quarta-feira, 20 de maio de 2009

A Voz

Estas eleições europeias não deixaram aos açorianos qualquer margem de manobra a não ser as de bastidor em que os principais partidos se deleitaram, puxando mais para cima ou mais para baixo os respectivos campeões internos, escolhidos por forma muito pouco transparente. Nada se pode dizer das pessoas em si, estimáveis e certamente prontas a dar o seu melhor se forem eleitas. Só que (parece) que os socialistas e sociais-democratas açorianos pouco tiveram a ver directamente (como era seu direito) com as escolhas decididas em outras esferas e não debatidas publicamente e, ao que sabe (e sabe-se muito pouco), nem privadamente, por aqueles. A sua intervenção vem depois da decisão tomada e não antes, como impõem as boas regras democratas. No tempo do Estado Novo, era de facto assim: os notáveis locais insinuavam dois ou três nomes para Lisboa; Lisboa excluía este ou aquele por insondáveis razões, e os aficionados locais aplaudiam a lista final que vinha da capital pela crença generalizada de que tinha sido benzida por Salazar e, portanto, indiscutível. Mas isso foi na ditadura. O mesmo comportamento em democracia é intolerável. Mas só nos podemos queixar de nós próprios. Porque não impusemos um círculo eleitoral autónomo? Pois…
A voz da saudade calou-se para sempre. Morreu Hermínio Arruda. Quantas lágrimas correram ao som da sua música? São Miguel será sempre a tua terra e, enquanto memória desta vida se consentir, serás sempre lembrado, Amigo, entre aqueles cuja alma saciaste, cantando.
Carlos Melo Bento
2009-05-05

1 comentário:

Flávio Gonçalves disse...

Infelizmente o PDA não se apresentou a eleições, talvez nas autárquicas?