Causaram estranheza as notas das nossas escolas quando comparadas com as dos restantes estabelecimentos de ensino do País. Foram humilhantes, inesperadas, embaraçosas. Mas o que correu de errado? Foram os programas? Foram os professores? Foram os alunos? Foi a nossa sociedade laxista e computorizada com os meninos agarrados à Internet de manhã à noite e os pais nas tintas, no afã de darem tudo aos meninos sem nada pedirem em troca? Vai lá saber-se. Mas alguma coisa tem de ser feita de imediato, porque se nós perdermos a juventude, está tudo perdido. Bem podemos arriscar a vida e a liberdade que será tudo em vão, porque se os nossos filhos tiverem piores notas que os filhos dos outros, não tenham dúvidas que vão ser criados destes. Nem vale a pena pensar que a emigração é a escapatória do costume para a nossa impotência, porque ir para o estrangeiro sem instrução é condenarmo-nos a ir limpar as retretes dos outros e mais dois empregos para mandarmos os filhos para a Universidade, de onde saem com vergonha do nosso estatuto social, mudando os nomes para Franks e Rogers e não falando a língua pátria para não haver misturas com os green horns que é a alcunha que dão aos que não se fingem logo americanos ou canadianos. Sejamos justos, ganhar mais com trabalho escravo e estatuto de estrangeiro pouca felicidade dá a quem chora a tristeza do afastamento que nem todo o dinheiro deste mundo compensa. Há que concertar o que está mal no ensino e nas nossas casas. Há que exigir mais de todos: políticos, professores, pais e alunos. Muito mais. De que vale termos instalações escolares modelo, com tudo o que há de mais moderno e pedagógico, se ninguém aprende o suficiente? Somos tão bons ou melhores que os outros. Que rolem cabeças que se imponham sacrifícios de toda a sorte mas que se mude isto que não está nada bem.
Carlos Melo Bento
2010-10-19
Carlos Melo Bento
2010-10-19
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