Há sempre entre nós pessoas que se distinguem de forma a deverem ser apontados como exemplo a seguir, se quisermos melhorar o nosso viver. Vislumbrá-los entre o dilúvio de críticas que todos os anos chovem contra nós, não é fácil mas não é impossível. O melhor jornalista de opinião, de belo estilo, contundência, coragem e verdade no amor à Terra dos nossos pais foi sem dúvida Jorge do Nascimento Cabral cuja morte em plena idade da sabedoria ainda o elevou mais pelo tremendo vazio que deixou. Dos artistas, saliento o fotógrafo José António Rodrigues por trabalhos como as Sete Maravilhas, de Almeida Mello e Dos Vulcões dos Açores, de Victor Hugo Forjaz e Zilda França. Empresário apontaremos os Euromotas como exemplo de dinamismo e profissionalismo, traduzido num grande investimento na Ribeira Grande em plena época de recessão, exemplo de coragem e confiança no futuro de todos nós. O livro mais belo que se publicou este ano foi o Minha Ilha, Minha Casa, do florentino Alfredo Luís 1902-1977, (traduzido do inglês Home is an Island, publicado na América, em 1951, como Alfred Lewis), grito de alma dum açoriano genial, forjado na Ilha das Flores, romancista, contista e dramaturgo. Patrícia Carreiro, Emanuel Botelho e Álamo de Oliveira, também produziram obras de vulto, no romance (aquela) e na poesia (estes) mas fiquei-me pelo Alfredo Luís pois a sua leitura tem muito da violência telúrica que fabrica o nosso espírito, nele acossado pela diáspora açórica. João Ponte continua a ser o autarca que se distingue pelo equilíbrio, isenção e dinamismo e foi ele que em 2010 voltou a merecer a palma. Para desportista do ano proponho o angrense Pedro Bartolomeu que no quadriatlo (natação, cayak, ciclismo e corrida) ficou entre os seis melhores do mundo, praticamente sem apoios oficiais! Dos outros direi para a semana. Bom Natal.
Carlos Melo Bento
2010-12-21
Carlos Melo Bento
2010-12-21
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