Diz-se que um terço dos calotes à banca se deve aos divórcios, solução agora perigosamente em moda para resolver todas as questões conjugais. Comprados a casa e o carro a prestações, tudo se desmorona quando o casal dissolve a sociedade conjugal e…abre falência. A primeira consequência é deixarem de pagar a casa, pois o carro é importante para o engate seguinte. Principalmente para aquele que teve a lucidez de o pôr em seu nome e guardar as chaves na hora da partida. Se o outro “ex” é vingativo, sai providência cautelar e o carro fica a apodrecer até que a “credi” qualquer coisa tome providências que geralmente se resumem a ficarem com a viatura ao preço da chuva enquanto a dívida sobe à razão dos juros. No fim, casa e carro são perdidos e vendidos por preços abaixo da dívida, ficando os “ex” devendo a diferença por muitos e bons anos. Como a culpa apenas pode ser imputada aos desavindos, não parece que o Estado deva intervir e as pessoas é que têm que ver o que fazem e antes de casar ou pensar duas vezes antes de se divorciarem que o casamento não é propriamente um par de sapatos que se põe de lado quando sai de moda. Mais grave porém é a situação que resulta do desemprego de um ou dos dois. Aqui o Estado tem de pensar numa forma qualquer de intervir até que novo emprego apareça, visto ter intervido demais na economia e não possa agora lavar as mãos quando ela dá de si. Uma espécie de abono para casa, no desemprego. A prazo, claro que estas coisas quando são fáceis tendem a eternizar-se.
Carlos Melo Bento
2008-08-19
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