Um dia destes a Câmara realizou, na Urbanização do Paim, ao Papa-terra, uma interessante cerimónia de descerramento de placas toponímicas de grandiosas praças com nomes da Autonomia Constitucional, da primeira Assembleia e do primeiro Governo autonómicos. Tudo com elegantes colunas com os nomes dos pioneiros dessas instituições. A cerimónia terminou com pompa e circunstância com tribuna, passadeira vermelha e um importante discurso do Pai da Autonomia constitucional, João Bosco da Mota Amaral. Presentes o antigo deputado Carlos Teixeira, os primeiros Secretários das Obras Públicas, João Bernardo Rodrigues e do Trabalho, António Lagarto. Presentes também o antigo Deputado europeu Vasco Garcia e o outrora Secretário do Trabalho Octaviano Mota. Ausentes todos os outros. Ausente a televisão. Ausente a multidão que antigamente acompanhava, subserviente, Mota Amaral por todo o lado. Ausentes tantos que o seguiam pelas estradas políticas que desbravou, tirando-os do anonimato e da penúria. Do governo socialista actual nem vivalma! Dos outros partidos apenas se viu José Ventura do PDA. Como é curta a memória dos homens! E escassa a elegância dos adversários! E inconcebível o desprezo da comunicação social pública e paga por todos que outrora rastejou a seus pés até à náusea. É difícil engolir na nossa terra estas posturas invertebradas sem um grito de revolta. Onde pára a velha cepa açoriana? Há momentos na vida dos Povos que não é a luta política que prevalece mas a unidade que faz a força e a história.
Carlos Melo Bento
2008-09-15
Carlos Melo Bento
2008-09-15