Vejamos agora no campo da ciência quem se destacou este ano. Muitos são os ecos que nos chegaram da excelência do trabalho efectuado no Departamento de Oceanografia e Pescas da nossa Universidade, pólo da Horta que Frederico Machado ajudou a fundar. E, de facto, o seu mais alto responsável, Ricardo Serrão dos Santos, em razão do trabalho desse departamento universitário que dirige, foi convidado para integrar o prestigiado Conselho Científico do Instituto Oceanográfico de Paris juntamente com os outros nove cientistas europeus que o compõem. Justa consagração para quem elevou bem alto o nome dos Açores em terreno de tanta complexidade e debate. Na pessoa de Serrão dos Santos (lembrando os seus notáveis colaboradores), é justo colocar o título de cientista do ano. Como contista sublime, escolho Daniel de Sá, cuja escrita atingiu a perfeição da simplicidade (o seu último conto de Natal é uma obra prima), a beleza dum estilo inimitável e a medida universal do açorianismo, esse sim, património da Humanidade. Para político do ano, a escolha não é fácil porque Carlos César apenas cumpriu, corajosamente é certo, mas o que era a obrigação do seu alto cargo. Sérgio Ávila, porém, ergueu-se, sem descurar a sua postura como terceirense, a um patamar de mentor do ritmo seguro da política açoriana, que fundamentou (sempre que teve de falar no Parlamento) com lógica e equilíbrio, uma opção divergente porque indispensável à defesa dos nossos legítimos interesses colectivos. É para ele, portanto, a palma de melhor político de 2010. O acontecimento do ano não pode deixar de ser a deliberação dos grupos parlamentares do PS, CDS/PP, BE (cuja líder continua a marcar pontos) e do PCP, pela confirmação (não obstante as pressões políticas em contrário) do vetado Orçamento de 2011. Bom Ano.
Carlos Melo Bento
2010-12-28
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