Sempre pensei que a forma como em Portugal se dava e gastava o dinheiro da Europa era insensata. Com ele em barda, fizeram-se as coisas mais incríveis que lembravam aqueles tolos que, enquanto os pais são vivos levam uma vida regrada mas que, depois deles morreram, torram-lhes a herança em dois dias, caindo na miséria sem saberem fazer nada, acabando em contínuos duma repartição qualquer quando têm sorte ou na cadeia quando a não têm. Os bancos por seu turno, passaram a emprestar quase apenas contra as declarações do IRS como se não fosse fácil aumentá-las falsamente um ano ou três para depois levantar o crédito que, no fim, não se pode pagar mas que entretanto já se gastou em carros, viagens, festas e outras tolices. Só que, insensatos, esses mesmos bancos continuaram atrás dos clientes como gato a bofe, oferecendo-lhes dinheiro em cheques que lhes mandam para casa com todo o impudor deste mundo e do outro. Em obras públicas, os governos não foram melhores, com iniciativas megalómanas e atrevidas mas nem sempre de garantida produtividade e necessidade (haja em vista os estádios de futebol e as obras da Expô de Lisboa a fazer lembrar os disparates dourados do Senhor D. João V e os seus aquedutos quilométricos e capelas em ouro puro brasileiro). Nunca porém ninguém pensou que dentro da banca pudesse haver burlas do tamanho do mundo que nos podem perder a todos. Que tipo de gente é esta que guarda as nossas poupanças? Que tipo de negócios realizam com o dinheiro dos outros? Que tipo de pessoas são as que o estado encarrega de vigiar a actividade de todos eles? Que estado é este que dá subsídios e não se preocupa em saber se o dinheiro deles foi aplicado para o fim a que se destinaram? Assim não.
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