Em cumprimento de tradição antiga por mim iniciada quando tomei posse há três décadas, de presidente da Ordem nos Açores, acompanhei o Bastonário dos advogados de visita a esta ilha com o actual titular açoriano, Eduardo Vieira. Costumam os micaelenses levar os seus visitantes a certos lugares chave e foi o que nós fizemos. Na Caloura, estivemos com Mestre Borba Vieira que serviu de cicerone explicando como só ele sabe as obras de arte que ilustram o seu belo centro de cultura. Cantos da Maia, Domingos Rebelo, e tantos outros impressionaram o visitante, sensível aos artistas que desconhecia. Na Ribeira Grande contei a história do bebedoiro coberto de lava do vulcão quinhentista que Frutuoso descreve, maravilha única no mundo e mal aproveitada. Depois, gentileza do presidente da Câmara e da responsável que a desoras nos proporcionou e guiou a visita ao Arcano que a mão segura de Mário Moura rodeou de ambiente adequado, proporcionando por encantamento uma viagem ao passado post liberal que tanto mal fez no século XIX, visando o bem. Não resisto a proclamar que se trata da mais conseguida experiência museológica dos últimos tempos que merece ser divulgada entre nós pois não faz sentido que estas obras-primas sejam mais conhecidas por forasteiros do que por nós, como infelizmente acontece. A propósito, alguém me pode explicar porque, no debate que anteontem ocorreu na RTP1, esteve ausente a maior autoridade nacional de vulcanologia? Empenhos, manobras de bastidor, audácia ou ignorância?
Carlos Melo Bento
2010-01-19
Carlos Melo Bento
2010-01-19
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