Esta questão da Madeira está a ficar preocupante porque nos prejudica. Com a mania, dos políticos portugueses confundirem os dois arquipélagos, tendência que a maior parte da população compartilha porque para eles, é tudo “a ilha”, há que ter cuidado. Nem tudo é justificável em política partidária. Já não falo nos insultos ou insinuações ou exageros ou até mentiras. Porque na luta pelo poder temos visto os eleitores engolirem de tudo e gostarem. Como o destino das eleições é para o comum das gentes, escolher o próximo de que se irá falar mal, não vai nisso nenhum mal ao mundo e o povo que se desenrasque que cada um tem o governo que merece. O problema agudiza-se quando, por falta de escrúpulos, se ofende o principal. Num daqueles exageros que cometi no tempo da luta pela independência, proclamei que “acima dos Açores, só Deus”. Em certa medida, queria significar que os Açores (e dentro deles os açorianos) são um valor absoluto, pelo menos para nós. Tudo o que bulir com isso, deve ser inadmissível. Caso contrário, é a mesma coisa que vermos bater num filho e não fazer nada. É contra natura. A dívida da Madeira é muito grande e terá sido contraída à revelia do governo central (como se este nunca tivesse feito nada à nossa revelia!) mas há que não esquecer que os madeirenses beneficiados com ele são mais dum milhão e nós vemos dívidas de empresas públicas portuguesas muito mais elevadas e servindo muito menos gente. Penso que um governo de mais de 30 anos, como o da Madeira, não é saudável porque os governos muito longos baseados numa só pessoa geram distorções perigosas para uma democracia que se quer sã. Mas a campanha miserável e unânime que do continente é movida contra Jardim, se fosse nos Açores, provavelmente teria o efeito contrário ao pretendido. E, aqui para a gente, oxalá que sim.
Carlos Melo Bento
2011-10-03
Carlos Melo Bento
2011-10-03
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