O eleitorado determinou maioria relativa dos socialistas e uma subida significativa dos populares, a ponto dos dois juntos formarem maioria absoluta. Os radicais BE e PCP estão minoritários. Governar assim implica ceder ou à esquerda (PCP e BE) ou à direita (PSD e PP), caso contrário, só com novas eleições o orçamento e o programa passam. Os eleitores querem que Sócrates continue, não excluem um governo com Ferreira Leite (devido ao perigo de bancarrota) nem com Portas (pela insegurança que ele certamente afastaria). Não é porém provável que Sócrates consiga fazer acordos com quem não quer ou não pode fazê-los. Coligação com o PC ou com o BE é quase impossível pois os moderados do PS nunca aceitariam ser reféns da esquerda ortodoxa e marxista nem menos da esquerda histérica e revanchista. Tem pois Sócrates um bico-de-obra sério pela frente. Uma preocupação com sentido de Estado levará a que o PS governe com cedências programáticas que satisfaçam o seu indispensável eleitorado de centro esquerda, com restrição nos gastos sobreendividantes e salvaguarda da segurança nas ruas, o que deve estar na origem da perda da maioria absoluta. Seria a solução que nos servia a nós açorianos, com um primeiro-ministro amigo com provas dadas e com uma segurança que se torna indispensável. Aguardemos.
Carlos Melo Bento
2009-09-29
Carlos Melo Bento
2009-09-29
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