Vai começar o ano e, parece que a crise financeira, de abundância mal controlada, atingirá o cume. Aparentemente devido a burlas gigantescas, grandes instituições financeiras americanas tremeram e, algumas morreram, arrastando atrás, nos outros países, idêntica catástrofe de confiança, único cimento que aguenta os sistemas financeiros de mercado. Não se esperava mas em Portugal também haverá burlões num terreno até agora dirigido por gente muito dura mas séria, ao extremo. Os perigos são muitos e corremos o risco de falências em cadeia, desemprego, desespero, convulsões. A tempo, o Ministro das Finanças, num gesto muito inteligente e oportuno, garantiu os depósitos e estancou a avalanche do descrédito, na fonte. O mercado observa atento mas não entrou em ruptura. A administração Bush, contra o seu próprio liberalismo confessional, interveio a fundo e suturou as feridas principais. Só que 2009 é ano de eleições gerais em Portugal onde, como é notório, os políticos não são os mais espertos do mundo e é de recear que, no frenesim da luta partidária, os que ambicionam o poder a qualquer preço esqueçam como de costume os interesses do País. Temos que estar unidos à volta de chefias seguras para sobrevivermos à tempestade; e a aprovação do Estatuto, apesar dos engulhos, obriga-nos a uma unidade que torne o conjunto mais forte. Por cá, a questão da chefia não se põe porque já se pôs e está resolvida por 4 anos. Firmeza, cautela e lucidez. Bom ano e muito boas contas.
Carlos Melo Bento
2008-12-30
Carlos Melo Bento
2008-12-30