Por incrível que pareça a alguns distraídos, a eleição do Chefe de Estado é mais importante do que a eleição do melhor treinador do mundo. Infelizmente, açorianos há que sabem tudo de futebol e nada sobre política. A nossa vida (incluindo o futebol) depende da forma como formos governados. Certo que o presidente da República não governa, mas é tanta a importância do cargo (antes exercido, e por graça de Deus, só por reis e filhos) que um capricho dele muda tudo. Daí que não pode ser indiferente aos açorianos a pessoa que vai exercer o cargo. Corre-nos nas veias o mesmo sangue, descobrimos e povoámos isto e sempre quisemos pertencer ao conjunto colossal que ajudámos a criar, participando na expansão e na construção do Império. Quando este regrediu, parou à nossa porta. Como já não éramos exactamente iguais, conseguimos autonomia. Esta, até ver, vem servindo para aprendermos a governarmo-nos, mesmo contra vontade de alguns que, no seu interesse, não querem que deixemos de contribuir com o que isto rende para o regabofe nacional. Ora, um dos actuais candidatos, não fez cerimónia em humilhar-nos publicamente como Povo cujos representantes votaram por unanimidade certo Estatuto. Mandou parar o País e toca a desancar-nos. No estrangeiro, contra a palavra solene que dera, criticou-nos como se fossemos lixo. Nem respeitou o voto democrático (ah! se isto fosse uma ilha inglesa!), borrifou-se para a vergonha em que nos colocava perante o País e o Mundo, e, olhando apenas para o umbigo, mandou-nos arrumar tudo na mala e calar. Podia ter chamado os responsáveis, pedido que reconsiderássemos, que havia soluções de compromisso, que evitássemos humilhações, como faria alguém de bom senso e bom feitio. Não senhor. Tirem já isso dali e acabou-se! que quem manda sou eu. E quando houver eleições, votem em mim, ouviram?
Carlos Melo Bento
2011-01-11
Carlos Melo Bento
2011-01-11
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