domingo, 22 de fevereiro de 2009

Kosovo?

 

Triste comparação. Como pode alguém comparar-nos a um país encrostado no território continental doutro, em busca da independência? É imperativo afastar sem tibiezas as confusões que ferem e magoam. Urge destruir equívocos, sem contemplações. O estatuto político dos Açores é uma questão portuguesa que foi só e sempre tratado entre portugueses. Não é uma questão internacional que caiba nos areópagos estrangeiros. Isso queriam eles. Revolução pacífica, proclamou-a MontAlverne Sequeira, em 1895, e assim tem sido e há-de ser até ao fim. Nós portugueses, cá, chamamo-nos açorianos e não somos nem mais nem menos que os doutros azimutes. Ninguém nos manda senão quem escolhemos para nos mandar. Queremos fazer leis que nos permitam viver na felicidade, a que todos os povos civilizados têm direito. Qualquer português que queira vir viver para os Açores (e não dos Açores) torna-se açoriano quer queira quer não. E só se não tiver discernimento, aceitará ser governado à distância por quem não conhece o que custa viver no meio do mar, em abandono quase completo há quase seis séculos, ainda por cima, miseravelmente explorado por aqueles que tinham obrigação de defender os nossos legítimos interesses colectivos, a ponto de nos obrigarem a emigrar para terras estranhas e remotas onde, por infelicidade nossa, vive a maior parte da nossa população! O que dói, é não quererem obedecer às leis em vigor por birra colonial e obtusa, não é o Kosovo. E mais uma coisa, isto não é quintal de ninguém. É a nossa casa!

Carlos Melo Bento

2009-02-17

Sem comentários: