Normalmente não exige muita atenção a intrigalhada política continental porque ela nos desvia a atenção dos nossos problemas que, esses sim, precisam que cuidemos deles. Mas, às vezes, não é possível evitá-lo, uma vez que os açorianos não quiseram ser independentes pelo que, agora, há que gerir as dependências o melhor possível, e enquanto for possível. A mais importante delas é a chefia do Estado para cuja eleição nós contámos qualquer coisa como dois por cento se votássemos todos…mas, vota apenas metade. Mesmo assim, os de lá não desprezam essa migalhinha. A partir daqui, vejamos o que está em jogo: o candidato que nos humilhou publicamente cá dentro e lá fora diz que o País não pode aguentar uma crise política em cima duma crise económico financeira. Mas, a verdade é que só se ele vencesse é que a crise política seria inevitável, pois ninguém acredita que Alegre, se ganhar, vá demitir o seu próprio partido do poder. O candidato em causa que não respeitou o nosso Estatuto, votado por unanimidade por todos os representantes do Povo Açoriano, diz que o País não aguenta uma segunda volta eleitoral, mas o que ele quer dizer (e não diz) é que se não ganhar à primeira, já não ganha à segunda contra a esquerda unida. Finalmente, ele acusa os outros da ineficácia financeira do Estado mas esquece-se, apesar de não precisar de reincarnar 2 vezes para ser um pessoa séria, que se estamos na UE há 25 anos, ele ocupou os mais importantes e responsabilizantes cargos do Estado durante 15! Nunca poderá ser absolvido da situação actual, com a agravante de ter herdado parte substancial da pesada herança em ouro que o outro deixou. Agora, ameaça com mais 5 anos de permanência à frente do Estado! Se calhar a culpa da actual crise, na sua cabeça, foi nossa. Por isso, se os açorianos votarem nele, além de cometerem um erro político óbvio, praticam uma indignidade que os nossos antepassados nunca cometeram.
Carlos Melo Bento
18.1.2011
Carlos Melo Bento
18.1.2011
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