terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

É bizarro

É certo que as relações laborais, na Base Americana das Lages, se regem por documentos jurídicos que ambas as partes são obrigadas a respeitar nos seus precisos termos. Todavia, parece-me estranha coincidência que as reivindicações do nosso lado surjam com um tom ultra-esquerdino e anti-americano que parece em nada favorecer as justas reivindicações em causa. Se se trata de relações laborais sem mais nada, é bizarro que essas justas reivindicações não sejam desde logo tratadas nos tribunais e tenham de vir à praça pública, sempre com a dita toada anti-americana que não parece bem num povo cuja maioria da população vive nos Estados Unidos ou tem a nacionalidade americana.
Durante mais dum século sobrevivemos abandonados por todos, menos pelos americanos que nas graves crises de guerras ou de vulcões nos abriram as suas portas ou os seus celeiros para que não morrêssemos de frio ao relento ou de fome na penúria. É, por isso, no mínimo deselegante tratar os americanos como inimigos ou como adversários. Para já, aquele nosso milhão e tal de emigrados e filhos que com as suas generosas remessas ajudaram a equilibrar as contas do Banco de Portugal e os orçamentos familiares de milhares de lares açorianos, hão-de sentir-se constrangidos com a atitude. Depois, o lugar e o modo próprios para discutir diferenças dessas não é na rua nem aos berros. Cheira isto tudo a algo estranho à nossa sempre correcta maneira de ser. Mas é bom que as pessoas de bem não fiquem quietas nem caladas.
2008-02-26

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