terça-feira, 8 de setembro de 2009

Quando quiserem

Gustavo Moura notou que os programas dos partidos pouco trazem sobre nós. Não espanta porque estamos habituados aos esquecimentos deles (só se lembram quando é para inconstitucionalizar as nossas justas pretensões; aí não há esquecimentos), e porque, agora, pela primeira vez, temos governo próprio e é a este que compete fazer os programas que nos convêm. Mas não é essa a parte do trabalho do fundador do Açoriano Oriental moderno que gostaria de comentar. O que merece o meu desacordo é a crítica à inactividade do PDA porque, diz, com isso se descredibiliza. Fundámos o PDA há trinta anos, mantivemo-lo vivo contra tudo e contra todos (de dentro e de fora). Confrontámo-nos com um confrangedor desprezo do eleitorado que preferiu até ter como deputado seu um estranho a esta ilha e seu inimigo declarado, do que votar em um de nós, causando-nos com isso uma dor indescritível e só continuamos porque o amor à nossa gente não depende dela. Existe. Cansa, dói, mas existe. Sem limites e sem condições. Foram 30 anos de frustração e incompreensões. Só quando nos coligámos com o partido socialista conseguimos ter um vereador em Ponta Delgada. Herdeiros legítimos dos partidos autonomistas, fomos difamados de ricos (!) e fascistas (!!!). Sobrevivemos. Pedir mais é demais. Quando quiserem digam.
Carlos Melo Bento
2009-09-08

2 comentários:

Cascais1 disse...

O DR. Melo Bento conte quanta gente que nos representa, não tem sotaque das ilhas.

Fico envergonhado.

melo angelo disse...

O mais grave desta gente que nos representa sem ter sotaque ilhéu é que dizem amar os Açores nais do que aqueles que cá nasceram e, então armam-se em fortes altruistas, mas para conseguirem ter acesso a lugares que lhes propocionam o que não lhes foi dado lá no rectangulo, logo que se encontrem bem saciados, fazem malas e andam, morreu o amor, pois eu não fico envergonhado com isso , apenas fico apático, por termos tantos bons Açoreanos e ficarem calados perante tal situação.