É a opinião pública que decide o decurso da vida das sociedades. Já Maquiavel notava que, mesmo um exército vitorioso não pode dominar os vencidos contra a vontade da sua população. Os que mandam, duma forma ou doutra, têm de contentar os que são mandados para que não haja convulsões que tudo destroem. Daí que os governantes tenham como principal preocupação conhecer e controlar a opinião pública, o que talvez se possa explicar através dos séculos, com o pão e jogos, a censura, a repressão e actualmente com…a comunicação social. Jornais, televisão, rádio, internets, e os que os manipulam perceberam que podem influenciar a opinião pública, criando casos, dominando figuras públicas, desviando atenções e conduzindo os incautos para situações bem estranhas. Vimos pessoas alheias ao assunto insultar os McCann no Algarve quando interessou transformá-los em vilões e assassinos da filha, vimos destruir políticos por motivos fúteis ou inventados, cria-se pânicos pandémicos. Ganha-se audiências, vende-se jornais e manipula-se uma opinião pública que as escolas não prepararam para resistir à sedução dos escândalos, permitindo-se a um poder não eleito mandar sem garantias de imparcialidade, sem mínimos de competência, sem padrões morais de qualquer espécie. Aprendizes de feiticeiro que brincam com coisas sérias ao sabor de interesses inconfessáveis. Urge impor rigor na informação para podermos viver numa sociedade real e não num conto de fadas ao contrário ou num faz de conta muito perigoso.
Carlos Melo Bento
2009-12-29
Carlos Melo Bento
2009-12-29
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