O lançamento de 6 grossos (quase mil páginas cada) volumes das Genealogias de S. Miguel e Santa Maria, do rigoroso e profundo Rodrigo Rodrigues, além de cerimónia bonita, foi momento importante nestas coisas do pensamento. Falecido há décadas, o autor foi sempre referido, pois sabiam os entendidos que a obra era imensa e irrepetível. Seu neto, o distinto médico Henrique Aguiar Rodrigues, preparou a espectacular edição, num trabalho colossal, a ponto de se poder dizer que nunca veria a luz do dia se não fosse ele. Há um ano, outra obra de igual fôlego, foi lançada na nossa Terra: Genealogias da Ilha Terceira, dos Drs. António Ornelas Mendes e Jorge Forjaz, em 9 volumes de igual tamanho e valia, fruto duma vida inteira de amor ao nosso Povo e de muito trabalho sem remuneração material. Mas, se eles sentiram com isso a mesma volúpia que sinto ao escrever a História dos Açores, não tenho pena deles, pois ficam a ganhar. Uma coisa é certa, estas obras são monumentos gigantescos e um serviço sem preço prestado ao nosso Povo. Se Ernesto do Canto nos legou o Arquivo dos Açores, delícia dos investigadores em todo o mundo, Rodrigo Rodrigues, Aguiar Rodrigues, Ornelas Mendes e Jorge Forjaz legam-nos amplas varandas sobre as nossas famílias, ricos e pobres, comuns e aristocratas, intelectuais e iletrados e, através delas, podemos ver saltando, durante séculos, de ilha em ilha, a gerar, educar e tecer este querido Povo que tanto amamos. Ditosa Terra que tais filhos tem.
Carlos Melo Bento
2008-08-30
Carlos Melo Bento
2008-08-30
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