domingo, 4 de março de 2012

Debates

Não seria útil para o eleitorado açoriano que começassem a ocorrer debates públicos entre os líderes dos dois principais partidos sobre temas com interesse para o povo deste arquipélago e sua diáspora, escolhidos por profissionais? Temos assistido, até agora, a um diálogo à distância que pouco esclarece sobre a bondade das soluções apontadas por cada um dos candidatos plausíveis a Santana. Vasco Cordeiro inaugura um monumento e diz que a boa governação é azul ou amarela. Berta Cabral preside a uma cerimónia municipal e responde afirmando que a boa governação é bordeaux ou laranja forte. Temos de convir que esse tipo de controvérsia, se é cómoda para os dois e para os seus colaboradores mais próximos, é completamente absurda para o grosso da população interessada em saber quem merece suceder a Carlos César no palácio dos Marqueses de Jácome Correia. Pelo andar da carruagem, parece que aqueles dois políticos estão, neste momento, praticamente empatados em relação aos eleitores que já se decidiram. Mas e os outros que é quem vai resolver quem ganha, não mereciam uma abordagem aprofundada das opiniões dessas duas forças em confronto? São ambos adversários temíveis e servidos por forças partidárias sem paralelo nos Açores. Mas têm, salvo erro, de revelar a tempo e horas, não só as equipes que tencionam formar como os projetos que querem realizar, se e quando formarem governo. Não estamos propriamente a escolher o mordomo para uma Irmandade do Senhor Espírito Santo. Estamos a escolher quem vai gerir um orçamento colossal e vai definir estratégias que nos afetarão a todos, e todos temos o direito de saber mais qualquer coisa do que as táticas e estratégias de bastidor que podem ser fascinantes mas que contam pouco para o que é verdadeiramente importante. Neste momento não se discute a capacidade dos antagonistas porque têm provas dadas. Discute-se é o resto. E isso, só eles é que sabem e só eles podem revelar.
Carlos Melo bento
2012-01-31

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