No Daily Tetegraph, Peter Oborne escreveu:"A chantagem de Portugal pode dar cabo do Euro e a Inglaterra deveria proteger-se". Não consigo perceber os meandros do pensamento da nossa mais velha aliada...nesta conjuntura. Pensava-se que o Primeiro-ministro Sócrates mendigava PECs em Bruxelas. Afinal, para os nossos amigos, trata-se de pura chantagem. Confesso perplexidade. O articulista porém não se fica por aí. Cita Hague (lembram-se?): Comparou a adopção do Euro, a estar-se encravado num edifício sem saídas, e a arder. E termina com isto: Estamos a entrar em tempos aterradores e não há necessidade de tomarmos (nós ingleses) riscos desnecessários. O artigo é grande e diz outras coisas também reveladoras. Eles (os ingleses) pintaram a manta, não entrando para o euro, mantendo as suas colónias (domínios) contra o espírito da Europa mas obrigando-nos a largar as nossas; deixaram os irlandeses e os gregos aldrabarem as contas e depositarem o dinheiro dessas aldrabices nos “Off-Shores” ingleses ou seus parentes. E, agora, a culpa é nossa que os chantageámos. O ilustre articulista chega ao desplante de afirmar que Sarkozy e Merkel estão sonhando (sic!) porque estão a lutar contra forças que não podem controlar. É verdade que estão lutando, apoiando-se e sendo apoiados pelos restantes países que adoptaram o Euro. Mas se há luta de forças não controladas pelas maiores potências económicas (e não só) da Europa Continental, quem é que está por detrás dessas forças incontroláveis? Os mesmos que levaram à união anti natura de toda a Oposição portuguesa (tu quoque filii meus comunistae!) para deitar abaixo um Governo que tentava aflitivamente escapar da bancarrota com o apoio daqueles grandes? Se não é, parece. Açorianos, agarremo-nos firmemente ao barco, resguardemos o piloto, que o maremoto vem aí e não é pequeno. Carlos Melo Bento 2011-03-29
quarta-feira, 30 de março de 2011
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