado de freguesia ou de ilha. Encontro Fancisco José a servir de testemunha dum sobrinho da mulher, irmã da dita Josefa Mariana, em 1772, de parceria com José Moniz Barbosa. E até agora mais não disseram os livros.
Não digo que prometo continuar, já que isto, passado todo este tempo que vos tomei, soaria a ameaça; mas penso que pelo menos para mim, não conto terminar esta busca enquanto não descobrir o que se passou. Afinal não é a genealogia mais que um passatempo de gente pretenciosa, um poderoso auxiliar da história que nos permite compreender o presente e preparar o futuro?
Carlos Melo Bento
Mosteiros, Agosto de 2004
Documento 1
Livro de Casamentos da Achadinha, 1701-1796
Jose de Medeiros e Anna Maria
Em os dezanove dias do mês de Julho de mil setecentos e oitenta e nove de tarde feitas as denunciações canónicas nesta igreja de Nossa Senhora do Rosário paroquial da Achadinha, na Ermida de S.José desta sufragânea, sem descobrir impedimento, por mandado do Reverendo Ouvidor do distrito e na presença de mim José da Ponte Arruda, vigário dessa mesma paroquial e das testemunhas Maheus de Amaral José da Costa, casados desta mesma freguesia e de outras pessoas de mim conhecidas se casaram solenemente em face da Igreja por palavras de presente José de Medeiros viúvo de Quitéria Maria sepultada nesta dita paroquial, com Anna Maria filha de Francisco José Serpa e de Maria Antónia já defunta natural da Igreja dos Santos Reis Magos do lugar dos Fenais da Vera Cruz onde foi batizada e ambos desobrigados nesta dita paroquial da Achadinha a quaresma passada do presente ano de mil setecentos e oitenta e nove e receberam as bençãos e para constar fiz este termo no dia mês e era ut supra
Vigário Joam da Ponte Arruda
Sinal de José da Costa +Soeyro
Matheus do Amaral
Documento 2
Livro de Batizados dos Fenais da Vera Cruz
Manuel filho de Joze Francisco filho familias de Francisco Cardoso Serpa e de Anna Maria naturais da paroquial de Nossa Senhora do Rosário da ilha do piCo e de Maria Antonia filho familias de Joam de Oliveyra e de Maria Carreyra natural desta paroquial dos Santos Reis Magos lugar dos fenays da Vera Crux nasceu em os quatro dias do mês de Mayo do ano de mil setecentos e sessenta e três e foi batizado em os onze dias do dito mês nesta dita paroquial dos Santos Reis Magos freguesia de seus pais por mim Manuel de Medeiros Araújo cura dela foi padrinho o licenciado Mano Pacheco de Aragam homem sui juris e para constar fiz este termo que assinei dia mês e era ut supra com as testemunhas abaixo assinadas Carolos de Sousa Froes e Matheus de Medeiros todos fregueses desta dita paroquial (?) pay como padrinho
O cura Manoel de Medeyros Araújo
Carlos de Sousa Froes
Matheus de Medeyros e Faria
Documento 4
Livro de Batismos dos Fenais da Vera Cruz fls. 61
Flora filha legítima de Francisco José e de Maria Antónia naturais desta paroquial dos Santos Reis Magos dos fenais da vera crux nasceu em os dezassete dias do mês de Janeiro da era de mil setecentos e sessenta e cinco anos foi batizada nesta paroquial de seus pais por mim Manoel Cabral Estrella cura actual desta dita igreja em os vinte dias do dito mês e era ut supra foram padrinhos Manoel Pacheco da Camara Aragam natural da vila da Ribeyra Grande e Josefa Maria filha de Joam de Oliveira natural desta sobredita paroquial, em fé do que fiz este termo que assinei com as testemunhas presentes o licenciado Amaro da Costa Barbosa filho de José Barboza e Carolos de Sousa Froes deste dito lugar dia mês e era ut supra. Declaro que Francisco José é natural da Ilha do Pico freguesia de Nossa Senhora da Ajuda.
O Cura Manoel Cabral Estrella
Carlos de Sousa Froes
Amaro da Costa Barboza
Documento 5
Livro de Batismos nº. 7 dos Fenais de Vera Cruz, fls.93
Josefa filha legítima de Francisco Jose natural da ilha do Pico freguesia de Nossa Senhora da Ajuda e de Maria Antonia natural desta paroquial dos Santos Reis Magos lugar dos Fenaes de Vera Crux, nasceu em os dezoito dias do mês de Setembro da era de mil setecentos e sessenta e seis e foi batizada nesta paroquial de seus pais por mim Manuel Cabral Estrella cura actual desta dita igreja em os vinte e um dias do dito Mês e era ut supra foram Padrinhos Manuel Pacheco da Camara desta dita freguesia e Donna Josefa Maria mulher de João de Melo Afonso desta dita freguesia em fé do que fiz este termo que assinei com as testemunhas presentes Carolos de Sousa Froes Antonio de Medeyros, todos desta paroquial dia mês e era ut supra.
O cura Manoel Cabral Estrella
Antonio deMideyros
Carolos de Sousa Froes
Documento 6
Livro de Batismos nº. 7 dos Fenaes da Vera Cruz, fls.107
Anna filha legítima de Francisco Jose natural da Ilha do Pico freguesia de Nossa Senhora do Rosario e de Maria Antonia natural e batizada nesta paroquial igreja dos Santos Reis Magos do lugar dos Fenais da Vera Crux nasceu aos trinta dias do mês de Setembro de mil setecentos e sessenta e sete e foi batizada aos cinco de Outubro da mesma nesta dita paroquial por mim Antonio Gonçalves vice cura da dita igreja foram padrinhos o capitão Manuel Pacheco de Aragam por procuração que me apresentou o alferes Matheus de Mideyros e Maria Josefa Pacheco filha familias de Domingos Pacheco e de Rosa Cabeceiras jã defunta e testemunhas o padre Jose Antonio de Mideyros e Carolos de Sousa Froes tesoureiro da dita igreja todos desta freguesia e que para constar fiz este termo que assinei dia mês era ut supra.
Antonio Gonçalves vice cura
Jose Antonio de Medeiros Dutra
Documento 7
Livro de Batismos nº. 7 dos Fenais da Vera Cruz, fls. 174 vº
Jose filho legítimo de Francisco Jose natural da ilha do Pico freguesia de Nossa Senhora do Rosario e de Maria Antonia natural da freguesia desta paroquial igreja dos Santos Reis Magos deste lugar dos Fenais de Vera Cruz, donde seus pais são fregueses, nasceu aos dezoito dias do mês de Março do ano de mil setecentos e setenta e foi batizado aos vinte e sete dias do dito mês, e ano por mim Jose Alves Canejo vigário da dita igreja, foi padrinho Jose Pacheco estudante natural desta freguesia, foram testemunhas Carolos de Sousa Froes tesoureiro e o padre António da Costa Canejo fregueses da dita igreja e para constar fiz este termo, que assinei dia mês e era ut supra
Jose Alves Canejo vigario
Carolos Sousa Froes
Documento 8
Livro de Batismos nº. 7 dos Fenais da Vera Crux,fls.181,vº.
Antonio filho de Francisco Jose natural do lugar da Prainha freguesia de Nossa Senhora do Rosário da ilha do Pico, e de sua mulher Maria Antonia natural desta freguesia dos Santos Reis Magos do lugar dos Fenais de Vera Cruz nasceu aos nove dias do mês de Julho de mil setecentos e setenta e três anos, e foi batizado aos treze dias do dº. mês e era nesta mesma igreja dos Santos Reis Magos paroquial de seus pais por mim Jose Inacio da Silva cura dela foram padrinhos o reverendo v.vigario da mesma João Bento Pacheco de Arruda, e testemunhas que comigo assinaram o Alferes Lazaro de Sousa Pereira e Henrique Jose de Medeiros filho do Alferes Matheus de Mideyros e Faria todos fregueses e naturais desta mesma paroquia e para constar fiz este termo dia mês era ut supra
O cura Jose Ignacio da Silva
Lazaro de Sousa Pereira
Henrique Jose de Mideyros
Documento 9
Livro de Casamentos dos Fenais da Vera Cruz, fls.143 vº
Em os vinte e cinco dias do mês de Agosto do ano de mil setecentos e sessenta e três sendo de tarde nesta paroquial dos Santos Reis Magos lugar dos Fenais da Vera Cruz feitas as três denunciações canonicas na forma do sagrado concílio Tridentino sem haver impedimento algum como me constou por um mandado do Reverendo Ouvidor do Distrito que fica no arquivo desta igreja foy(?) em presença de mim Manuel de Mideyros Araujo cura desta dita paroquial e das testemunhas que presentes foram Manoel Pacheco de Aragam e Domingos Pacheco fregueses desta paroquial de mim conhecidas e mais povo que presente se achava se casaram solenemente in face da igreja com palavras de presente Francisco Joze filho de Francisco Cardoso Serpa e de Antonia Maria batizado na paroquial de Nossa Senhora da Ajuda da ylha do Pyco com Maria Antonia filha de Joam de Oliveira e de Maria Carreyra batizada na dita paroquial dos Santos Reis Magos e nesta ambos desobrigados a quaresma passada de mil setecentos e sessenta e três logo levaram as bençãos e para constar fiz este termo que assinei com as ditas testemunhas dia mês e era ut supra.
O cura Manuel Medeiros Araujo
Manuel Pacheco de Aragam
Sinal de Domingos + Pacheco
Documento n.º 10
Livro de Óbitos dos Fenais da Vera Cruz, folhas 37 verso
Em os vinte e nove dias do mês de Outubro de mil setecentos e oitenta anos faleceu da vida presente com todos os Sacramentos da Santa Madre Igreja Maria Carreyra viúva de João de Oliveira desta freguesia dos Santos Reis Magos lugar dos Fenais da Vera Cruz de idade de setenta e seis anos pouco mais ou menos foi seu corpo envolto em um habito de soyal(?) do patriarca São Francisco acompanhada pelo Reverendo Colégio desta dita igreja e religiosos de São Francisco deste lugar conforme a imposição de seu testamento que fez de mão comum com o dito seu marido, e na forma do mesmo se lhe fez um oficio de nove lições com a assistência de todos os referidos ministros: foi sepultada nesta referida paroquial e por sua alma mandou seu genro João de Melo Afonso celebrar trinta e nove missas comuns e cinco previlegiadas do que para constar fiz este termo que assino dia, mês e era ut supra.
O vigário João Bento Pacheco d’Arruda
Relação de algumas pessoas, estados, profissões e cargos constantes dos registos paroquiais dos Fenais da Vera Cruz entre 1760 e 1793
Ajudantes
José de Senra Carreiro, 1769, cc Anna Soares; b. 1769, fls. 137vº; 1772, b. fls.169 vº
José Moreira Nunes, b.1768, fls.112; 1771, b.fls.160
Alcaide
Francisco da Costa, p. b. 4.IV.1767, fls.103; id. 1.5.771
Alfaiate
José de Medeiros, b. 1774, fls.193vº
Alferes
António Amaral Vasconcellos, da Achadinha, b.1767, fls. 100, é sui juris; b.1769, fls133
António Amaral, da Salga, 1771, b.fls.160
António Marques?, 7.VII.1771, homem casado,b.fls.161
António Medeiros Bettencourt cc D. Maria de Medeiros, b. fls.94, FVC; b.1770, fls.148 vº; b. 9.X.1774, fls.197; b. 26.9.1778
Lázaro de Sousa Pereira, é test. em b. 9.VIII. 1767; em 1771, é referido como pai de Manuel José e D.Anna; b. 1774 e surge c. com D.Maria Antónia em b. fls.101
Manuel Correia Machado, do Nordeste, 1770
Manuel Moniz Garcia, curador, b. 17.VIII. 1772, fls.177 vº
Manuel Rodrigues Pereira, b.12.VII.1773, q vive c. e é procurador do capitão Manuel Pacheco Câmara Estrela e da mulher; 1774
Matheus de Medeiros e Faria, em 1767 é procurador do padrinho no b. do Lº. b. 7 fls 107, em 1773 aparece c.c. D.Teresa de Bettencourt; 1763 aparecem como pais do padre tesoureiro Manuel José Medeiros; 9.VI.1773; no b, de fls.181 vº, são citados como pais de Henrique José de Medeiros.
Barbeiro
António Medeiros, b. 16.XII.1773,
Beneficiado
José Andrade Botelho, 1772, com licentia parochi
Bispo de Angra
D.António Caetano da Rocha, b.1767, fls.111; 20.VI. 1771, B.fls.165
Capitães
Bento Botelho Arruda, c. 6.II.1769
Francisco Moniz Bettencourt, c. 30.IX.1765; c. 29.IV.1767
Manuel Correia de Sousa,b.1765, fls.66; b.3.XII.1773, fls.179
Manuel Medeiros Sampaio, 1767, 17.I.1771, 72, pai de Josefa do Sacramento, filha famílias
Manuel de Melo Afonso cc D.Maria Bettencourt (pais de Christovão de Melo Afonso, 1765, de João de Melo Afonso cc D.Josefa Marianna, e de D.Anna Bettencourt cc João Moniz de Sá) e já eram falecidos em 1760; b. 1765, fls.64
Manuel Pacheco de Aragam, em 1762 é ainda solteiro, é padrinho de b. por procuração em 1767, fls. 107, Lº 7, b.1770. fls.150 e 1771, falece em 30.6.1793 com 78 anos.
Manuel Pacheco da Câmara Estrella cc D.Rosa Ignácia Leonor Baldaia, b. 29.VII.1773
Carpinteiro
Manuel Garcia, b. fls.169, 1772
Cirurgião
Bartolomeu de Araújo, 1762
Curas
António Francisco da Costa.b. 21.VI.1772
António Gonçalves-vice cura FVC, b. 30 IX.767
António Soares, vice cura, 1771
António Gomes.1771
João Bento Pacheco de Arruda. b. fls.168 vº, 1772
José Inácio da Silva, b. 9.VI. e 29.VII.1773. da Paroquial Reis Magos
Manuel Cabral Estrella, dos FVC em 1766, b. A fls.93, Lº.B. 7, e da ermida de S.Pedro, b.16.XII.1773
Manuel Cordeiro da Silva, b. 1771, fls.161
Manuel José Moreira, b. 9.X.1774
Manuel de Melo Afonso. b. 1767, fls.98vº, Cura de S.Pedro; b.1770, fls,150
Manuel Medeiros Araújo, b.17.X.1762, fls. 4; c. 25.VIII.1773
Vice cura Manuel Gonçalves 70
Pedro Costa Lima, 1771, b.fls.165
Donas
Anna Bittancourt cc Duarte Pereira,1770
Anna Bittancourt cc João Moniz, b. 1767, fls.98vº
Anna do Espírito Santo cc João de de Medeiros,1763
Anna Francisca mulher de João Bento Sampaio, 1765; b.1769, fls.138
Anna filha familias do alferes Lázaro, 1774
Ana Jacinta cc José Moniz Barboza, 1770, b. fls.149, 1771,fls.160
Antónia do Espírito Santo cc João de Medeiros, c. 21.XI.1763; de VFC,1764
Antónia cc Joaquim Medeiros, 1767
Antónia mulher de Sebastião Medeiros, b.1763, fls.20vº
Antónia de Bittancourt mer. de António de Frias, b. 1763, fls.21vº
Antonina cc Manuel da Costa Sá Bettencourt da Senhora da Conceição da Ribeira Grande, 1771, fls.159
Catarina mer. de José Leite, b. 176
Clara Vieira Medeiros cc José António Medeiros Moniz, 1772, fls 170; b. 9.X.1774
Felícia filha do capitão Manuel Correia e de D.Maria, b. 1765, fls.66
Feliciana Bettencourt filha de Luzia e António, 1773
Francisca de Jesus Medeiros cc António Leite, ~c. 25.IV.1762; b. 1763, fls.17vº
Francisca Bettencourt cc Diogo de Paiva, c. 26.VIII.1762; 1763, p; b. 20.VII.1772, fls173vº
Guiomar cc Manuel Moniz Vieira, c. 27.VII.1760
Ignácia Facinta do P.Formoso cc Manuel Moniz, 1772
Isabel cc Manuel Pimentel, c. 24.VII.1763
Isabel Bettencourt 1771 cc Domingos Pacheco, b.1765. fls.65; b. 1772, fls.166 vº
Joana Bettencourt filha de Domingos Pacheco e D.Isabel Bettencourt, 1771
Joana de Bettencourt cc Francisco Sousa Ferreira, 1771, B.fls.163
Josefa filha de D.Brigida e de António Melo, b.1765, fls.65
Josefa Mariana, cc João de Melo Afonso, em 10.IV.1760; c.10.IV.1760; b. 1765, fls. 66vº; 1767, fls. 84; b. 24.X.1770; b.21.VI.1772,
Josefa Medeiros cc Manuel Moniz Vieira, c. 1765; b. 1769, fls.138
Luzia de Bettencourt e António Carreiro, 1767; b. 20.II.1774, fls.182vº são referidos como pp de D.Felícia de Bittancourt
Maria mulher do capitão Manuel Correia, b.1765, fls.66
Maria Antónia cc Manuel de Amaral, b.1769, fls.133; 1771
Maria Bettencourt cc Capitão Manuel de Melo Afonso, já eram falecidos no c. de seu filho João em 10.IV.1760; 1765
Maria Bettencourt cc Manuel Leite Vieira Norte, 1767
Maria Bettencourt cc Manuel Fagundes de Oliveira, b. 1770, fls.139 vº; b. 4.X.1772, fls.176vº
Maria do Espirito Santo cc António Rebelo de Oliveira, b.1764, b.1771, fls.160vº.
Maria Medeiros mulher do alferes António Manuel Medeiros Bittancourt, b. 9.X.1774, fls 197
Maria do Sacramento mulher de José de Melo Afonso, b.1763; b.1767, fls.58vº; b.1770, fls.148
Maria Teresa de Medeiros cc Manuel Moniz, c. 27.III.1765. ele f. de Donna Roza dos Santos e de p.i. e ela de Manuel Moniz Vieira e de Maria Moniz
Maria do Rego cc Manuel Pacheco Resende, b. 1772, fls. 176 vº;
Mariana cc Matias Medeiros, 1765
Rosa cc José Moniz Medeiros, 1769, b.fls.132
Rosa Bittancourt irmã de Manuel José filhos do alferes Matheus Medeiros e Faria, b.1767, fls.84; 1769
Rosa Bettencourt cc Luís Francisco, 1771
Rosa é madrinha c\ José Duque Caetano, 1763
Rosa Ignácia Leonor Baldaya cc capitão Manuel Pacheco da Câmara de Aragão, b. 9.IX.1774
Maria Teresa Medeiros cc Manuel Moniz filho de D.Rosa dos Santos e pai incógnito. 1765
Teresa irmã de Jordam Rebelo, sui juris, b.1771,fls.160
Teresa mãe do padre Manuel José, 1769
Teresa Bettencourt cc Mateus Medeiros e Faria, b.10.II.1763, fls.12vº
Teresa cc André Francisco, c. 21.V.1760
Escrava
Francisca escrava do capitão Manuel Tavares da Câmara, b.17.3.1765, fls.64; b. 7.XII.1768
Escrivão do lugar dos Fenais
Manuel João Medeiros, b. 9.X.1774
Estudantes
Amaro da Costa Barboza, nos FVC em 1765 assina como p.de c. fls. 81, Lº 7; b.1767, fls.83
António Boteylho, b. 1769, 124 vº; id. fls 119
José Pacheco, é pad. B. Em FVC, 18.III.1770, fls 174 vº
Pedro do Rego, 1770, b. fls.150
Fâmula
Maria Machado filha de Bárbara Correia, viúva, b.1765, fls.37
Filhos Nascidos antes do matrimónio
Maria de pais não recebidos ainda mas apregoados
Filhos naturais
De José Monis Ferreira (seu pai é pedreiro) e de Anna Medeiros filha de Maria Medeiros, 1767
Filhos de pais não sabidos ou incógnitos
Exposto à porta de Domingos Correia, b. 7.VII.1763, fls.31
António, exposto à porta de Matheus de Oliveira, b.1765, fls.65vº
Francisco, exposto à porta Bárbara Pimentel da Lomba de S.Pedro, b,1770, fls.150
Francisco, b.1767
Genoveva exposta à porta de António Araújo, na Criação, b. 18.IX.1767
Genoveva, b. 17 74
Inez, exposta, b. 27.I.1769
João, exposto à porta de Manuel Machado, b.1765,fls.68
Joaquim, à porta de José da Costa, b. 15.III.1774, de véspera, á noite, na Criação
José, exposto, b. 24.I.1770
Manuel, b. em 1.3.61 como f p i é ajuramentado filho de Bibiana Moniz, com licença episcopal
Manuel, exposto à porta de André de Sousa, b.1764, fls.51vº
Manuel, exposto à porta de Sebastião Moniz, b.1764, fls.40
Manuel, exposto na Lomba de S.Pedro, b. 25.VIII.1769
Manuel, exposto, b. 10.I.1770
Manuel, exposto, b. 19.II.1770
Manuel, exp. à porta de Bárbara Pimentel Lomba de S.Pedro, b.1769, fls.135
Manuel, à porta Francisco Vieira, b. 1770, fls.140 vº, Lomba S.Pedro
Manuel, porta Manuel Moniz Lomba de S.Pedro, b.1770,fls.141
Maria, à porta de Manuel Rebelo da Criação, b. 9.VIII. 1767
Maria, exposta à porta de Manuel Rebelo, Criação, b. 9.VIII.1767
Maria, exposta à porta de Manuel Sousa Marrão, S.Pedro, b. 7.XII.1771, fls. 166
Maria, exposta à porta de José Rebelo, Outeiro, b. 31.V.1771,fls.159
Maria, exposta à porta de José de Arruda, Lomba de S.Pedro, b.1771, fls.158
Maria, exposta, b. 24.III.1771
Maria, exposta à porta de José Rebelo do Outeiro
Maria, exposta à porta de Manuel João de Mydeyros, escrivão do lugar
Pedro, exposto à porta de Domingos Correia, b.1763
Filhos de pai não sabido
De pai não sabido e mãe filha familias, b. 24.XII.1769, fls.136 vº
Eugénia filha de Clara Monis, b.1767, fls.98
Francisca filha de Maria do Couto viúva de Francisco Carreyro, b.1764, fls.48vº
Francisco filho de Clara Rebelo, 1772
Francisco filho de Theresa de Sousa, 1763
Isabel filha de Margarida Moniz sui juris e orfã, b. 1767, fls.90vº
Jacinta filha de Francisca Pacheca, do Nordeste, b. 8.XI.1767
Joaquim filho de Maria Rebela filha familias, b. 1763, fls.23
José filho de Francisca escrava do Capitão Manuel Tavares da Câmara
José filho de Quitéria Francisca mulher de José Leite e de pai não sabido pelo dito José Leite marido da dita o não reconhecer por seu filho e protestar perante o Reverendo Vigário e de algumas testemunhas qual por tal o não conhecia e por isso lhe requeria que por tal o não lansasse neste termo. Padrinhos Mateus de Medeiros e Faria e o Vigãrio Manuel Moniz filho de D.Rosa dos Santos, 1765
Manuel filho de Antónia Furtada, b.1765, fls.63
Maria filha de Bárbara Medeiros, b.1771
Maria filha de Eugénia de Melo, b.1772, fls.167
Licenciados
Amaro da Costa Barbosa, é testemunha em c. nos FVC, de 1765, fls 61, e é filho de José Barbosa; b. 1768, fls.112 vº; b.1769, fls.137, vº
André Melo Cabral, 1771
António Botelho, 1768 cogitor da igreja, fls.111
Bartolomeu de Araújo, cirurgião dos Fenais, b. 17.X.1762
João Inácio de Sousa, 177
José Pacheco Oliveira, 1769
Manuel Boteylho Quintanilha, b.1764, fls.43, cc Maria Ferreira; 1765; b.1766, fls.79; em 1770, representa o cap. Man.Pacheco. de Aragam b.1764, fls.43vº; b.fls.177
Marco ou Mano Pacheco de Aragam, 1763 sui juris
Manuel Pacheco de Aragão sui juris, 1764
Mestres
Bartolomeu Rodrigues Vieira, b. 9.X.1774, fls.197
José de Senra Carreiro, b.12.VII.1773
Manuel Joaquim de Sousa, b, 1773, fls.181
Naturais doutras ilhas
Lourenço Borgeas de Santa Maria, b. 1767. fls.85vº
Maria Batista de Sto Espírito ilha de Sta Maria, b. 9.IX.1774, fls.200
Ouvidor
licenciado João Inácio de Sousa, 1771, B.fls.165
Padres
António José Pacheco Resendes, b. 1768, fls 119
António da Costa Canejo. B. FVC, 18.III.1770, fls.174 vº; 1772, natural da Ribeira Grande
António Medeiros Costa, 1760, b.1773, reside em S.Pedro
Bernardo José de Andrade Botelho com licentia parochi
José António de Medeiros Faria e Dutra, clérigo in minoribus, b. 1768, fls 119; b.17.XII, 1769, fls.138; B. 23.XI.1772
José de Melo, b. 4.IX.1772, Porto Formoso procurador duma noviça de VFC Jacinta Rosa do Prado
Manuel José Medeiros Bettencourt. b. 1770, fls.149, 1771, b.fls.158. Tesoureiro; b. 9.X.1774
Pedro Moniz, de Ponta Garssa. 1770, b. fls.150
Pregador Frey José de San Luis Comepotio dos tersseiros do convento dos Fenais da Vera Cruz, b. 1768, fls.123 vº
Pedreiro
António Ferreira, seu filho tem um filho natural duma Anna Medeiros filha de Manuel Medeiros, b. 1767, fls.99
Pescador
Francisco Rebelo, b. 1763, fls.35vº
Sapateiros
Manuel de Sousa, c.15.XI1769
Manuel de Paiva, c. 10.IV.1771, fls.188
Sargento mor
José Duarte da Câmara, Ribeira Grande, b. 1765, fls.64; b.1769, fls.139
Serpas
Francisco Moniz de Serpa filho de Francisco Moniz de Serpa, 1767
Solteiros
Henrique Medeiros mosso solteiro
Tesoureiro
Carolos de Sousa Froes (assina praticamente todos os termos deste período), leigo.
Padre Manuel José Medeiros Bettencourt, da paroquial dos FVC
Vigário
António da Costa Canejo, b.1770, fls.174 vº, FVC
João Bento Pacheco Arruda vice vigário, b. 9.VI.1773, fls.171 vº, 74 e o. 29.X.17, fls.37 vº.80
José Alves Canejo, é vice vigário em c. FVC, 1765, fls 81; vigº em b. 18.III. 770, fls.174 vº; B. 7.VII.1771, fls 160
Manuel Pacheco Resendes, 1762
São os seguintes os livros de registo paroquial existentes na Bib. Púb. PD, referentes a
Fenais de Vera Cruz:
Batizados: 1663-1872
Casamentos: 1622-1883
Óbitos: 1697-1883
Ób. Cria.: 1799-1811
Achadinha
B. 1715-1883-1890
Legit. 1878
C. 1701-1881-1890
Ó. 1701-1881-1890
1787-1811-1890
CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS REGISTADOS PAROQUIALMENTE EM QUE É REFERIDO O NOME DE JOSÉ FRANCISCO SERPA
OU PARENTES MUITO PRÓXIMOS
4 de Maio de 1763 nasce seu filho Manuel
25 de Agosto de 1763 casa com Maria Antónia
17 de Janeiro de 1765 nasce sua filha Flora
3 de Dezembro de 1765 nasce Veríssimo que é registado como filho de José Francisco natural da ilha de Santa Maria e de Antónia do Sacramento; parece-me ser a mesma pessoa mas o reverendo enganou-se na ilha e no nome da mulher.
18 de Setembro de 1776 nasce sua filha Josefa
30 de Setembro de 1767 nasce sua filha Anna
18 de Março de 1770 nasce seu filho José
9 de Junho de 1773 nasce seu filho António
29 de Outubro de 1780 morre sua sogra Maria Carreyra
19 de Julho de 1789 sua filha Anna casa na Achadinha
[1] Francisco Afonso de Chaves, em A Margarida Animada, 2ª ed. do ICPD, comentada e anotada por Hugo Moreira e Nuno A. Pereira, em 1994.
[2] Crónicas da Província de S.João Evangelista das Ilhas dos Açores, ed. do Instituto Cultural de Ponta Delgada, 1960-62.
[3] Saudades da Terra, ed. ICPD, 1977
[4] Frei Agostinho de Monte Alverne, id. Ib.
[5] Livro de Óbitos dos Fenais de Vera Cruz, 1780, fls.37 vº.
[6] Livro de Batismos da freguesia dos Fenais da Vera Cruz, 1766, fls.93.
[7] ver a minha História dos Açores, vol.I, p.135 da 3ª ed.
[8] Edição do Governo Regional dos Açores e da Universidade dos Açores, dirigida por Artur Teodoro de Matos,1989.
[9] José Rodrigues Ribeiro, ed. do GRA, Angra do Heroismo, 1979
[10] Ou Descrição Phisica, Politica, e Histórica dos Açores, por um Cidadão Açorense. M. da Sociedade Patriotica Philantropya (n’os Açores), Lisboa, 1822.
[11] Francisco Soares de Lcerda Machado, História do Concelho das Lages, reedição fac-similada da Associação de Defesa do Património da Ilha do Pico, 1991.
[12] António Lourenço da Silveira Macedo, na História das Quatro Ilhas que Formam o Distrito da Horta, ed. fac-similada do GRA, em 1981.
[13] António Ferreira de Serpa, em Camilo Castelo Branco, no Parlamento de 1885 e a sua Ascendência Picoense, Lisboa, 1926.
[14] Avelino de Freitas de Meneses, em Os Açores nas Encruzilhadas de Setecentos (1740-1770), II-Economia, ed. UA, 1995
[15] António L S Macedo, idem, ibidem.
[16] Ermelindo S. Machado Ávila, A Ilha do Pico-Crises Económicas, em Os Açores e as Dinâmicas do Atlântico, do Descobrimento à Segunda Guerra Mundial, ed. do Instituto Histórico da Ilha Terceira, Angra do Heroismo, 1989.
[17] Avelino de Freitas de Meneses, em Os Açores nas Encruzilhadas de Setecentos (1740-1770), II-Economia, ed. UA, 1995
[18] Francisco Soares de Lacerda Machado, em Os Capitães-Mores das Lages, ed. fac-similada da ADPIP,1991.
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Estivo aqui!Gostei muito
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