Que pena
A passagem do Presidente dos
Estados Unidos, país onde vive a maior parte dos açorianos, pela ilha Terceira,
mesmo a pretexto de escala técnica, constituiu uma oportunidade perdida. Para
nós porque mesmo os poucos minutos que o homem mais poderoso do planeta por ali
andou a esticar as pernas não foram aproveitados pelas nossas autoridades para
o irem cumprimentar, como era talvez sua obrigação, e dizer-lhe o que pensamos
do aparente abandono a que os seus súbditos (ou o seu governo) querem votar a
Base militar que ajudaram a construir e que tantos perigos e vantagens
materiais nos trouxeram. Irrepetível o momento. Falharam, se me é permitida a
insolência, 3 entidades. A primeira, o governo central (que ainda por cima tem
um Representante, precisamente nessa ilha) e o seu ministério de negócios
estrangeiros que deveriam ter estado presentes para lhe dar as boas vindas e
tentar sensibiliza-lo (subtilmente, embora) para o drama
económico-financeiro-social que é aquele abandono. Obama, nos 2 meses que ainda
tem para governar, com uma simples palavra, poderia ter alterado o rumo da história.
A sua passagem pelos Açores pode não ter sido inocente (pois em política nada o
é) mas a ausência ali do governo central, certamente que também não foi. Depois,
as instituições autonómicas não fizeram bem em não o terem saudado, ao mais
alto nível. Se Obama tivesse feito uma escala técnica em Lisboa, com tempo
suficiente para esticar as pernas, certamente que não era recibo por 2
sargentos e 1 cabo. Desaproveitou-se uma ocasião de oiro que nunca mais se
repete. Foi pena porque se pode ter pensado que só respeitamos os que sobem ao
poder e não os que saem dele. Finalmente, não se percebe a ausência do
Presidente da Câmara da Praia da Vitória que tem aproveitado todas as oportunidades
para defender a sua Dama e deixa escapar a que poderia ter sido a mais eficaz
de todas para falar com o homem certo no lugar certo. Foi pena.
21 de novembro de 2016
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