Pastel, laranja, ananás, chá e vacas foram indústrias que a nossa economia gerou por iniciativa particular e que, em tempos de pobreza e má distribuição dos meios de produção, mataram a fome a muitos e enriqueceram alguns com alguma justiça porque se lançaram no risco de perder ou ganhar e ganharam. Ultimamente, com a governação socialista ergueu-se a chama do turismo que desde os tempos do pioneiro Augusto Arruda vinha enfrentando dificuldades sem conto, mormente a da incompreensão e que finalmente saltou para o patamar das actividades salvadoras. Só que, agora, o erário público avançou com a compreensão e com a massa, retirando à iniciativa privada o risco pois o Estado nunca perde. Mas os lucros ficaram envolvidos por penumbra que não deixa ver se vêm como dividendos ou subsídios, circunstância que não mobiliza senão os que se submetem aos desejos dos que mandam que não são necessariamente os da razão. Têm poder, têm dinheiro mas podem não fazer as escolhas correctas na miríade de problemas e decisões que o empresário tem de resolver e tomar para levar a iniciativa avante. É certo que os governantes correm o risco de perder o lugar se não acertarem nas escolhas pelo que terão sempre interesse em decidir bem; mas não é a mesma coisa, dadas as alternativas de sobrevivência que as oposições possuem nos quadros do Estado. O turismo parece ter sido uma boa escolha e não é a presente crise, por mais profunda e tenebrosa que se anuncie que vai alterar a corrente turística que os transportes geraram irreversivelmente. Saber se os particulares vão entretanto esperar e manter o sonho é outra questão, pois a economia não pára com as crises, nem no lugar nem no tempo. Outra coisa, se os socialistas não querem perder a rosa, nós açorianos não devemos perder a unidade alcançada com tanto sacrifício.
Carlos Melo Bento
2010-03-23
Carlos Melo Bento
2010-03-23
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