sábado, 29 de agosto de 2009

Revoltados

minha terra vulcânica e verde
De criptomérias altas, lendas encantadas
- meu chão de Açores meu leito de azáleas
Victor Meireles, 1976

Neste Verão esquisito não é fácil dizer alguma coisa que não seja este grito de alma do maior poeta açoriano vivo. Ouvi, sem acreditar, as palavras sentidas do presidente do Capelense, magoado com uma qualquer Federação não sei bem de quê que, perante uma atitude de facciosa sentença, sistematicamente a favor dos de lá contra os de cá, teve uma reacção que me deixou atónito: - “Já estamos habituados”. Habituados, presidente? Habituados a quê, a ser desprezados por quem não tem categoria nenhuma? É no desporto e é em qualquer outra coisa. Habituados? Mas desde quando é que pessoas de carácter se habituam a injustiças? Saia dessa Federação e bata-lhes com a porta nas ventas, Presidente e não nos envergonhe com atitudes de subserviência que não só dão um exemplo a não imitar como são a demonstração do que há de mais reprovável na nossa maneira de ser. Respeitamos toda a gente, menos aqueles que não nos respeitam. Sejam eles quem forem. Senão não vale a pena viver. Pelo menos assim! Para eles tudo para nós nada? Pois então que vão à vida deles que nós vamos à nossa. Que herança queremos nós deixar aos nossos filhos? Acomodados escravos? Ou revoltados homens livres?
Carlos Melo Bento
2009-08-25

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