Estamos, portanto, na mesma situação que estávamos antes das eleições, só que agora o Presidente pode falar em nosso nome com toda a legitimidade democrática. É indiferente que tenham votado nele apenas 16% do eleitorado açoriano. Dos que votaram validamente, 52,88% apoiaram a reeleição de quem nos tratou como nenhum açoriano tem o direito de ignorar. Ficaram em casa 139.066 eleitores! Votaram em branco 3.711 votantes! Outros anularam 791 votos. A verdade é que toda essa gente (143.568 inscritos ou sejam, 64,8% dos eleitores açorianos) nada vale perante os 36.122 votantes do Presidente! Quem não vota, quem vota branco quem vota nulo, pura e simplesmente não conta. Quem manda neles, politicamente, entenda-se, é a maioria da minoria que fez a coisa como deve ser. Quem sabe consola-se. Podem os analistas esfalfarem-se a explicar que os votos nulos e inválidos e a abstenção são um protesto surdo de todos esses açorianos. Surdo pode ser, agora que provocam sonoras gargalhadas num sítio que eu cá sei, isso provocam. Resultado, ficamos na mesma. Por cá César, por lá Cavaco. Alguns mais expeditos tentaram colar César a esta derrota para fins regionais mas isso era o mesmo que dizer que a culpa do Porto estar à frente do campeonato é das derrotas do Santa Clara. São campeonatos diferentes, jogos diferentes e campos diferentes. O Santa Clara é simpatizante e apoiante do Benfica mas isso será um tanto indiferente para o que se passa nos relvados continentais da primeira liga. Mesmo que o Santa Clara ganhasse (como lhe competia) todos os jogos da sua, isso em nada melhoraria a posição do seu apoiado. A César deve Alegre 2.773 votos a mais do que teve em 2006. Talvez seja pouco mas será um sinal de que ele, mesmo com um candidato não ideal, ainda tem influência positiva no eleitorado açórico.
Carlos Melo Bento
2011-01-25
Carlos Melo Bento
2011-01-25
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