Com emoção assistiu-se à triunfal recepção a Craig de Mello proporcionada por quem de direito rematada por inesquecível recepção no Teatro Micaelense em que o ilustre visitante proferiu conferência de alto nível científico explicativa da tese que o levou a Estocolmo e receber o mais importante e prestigiado galardão do mundo. Um sistema de tradução simultânea diligentemente distribuído aos convidados, ajudava a perceber o que aquele bisneto de uns pobres emigrantes da Maia e hoje príncipe da ciência, dizia, em inglês. Seu bisavô, se vive fosse, também usaria o aparelho. Foi das cenas que mais emocionantes o ver, na América, uma avó falar com um neto ainda criança e este responder-lhe apenas em inglês que ela não percebia. Só o amor os unia mas, ainda assim, a barreira era tremenda e traduzia o drama de quantos a emigração espalhou irremediavelmente. Mas a questão aqui é outra: um dos nossos conseguiu o Nobel. Dêem-nos terreno que o cultivamos. Somos bons como os melhores e se na nossa terra não conseguimos vencer, a culpa não é só nossa. A recepção foi triunfal, bem preparada e digna de quem a fez e de quem a recebeu. Algumas ausências inexplicáveis. Oxalá que no calor das lutas eleitorais não se pise o risco com posturas fracturantes de efeitos irreversíveis. Somos tão poucos que desunidos de nada valemos.
Carlos Melo Bento
2009-07-14
Carlos Melo Bento
2009-07-14
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