Foi muito agradável saber que o PSD de Berta Cabral decidiu finalmente avançar com uma proposta autónoma de revisão constitucional que, por os interesses do Povo Açoriano o imporem, fica a divergir do restante partido. Não deve ter sido coisa fácil mas aí está: a afirmação de que a autonomia não é uma figura de retórica ou um pretexto desonesto para impedir o normal desenvolvimento dum Povo que começou por ser o mesmo mas que, transplantado para território distante, teve e tem um destino diferenciado. A autonomia é isso mesmo, é a manifestação do querer colectivo que garante a sobrevivência do que é autónomo, nos termos em que este achar adequado, oportuno e conveniente. Graves responsabilidades tem esse partido na forma e conteúdo da actual autonomia. E, pese embora que não unanimemente acolhida por todos os açorianos, a verdade é que foi ela a vencedora e que, apesar de tudo, tem feito caminho. E mal era, quando o PS finalmente no poder, percebeu o espartilho em que as suas cúpulas o tinham apertado nos anos setenta, impedindo-o de plena realização agora, e se lança numa saudável iniciativa de colocar as instituições e as leis ao nosso serviço ( e não o contrário ), que o PSD não avançasse rapidamente para o patamar, livre de instituições colonialistas, e de proibições tutelares humilhantes e antidemocráticas que foi a sua pedra de toque primordial. É um passo de gigante e podemos gabar-nos de termos assistido a mais um momento histórico da nossa vida política, em que se abre pela primeira vez a porta para o sonho de Mont’Alverne: a frente imbatível de todos os deputados insulares. É ainda uma lição para o país e para o mundo, de que a política pode ser sublime quando a servem seres de excepção.
Carlos Melo Bento
28.09.2010
Carlos Melo Bento
28.09.2010
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