terça-feira, 14 de outubro de 2008

Genocidas

Genocídio é o assassinato de todo um povo. Os nazis fizeram-no com os judeus, os turcos com os arménios e por aí fora. Os açorianos, através do seu Parlamento, e por unanimidade, proclamaram-se como Povo e orgulhosamente inscreveram, no seu Estatuto constitucional autonómico, a declaração de que se assumiam como tal, com governo próprio e território determinado. Estávamos todos contentes e felizes a gozar esse momento de glória histórico e inofensivo e, eis senão quando, vieram os genocidas e “limparam-nos” do estatuto e ficaram eles, então, felizes e contentes. Claro que entre os judeus, os arménios e nós, há uma diferença fundamental: nós ainda estamos vivos e a limpeza étnica, como tudo o que se passa em Portugal, não passou do papel. Mas dói. Pela incongruência de se dizerem democratas e agirem como autocratas. De proclamarem a democracia e praticarem a ditadura. Ditadura ideológica que é a mais grave de todas pois nem liberdade de pensar nos querem reconhecer. Ou melhor, deixam-nos pensar, logo que seja como eles querem. Ora, perante esta situação, de duas, uma, ou acatamos por cobardia disciplinária (ou seja, disciplina partidária) ou erguemos a cabeça e dizemos: não! Serve de pouco, dirão os cépticos. Pois é, mas é essa a diferença entre dignidade e o resto. Entre o ser-se verdadeiro e o não se ser. Por isso, é que um voto no PDA, para mim, vale mil dos outros. Utopia? Talvez. Inconsequência? Talvez não. O Povo Açoriano irá decidir. Quer exista quer não.
Carlos Melo Bento
2008-10-14

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