quarta-feira, 20 de maio de 2009

Histerismos

Pode pensar-se que alguma coisa de estranho se passa com os barcos encomendados a Viana do Minho pelo nosso Governo e que, após demoras e rocambolescas manobras, desembocou no rasgar do contrato por nossa parte. Aparentemente porque o produto final, sendo realmente muito bom e muito belo, era lento. Faltava-lhe dois nós de fôlego. E o governante implacável, zangou-se e mandou o prestigiado estaleiro às malgas. Acho estranho. Dois nós?!? Ao que me dizem, numa viagem marítima de passeio entre S. Miguel e a Terceira, tal redundaria num atraso de menos de duas horas. E o que é que isso tem? Não se podia ter renegociado o preço final? Não podia o Governo obter noutro sector vantagens que equilibrassem os escassos nós em falta? Cheira que, por detrás das razões publicadas, haverá outras que expliquem a medida draconiana. Que, não que a oposição é que tem culpa porque levantou o problema na ânsia histérica de criticar o governo e baralhar a opinião pública. O histerismo existiu mas será que alguém acredita que César alguma vez ligou aos histerismos da oposição? Não, aqui há gato e aparentemente de raça traçada, pois não vejo que a salvaguarda dos nossos interesses colectivos e os do Estado estejam a ser defendidos por uma decisão mais que discutível. Sempre se viu renegociar (aluguer, recepção provisória, e sei lá que mais), em matéria tão difícil como a construção dum barco daqueles. Porque razão agora haveria de ser diferente? Haja bom senso e, principalmente, discernimento.
Carlos Melo Bento
2009-05-19

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