sexta-feira, 3 de março de 2017

Que pena

A passagem do Presidente dos Estados Unidos, país onde vive a maior parte dos açorianos, pela ilha Terceira, mesmo a pretexto de escala técnica, constituiu uma oportunidade perdida. Para nós porque mesmo os poucos minutos que o homem mais poderoso do planeta por ali andou a esticar as pernas não foram aproveitados pelas nossas autoridades para o irem cumprimentar, como era talvez sua obrigação, e dizer-lhe o que pensamos do aparente abandono a que os seus súbditos (ou o seu governo) querem votar a Base militar que ajudaram a construir e que tantos perigos e vantagens materiais nos trouxeram. Irrepetível o momento. Falharam, se me é permitida a insolência, 3 entidades. A primeira, o governo central (que ainda por cima tem um Representante, precisamente nessa ilha) e o seu ministério de negócios estrangeiros que deveriam ter estado presentes para lhe dar as boas vindas e tentar sensibiliza-lo (subtilmente, embora) para o drama económico-financeiro-social que é aquele abandono. Obama, nos 2 meses que ainda tem para governar, com uma simples palavra, poderia ter alterado o rumo da história. A sua passagem pelos Açores pode não ter sido inocente (pois em política nada o é) mas a ausência ali do governo central, certamente que também não foi. Depois, as instituições autonómicas não fizeram bem em não o terem saudado, ao mais alto nível. Se Obama tivesse feito uma escala técnica em Lisboa, com tempo suficiente para esticar as pernas, certamente que não era recibo por 2 sargentos e 1 cabo. Desaproveitou-se uma ocasião de oiro que nunca mais se repete. Foi pena porque se pode ter pensado que só respeitamos os que sobem ao poder e não os que saem dele. Finalmente, não se percebe a ausência do Presidente da Câmara da Praia da Vitória  que tem aproveitado todas as oportunidades para defender a sua Dama e deixa escapar a que poderia ter sido a mais eficaz de todas para falar com o homem certo no lugar certo. Foi pena.

21 de novembro de 2016

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