sábado, 10 de setembro de 2011

Censuradas

A RDP e a RTP Açores têm vantagem sobre as suas congêneres: não esmagam com anúncios. Outra qualidade é dedicarem-se aos Açores. A questão põe-se porém em saber se o tempo que nos dedicam é o suficiente e, mais importante, se é bem aproveitado. Se falarmos em tempo cronológico e atmosférico, batem as outras, pois, embora seja a única estação televisiva que começa as notícias minutos depois da hora, sem dispensar o cronómetro, dão o boletim meteorológico (mesmo em rodapé, tipo breakimg news), frequentemente. Questões económicas e bandas de música, também. Anúncios do Governo Regional são quase tantos como a publicidade comercial das outras. Não é uma crítca, é uma constatação. Só que o actual estado de coisas nessas estações (nossas porque têm o nosso nome) não lhes dá credibilidade por melhor que sejam (e são) os seus profissionais. Diz-se que é falta de dinheiro mas penso que posso desacreditar essa afirmação lançada para encobrir uma censura centralista. A informação veiculada peca por não ser totalmente livre, o que lhe retira interesse, transformando-as em sensaborias. Promovem concursos locais interessantes e aliciantes, mesmo diferidos? Foruns matinais diários sobre questões de interesse local (mas não económicos: droga, repatriados, sem abrigo, prostituição infantil, desemprego fraudulento, subsídios sem fundamento, insegurança, etc) com intervenção directa deste povo? Debates diários sobre questões políticas açorianas, envolvendo jornalistas e políticos polémicos? Programas intensivos com os jogadores, treinador e dirigentes das equipes mais qualificadas, de modo a criar um clima que leve aos estádios os aficionados? Para quê a emissão de enlatados? As nossas notícias em horário nobre, não as dos outros. Açorianizar só no nome, ao serviço de interesses mesquinhos e avaros é coisa desprezível.
Carlos Melo Bento
30.8.2011

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