sexta-feira, 15 de julho de 2011

Lixo são eles

Vasco Garcia dixit: as Moodis e companhia nem sonharam com a bolha do mercado imobiliário que lhes rebentou nas mãos (salpicando-nos a todos, digo eu). Desconheceram completamente a questão da Lehman Brothers que levou à cadeia um dos homens mais ricos do mundo (prisão perpétua, seja lá o que isso significa na América) e à ruína de milhares de pessoas que acreditaram nesses energúmenos. Depois, cantaram loas aos bancos islandeses, um dia antes deles irem à vida completamente falidos. Para esses “honestos” trabalhadores do capitalismo selvagem e imoral, é ignorância a mais mas a suficiente para que o País possa descansar na firmeza de acertar as contas, colocando as despesas ao nível das receitas e ir pagando o passivo que um calculismo criminoso de credores desonestos criou com o beneplácito de todos (ninguém conseguiu recusar as benesses do estado social ainda que os mais prudentes vissem logo que era muito queijo por um escudo). Vieram aqueles desgraçados classificar-nos de lixo. Bom, lixo é a tiazinha deles e talvez a mãe que o pai certamente não sabem quem é. Como sempre defendi, os nossos governos não têm poder contra as manigâncias internacionais e são mais vítimas que autores duma situação que não é tão má como a pintam pois a superprodução continua e há mais bens que pessoas; a situação é apenas de distribuição de riqueza e não de crise económica. Como disse alguém, isto é terrorismo financeiro que deixa cair uma bomba aqui (Grécia) ou ali (Portugal), a ver se pega alguma bancarrota e, como não pegou, aguenta-te Itália que já lá vamos. Se a dívida não for reestruturada e perdoada em parte, como tem de ser, porque o que é roubado não é lucrado (e os juros criminosos merecem é castigo pesado), isto continua. Senão, tirem o velho Marx da gaveta porque o colapso do capitalismo está aí, ao voltar da esquina e então vai tudo ao ar.

Carlos Melo Bento

2011-07-12

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