terça-feira, 2 de novembro de 2010

Perigo Grave

Estão definidos os candidatos para a presidência, questão da maior importância para os Açores e para todos os açorianos. Não é indiferente para nenhum de nós qual deles apoiar, como repetidamente tenho escrito. A maior responsabilidade incumbe aos partidos na indicação do sentido do voto, tradicionalmente vinculativa para os simpatizantes e militantes, sempre ansiosos por ouvir falar quem por dever de ofício sabe mais que eles. É pois uma responsabilidade acrescida a dos seus dirigentes. O Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva quer recandidatar-se (tem sido sempre assim desde Eanes, Soares e Sampaio, a ponto de alguém já ter dito que os mandatos presidenciais duram dez e não cinco anos). Está no seu direito mas nós é que temos não só o direito mas a obrigação de ponderar se o voto nele tem alguma utilidade ou se, bem pelo contrário, é perigo grave. Como primeiro-ministro a ele se deveu uma política anti açoriana insensata. Enquanto esbanjou no continente da república milhões em demasiadas auto estradas, foi duma sovinice somítica para com o povo que votou nele maioritariamente. Não por ele, obviamente, mas pelo líder do seu partido nos Açores, João Bosco da Mota Amaral cuja obra colossal tinha mudado para melhor a nossa maneira de viver e transformado os Açores num lugar de que se deixou de fugir. Mota Amaral pediu que se votasse nele e votou-se. Cavaco Silva pagou-lhe bem, retirando-lhe dinheiro e fazendo com que o maior político açoriano em 500 anos de história, tivesse que demitir-se, para não quebrar a disciplina partidária a que jurara religiosa fidelidade e por ter ficado sem meios de governar. Salvaram-nos Guterres e Sócrates, chamados à pedra por Carlos César. Mesmo assim, já como presidente, humilhou-nos impedindo-nos de ter nome próprio! Quem se enganar agora pagará mais tarde tão insensata escolha.
Carlos Melo Bento
2010-11-02

2 comentários:

rapace disse...

carlos, eu sou um português que esteve três anos nos açores e julgo que bastaram para ver como é isso por aí. A partir desse momento sou um fervoroso independentista dos açores e quero que o vosso arquipélago tenha o sonho do tal montealverne que tu falas. Vocês gastam dinheiro como rodos. Exemplo, os 60 deputados que vocês têm por aí servem para quê. Um minúsculo território com 200 mil almas terem governo regional, secretarias regionais, deputados, enfim a loucura total. Uma população que 30 ou 40% recebe rendimento mínimo e o vosso cesar gasta 500 mil euros em festa para comemorar o rendimento mínimo mais as maravilhas acorianas. Essa ficou 1,2 milhões de euros. Carlos, junta aí uns amigos faz a fla e força. Deixa-te de blá, blá e venha ela. Conforme isto está, Portugal hoje acredita no que te digo, dá-vos a independência num raide. Em vez de mandar bitaites contra Portugal fala é para aí da vossa corrupção. Fala a verdade, mas tens medo... Também comes dinheiro aqui do burgo.

rapace disse...

Carlos, dizes que o Pires comunista já está a falar a favor dos autonomistas. Homem, ele é português, que foi para aí arranjar um tacho. Como sabe, que qualquer dia a região vai levar menos de transferências e ele tem medo de perder o tacho. Á televisão daí só fala mal de Portugal, ou então vê-se touradas ou religião. E os desvios e falcatruas dos vossos governantes. Eu gostava de te ouvir era a falar da corrupção que existe aí, mas tu não tens coragem de falar nisso porque não estás interessado na população açoriana, mas no teu umbigo e dos outros. Bem, numa coisa também te digo. Em Portugal há corrupção à fartura, mas aí também não há menos, mas peço-te uma vez na vida critica a vida política açoriana, critica qualquer coisa aí em vez de andares sempre a falar nos suspeitos do costume. Eu sei que queres paz e comentar ganhando uns trocados, mas haja pachorra. Sentes-te bem com a tua consciência... Não sei!