terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Tréguas e vexames

A guerra entre a comunicação social e a mais poderosa figura do Estado, o primeiro-ministro (o Presidente nomeia-o ou demite-o mas não governa) não augura nada de bom. Como aquela alimenta a opinião pública que escolhe os primeiros-ministros, percebia-se que ganhasse a CS. Mas isso não é líquido porque o executivo tem a força que os media nunca terão. Eles moldam o objecto, mas quem o faz é quem governa. John Mayor, jornalista, foi primeiro-ministro e pagou o atrevimento…Está o País em encruzilhada perigosa; o bom senso dita que se guardem tréguas até a tempestade passar. Infelizmente, o desvario histérico leva à criação de casos em cima de casos para o tira-te para eu me pôr que já se adivinhava quando o PS perdeu a maioria. Penso que o governo Sócrates pode cair, só não sei é se o País cairá com ele. A maioria espúria que se formou para alterar a Lei das Finanças Regionais que, por uma vez, nos fazia justiça, permite pensar que as Oposições não terão escrúpulos em unir-se (apesar dos abismos políticos que as separam) para tentarem subir ao poder. Esperam-nos tempos difíceis e não foi agradável ver-nos desunidos quando até os socialistas madeirenses se uniram contra nós. César está certo: não há disciplina partidária que justifique procedimentos anti açoreanos. As urnas falarão. Entretanto, dêem transporte ao mutilado de guerra Gilberto Sousa. Poupem-nos o vexame de o ver rastejar na rua sem as pernas que o amor à Pátria lhe roubou na juventude.
Carlos Melo Bento
2010-02-09

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