tag:blogger.com,1999:blog-6578946194706819062024-03-12T21:36:24.471-07:00Carlos Melo BentoEste Blog destina-se à divulgação de artigos de imprensa e outros trabalhos do autor.Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.comBlogger222125tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-46176565825629753602017-03-08T10:34:00.004-08:002017-03-08T10:39:00.814-08:00<h2 style="text-align: justify;">
<b><span style="color: red;">Manicómio </span></b></h2>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<h2 style="text-align: justify;">
Era uma vez, no século XIX, filho
do muito dinheiro que a laranja atraía, o Banco dos Açores. Parece que ele,
cansado de viver no Arquipélago, resolveu viajar para o reino (nome que então
se dava ao Continente) para se juntar a um amigo chamado Totta, rebatizando-se
em Totta e Açores. Os micaelenses, coitados e desesperados com a ausência
definitiva do seu banqueiro fundamental, resolveram arranjar outro. Criaram
então, com o dinheiro dos ananases que, com tanto trabalho produziram do nada, o
Banco Micaelense que, com altos e baixos, passou a revolução de 1974 e caiu nos
braços dum senhor muito maluquinho que era então, calcule-se, primeiro-ministro
de Portugal, que então foi conhecido por manicómio em autogestão. Esse sujeito
resolveu nacionalizar todos os bancos, menos o dele (claro). E o Banco
Micaelense foi na enxurrada. Depois, houve um cavaleiro andante que o arrebatou
e transformou no Banco Comercial dos Açores ou BCA (não o deixaram ser apenas
Banco dos Açores porque isso cheirava a separatismo). Rodaram os anos e, da
Madeira, veio então um tal Banif que engoliu o BCA. Depois, em Lisboa, surgiu
um Santander Totta que escondeu o Açores e depois também tragou o Banif. Ficámos
descalços outra vez. É o destino, dirão alguns e se calhar têm razão, que nos
faz juntar dinheiro, criar bancos e depois perdê-los. A verdade porém, é que,
nenhuma economia sobrevive sem um banco à sua dimensão. Hoje, só a Caixa
Económica de Angra parece poder chamar-se Banco dos Açores. Mas será o
suficiente? Melhor, será o que a economia micaelense precisa para poder
consolidar-se e crescer? Da maneira como estamos, a verdade é que o Governo
Regional derrama mil milhões todos os anos sobre a nossa economia e todos os
anos eles se escoam sabe-se lá por onde ou para onde. Não terá chegado a altura
de fazermos outro banco?</h2>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Dezembro 2016 <o:p></o:p></div>
Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-1298551354770495262017-03-03T15:37:00.002-08:002017-03-03T15:37:22.837-08:00<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: red;">Que pena</span></b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A passagem do Presidente dos
Estados Unidos, país onde vive a maior parte dos açorianos, pela ilha Terceira,
mesmo a pretexto de escala técnica, constituiu uma oportunidade perdida. Para
nós porque mesmo os poucos minutos que o homem mais poderoso do planeta por ali
andou a esticar as pernas não foram aproveitados pelas nossas autoridades para
o irem cumprimentar, como era talvez sua obrigação, e dizer-lhe o que pensamos
do aparente abandono a que os seus súbditos (ou o seu governo) querem votar a
Base militar que ajudaram a construir e que tantos perigos e vantagens
materiais nos trouxeram. Irrepetível o momento. Falharam, se me é permitida a
insolência, 3 entidades. A primeira, o governo central (que ainda por cima tem
um Representante, precisamente nessa ilha) e o seu ministério de negócios
estrangeiros que deveriam ter estado presentes para lhe dar as boas vindas e
tentar sensibiliza-lo (subtilmente, embora) para o drama
económico-financeiro-social que é aquele abandono. Obama, nos 2 meses que ainda
tem para governar, com uma simples palavra, poderia ter alterado o rumo da história.
A sua passagem pelos Açores pode não ter sido inocente (pois em política nada o
é) mas a ausência ali do governo central, certamente que também não foi. Depois,
as instituições autonómicas não fizeram bem em não o terem saudado, ao mais
alto nível. Se Obama tivesse feito uma escala técnica em Lisboa, com tempo
suficiente para esticar as pernas, certamente que não era recibo por 2
sargentos e 1 cabo. Desaproveitou-se uma ocasião de oiro que nunca mais se
repete. Foi pena porque se pode ter pensado que só respeitamos os que sobem ao
poder e não os que saem dele. Finalmente, não se percebe a ausência do
Presidente da Câmara da Praia da Vitória que tem aproveitado todas as oportunidades
para defender a sua Dama e deixa escapar a que poderia ter sido a mais eficaz
de todas para falar com o homem certo no lugar certo. Foi pena. <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
21 de novembro de 2016<o:p></o:p></div>
Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-66202181036467014582017-03-03T15:32:00.004-08:002017-03-03T15:33:27.130-08:00<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;"><b>Introspeção</b></span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Numa conversa sobre a criação
da Casa dos Açores do Canadá, alguns açorianos das ilhas do grupo central,
disseram uns para os outros, ”Melhor será que nos afastemos dos micaelenses
porque eles estão sempre a brigar uns com os outros e com eles não vamos a
parte nenhuma” A conversa magoa e muito. Principalmente porque é verdade. Nós
micaelenses somos um povo com grandes qualidades a nível de indivíduos mas
quando toca à união em busca dum objetivo comum, de nível superior importante,
brigamos como ninguém e normalmente em voz pouco baixa. Depois, em vez de
raciocinarmos sobre o assunto posto em cima da mesa, insultamos o outro, porque
ele é isto, aquilo e aquele outro. E o outro responde na mesma moeda
chamando-nos os mesmos nomes e, por vezes, estendendo-os à família mais próxima
e por aí fora. Há exceções, é verdade, e quando aparece um Mota Amaral, um José
de Almeida, um Carlos César ou um Aristides da Mota, somos solidários e,
consequentemente, invencíveis. Por outro lado, depois duma discussão feia,
ficamos todos mal uns com os outros…para sempre! Isto é, até à próxima festa em
que todos falam como se nada fosse e ficamos prontos para a mesma discussão e
assim sucessivamente. Por isso, às vezes, não somos levados a sério e, por
isso, também, é tão fácil uma pessoa de fora ter mais influência sobre nós do
que um dos nossos. Basta perceber o esquema, ser esperto quanto baste e, quando
damos por isso, estamos a emigrar para qualquer lado, que os lugares estão
todos ocupados pelos de fora, e o pior nem sempre são melhores que nós. Por
isso, nos tempos históricos da FLA, alguém gostava de dizer que o melhor dos
outros é sempre pior que o pior dos nossos. Mas, enfim, a vida continua e se
tivermos de começar outra vez do princípio, não é o fim do mundo. Já não seria
a primeira vez…<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">28 de novembro de 2016 <o:p></o:p></span></div>
Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-34028731579854062732017-03-03T15:27:00.002-08:002017-03-03T15:27:30.725-08:00<div class="xmsonormal" style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: red;"><b>Os melhores de 2016<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="xmsonormal" style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="xmsonormal" style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="xmsonormal" style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
E pronto, chegou a altura de, mais uma vez, olhar para o ano
que agora acaba e escolher os que mais se salientaram nos diversos ramos de
atividade. Começo pelo desportista e escolhi o micaelense Clemente Ventura,
jogador do Santa Clara<span style="font-family: Calibri, sans-serif;">
pela terceira época consecutiva</span>, <span style="font-family: Calibri, sans-serif;">recordista dos marcadores do seu clube em competições
profissionais (36), o segundo melhor mercador da Taça de Portugal (21 golos) e o
símbolo da nossa garra e dedicação à Terra onde nasceu e pela qual luta. No
jornalismo, vejo em Teresa Nóbrega com toda uma carreira devotada à profissão,
o exemplo de que o profissionalismo não conhece barreiras e pode atingir a
perfeição em qualquer azimute, quando esta é procurada obstinadamente com
dignidade em cada ato que se pratica no seu exercício. Como cientista do ano,
opto por Rui César pela sua obstinada ação no sentido de usar os seus
conhecimentos científicos para melhorar a saúde do seu semelhante, sem
desfalecimentos mesmo quando os diretos beneficiários da sua obra não colaboram
completamente com os constantes esforços para os convencer da bondade dos
conselhos e dos perigos da doença que persegue sem desfalecimentos há longos
anos. Quanto ao livro do ano vou escolher 2 ex aequo: Macau, na Era
Napoleónica, início dos Tempos Gloriosos do Ouvidor Arriaga, de António
Alves-Caetano e Uma Aventura Corvina, de José Carlos Magalhães Cymbron. Aquele,
porque o irmão de Marcello Caetano elegeu o grande faialense Miguel de Arriaga
que salvou a joia do Oriente para Portugal em tempos tão difíceis. E o segundo
porque a engenharia militar ao serviço dos Açores é posta no lugar que
merece…finalmente! Para artista do ano e pensando na Viola de Dois Corações é
inevitável eleger Zeca Medeiros que atinge a perfeição com um trabalho, numa
autêntica sinfonia que ele rege a partir dos melhores em cada instrumento, com
mestria e elevação. Insuperável. Bom Natal.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="xmsonormal" style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri, sans-serif;">18
de dezembro de 2016 <o:p></o:p></span></div>
Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-61315903958674789642017-03-03T15:23:00.003-08:002017-03-03T15:23:27.638-08:00<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="color: red;"><b>Futilidades</b></span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Esta questão da gerigonça teve um inesperado efeito
secundário. Transformou o PC e o BE em duas formações civilizadas, moderadas,
cautelosas e perigosamente (no meu ponto de vista direitista…) aceitáveis.
Aquelas insuportavelmente agressivas intervenções desapareceram, dando lugar a
um raciocínio de aparente bom senso. Rainer Daenhart, muito mais à direita que
o subscritor destas linhas, no auge da luta que se seguiu ao 25 de abril e até
25 de novembro, dizia que era preciso cuidado com os comunistas porque eles são
mesmo comunistas. Dá que pensar, principalmente quando se cantam loas a um
ditador sanguinário que a serem verdadeiras as acusações que lhe fazem os
próprios cubanos que conseguiram escapar às suas garras, mete num chinelo
muitos ditadores de direita, incluindo os nossos. Porém, perante um rei
democrata, chefe de estado do país mais vizinho de Portugal, se quedam sentados
e quietos depois dum discurso do monarca que é um autêntico hino à amizade dos
dois povos. Deselegante é o mínimo que se pode dizer. Sempre gostaria de ver o
que fariam se o presidente português fosse a Espanha fazer um discurso do
gênero às Cortes e os monárquicos desse país ficassem sentados sem aplaudir,
como protesto contra o seu republicanismo! Pode dizer-se que essas picuinhices
não têm importância nenhuma e é verdade. Mas envergonham todo um povo que tem
direito a ser respeitado. Depois, convidar o rei de Espanha a visitar o país na
véspera do dia em que se comemora a data em que os seus correligionários de antanho
foram corridos à batatada ou foi uma distração de todo o tamanho ou uma gafe
quase tão grande como beijar a mão da rainha da Inglaterra em Inglaterra ou
colocar o casaco nas costas da cadeira em jantar de grande gala. São coisas que
não devem acontecer ao mais alto nível do estado, porque a esse nível, tudo
conta. Mesmo as futilidades. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">6 de dezembro de 2016 <o:p></o:p></span></div>
Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-59754993947186623892017-03-03T15:19:00.000-08:002017-03-03T15:19:07.086-08:00<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: red;">José Pracana</span></b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não recordo a primeira vez que o
conheci. Ele de certeza que lembrava pois nunca vi uma memória tão prodigiosa.
Junto dele não havia tristeza, foi até ao fim um poço de boa disposição com
sentido de humor permanente e sem limites. Uma história, uma lembrança nossa
que só ele recordava, um episódio político ou social e ríamos como se tivesse
acabado de acontecer, criando um bem-estar que caraterizava o mundo à sua volta.
Conheci por seu intermédio pessoas poderosas e notáveis, na política, na banca,
nas Forças Armadas, nas artes ou na sociedade. Todos o tratavam como um igual,
sentimento que se alargava por contágio aos amigos que chamava ao seu convívio.
Lembro particularmente, uma noite de fados no Palacete de João Ferreira-Rosa,
magnífica festa entre amigos (dele), o jantar na sala onde D. João V tinha sido
recebido pelo construtor e, suponho, o primeiro proprietário do magnífico
imóvel, e o pequeno fontenário com uma bela escultura, feitos de propósito para
que o Monarca pudesse lavar as mãos. Aí convivi nessa noite tão engraçada com
um Duque, um Ministro (o que no antigo regime era coisa rara), Amália,
Marceneiro e tanta gente famosa e estimada. O Zé era ali uma espécie de traço
de união entre todos, e quando chegou ao momento da música, foi um encantamento
vê-lo (e ouvi-lo) imitar os grandes artistas presentes que tanto o apreciaram.
Depois, quando herdou a casa dos Avós, preparou-a para receber todos os anos, a
multidão de amigos que o adoravam e que ele ansiava acolher em S. Miguel. Foi
então que a maldita doença o atacou à falsa fé; foi a segunda vez que o vi
comover-se; a primeira quando o avô Pracana faleceu e depois, quando me disse desse
sonho que a doença destruíra; mesmo assim, lutou com todas as forças, durante
anos e até ao seu último suspiro. Bendita a Mulher que o amou até ao fim. <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
26 de dezembro de 2016 <o:p></o:p></div>
Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-65075013375933746742017-03-03T15:13:00.000-08:002017-03-03T15:14:05.082-08:00<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os são-miguéis<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Uma viagem profissional a S.
Jorge deu para perceber que anda no ar uma miserável campanha contra S. Miguel.
Aos são-miguéis tudo de ruim é atribuído. É atributo cuspido com desprezo e
algum ódio como se os micalenses fossem a causa de todos os males que os
atormentam. Anteriormente só se ouvia esse insulto vindo da Terceira. Aqui até
se percebe por causa dos complexos de inferioridade económicos, inversamente
proporcionais aos intelectuais e culturais. Todavia numa ilha como S. Jorge com
uma mentalidade política tão conservadora como S. Miguel, empreendedores
infatigáveis, produtores do queijo mais famoso do país e certamente um dos
melhores do mundo, é incompreensível que nos atribuam culpas que não temos nem
defeitos que não são os nossos. Com a campanha eleitoral em curso cheira a
qualquer manobra de bastidor destinada a dividir o arquipélago e com ele o
nosso Povo em dois grupos: os micalenses por um lado, os maus, e os demais de
todas as outras ilhas, os bons. Para além do perigo imenso que este
divisionismo provoca, pois a união é a nossa maior força, essa atitude magoa e
muito, e nós não merecemos isso! A divisão só beneficia os inimigos do Povo
Açoriano e nem é preciso dizer-lhes o nome; a dor vem do sentimento de
ingratidão e quem não se sente não é filho de boa gente. Depois é mentira: nós
perdemos o banco e a companhia de seguros engolidos na voragem do
desenvolvimento harmónico que aceitámos de bom grado; nós temos menos
representação parlamentar, tendo em conta que somos mais de metade da população
eleitora e temos muito menos de metade de deputados; as nossas fábricas de
laticínios (salvo honrosas exceções) deixaram de nos pertencer e não é justo
que paguemos por aquilo que os atuais donos fazem em nome dos seus interesses
materiais. Acabem com isso já porque ninguém ganha em denegrir o irmão mais
forte. A Família é que perde. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
1 de outubro de 2016 <o:p></o:p></div>
Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-14913402453239161362012-07-09T14:43:00.000-07:002012-07-09T15:01:24.118-07:00<span style="color: red;">Discurso proferido na Povoação, aquando da concessão da cidadania honorária a Octávio Medeiros e Carlos César</span><br />
<br />
<br />
<br />
Senhor Presidente <br />
<br />
<br />
Senhor Representante da República<br />
<br />
Senhor Presidente da Câmara da Povoação<br />
<br />
Minhas senhoras e meus senhores<br />
<br />
<br />
<br />
A concessão da cidadania honorária é uma homenagem dum concelho grato por alguém lhe ter proporcionado bem estar ou ter dado um exemplo que se quer sublinhar, como espelho para os seus próprios cidadãos ou para que os dos outros concelhos lhe sigam o exemplo, buscando uma consagração e reconhecimento gerais. <br />
<br />
Pode ser o pagamento dum favor político, o que é o menos, ou pessoal, será isso pior, pois cairemos no aviltamento das instituições, e no mau uso de poderes que são concedidos para serem exercidos de forma isenta e altruísta e não para satisfazer apetites sectoriais ou interesses egoístas.<br />
<br />
Proponho-vos um exercício de análise, face às duas personalidades que hoje aqui vão ser homenageadas.<br />
<br />
Fácil é o caso do Professor Doutor Octávio Henrique Ribeiro de Medeiros, pedagogo e sacerdote católico, hierarca da sua Igreja. Onde a questão se torna mais complexa é quando se homenageia o homem mais poderoso desta Terra porque, duma simples homenagem se pode cair numa imagem, ainda que aparente, de lisonja e subserviência.<br />
<br />
E, se assim fosse, a homenagem perderia a sua valia, tornando-se em vitupério que de todo ninguém quereria.<br />
<br />
É melhor e, como digo, mais fácil então começarmos por Octávio Medeiros. Duma Família respeitável e respeitada, nasceu o nosso homem numa das Lombas, a do Botão. Estudou nos Seminários dos Açores, ordenou-se em Angola, formou-se em Lisboa na Universidade Católica, e, doutorou-se em Roma na prestigiada Pontifícia Universidade Gregoriana; lecionou até a lei deixar, na Universidade dos Açores. Paroquiou na sua Lomba, nesta Vila e em Água Retorta e aqui promoveu a publicação dos extractos dos Livros Paroquiais, que Vítor Meireles pacientemente copilou e que destaco da imensa produção literária e científica tão imensa e tão importante que parece incrível ter sido conseguida por um homem só. Foi Ouvidor Eclesiástico, foi Vigário Episcopal na maior ilha açoriana e Diretor do Instituto de Cultura Católica.<br />
<br />
Certamente que o concelho da Povoação não seria o mesmo se ele não tivesse existido. <br />
<br />
A palavra e o exemplo conjugam-se nele de forma harmoniosa. Prega o Evangelho e cumpre a lei do amor cristão em toda a dimensão. É um homem bom, exemplo de conduta ética que a Edilidade do nosso berço insular faz bem em apontar aos mais novos. Passada esta geração, os que então pensarem nas coisas sérias da vida hão-de querer saber porque razão ou razões a Câmara de Carlos Ávila quis dar-lhe tão alto galardão e, ou essas razões são válidas e perenes, ou deitar-lhe-ão os cães do esquecimento, que é a pena maior que uma geração futura pode aplicar à do passado.<br />
<br />
O Padre Octávio não foi egoísta com o seu saber e transmitiu-o aos outros como sério e hábil pedagogo, inoculando no espírito dos seus alunos e discípulos, o produto do seu imenso labor intelectual e científico. Pregou e praticou a caridade calcorreando montes e vales distribuindo zelosamente os sacramentos por pobres e ricos sem distinção de idades ou de feitios. Na pia baptismal, no altar dos esponsais ou no leito de morte dos seus paroquianos esteve e está sempre que esse dever sublime do sacerdócio o chama. Sem cansaço, sem hesitação e sem vacilar. Que vocação é essa, Santo Deus, que inspiras nos Teus sacerdotes que até parece natural que se sacrifiquem aos teus mandamentos como se fosse normal alguém entregar toda a sua vida ao próximo e nada esperar em troca, a não ser a suprema alegria de agradar-Te. Tirem-lhe as vestes sacerdotais e vejam nele apenas o homem e digam-me se esta Câmara não se honra mais em tê-lo como cidadão honorário do que ele em receber tal galardão?<br />
<br />
Peço-te licença, Padre Octávio, para que me deixes aproveitar esta cerimónia solene, para aqui lembrar esse meu e teu amigo, que Deus já lá tem, Joaquim de Aguiar Cabral. Que orgulho incontido não teria ele de ver o primo tão amigo receber, da sua própria Câmara, um tão alto galardão. Para ele, a Família era o mais que tudo, e foi esse ideal, por certo, o que tanto nos uniu, na curta passagem por este mundo. Desculpa molhar com esta lágrima de saudade um dia destinado a alegrias mas antes está a obrigação que a devoção.<br />
<br />
2.- Vejamos agora Carlos Manuel do Vale César que do alto dos meus setenta anos recordo, quando ele e seu irmão assistiam, ainda crianças, à Missa do meio-dia, da Matriz de Ponta Delgada, junto ao altar então dedicado à Senhora da Conceição, acompanhados de seus saudosos pais, todos nós rigorosamente aperaltados com os então obrigatórios fatos de ver a Deus.<br />
<br />
Segui como então era possível e habitual numa terra onde todos se conheciam, o seu crescimento, o seu ingresso no secundário do velho Liceu, a ida para a Faculdade, sempre me convencendo que seria na barra dos tribunais que nos haveríamos de defrontar. Veio então a deriva política, a “má” influência de Jaime Gama, Medeiros Ferreira e de Mário Soares, a queda do regime que eu ingenuamente acreditava poder evoluir através da primavera marcelista para uma democracia moderada e redentora. Veio a revolução, o Seis de Junho, a autonomia constitucional, os ministros da República, a proibição dos partidos regionais, o regime híbrido de Mota Amaral que apesar da conquista por ele encetada da unidade política do Arquipélago e da gigantesca obra cultural e material que deixou, no seu longo mandato político, ficou ainda longe das grandes metas que temos de alcançar para sermos merecedores da felicidade de vivermos sobre nós próprios.<br />
<br />
Não era fácil desafiar Mota Amaral, esse potentado político, apesar do desgaste impiedoso de tantos anos de governação e menos fácil ainda suceder-lhe na mais alta magistratura política dos Açores.<br />
<br />
Perante a expetativa geral, Carlos César iniciou o seu primeiro mandato com uma inovação: quase todos os governantes que escolheu dispunham de graus académicos superiores aos seus. Este facto hoje aparentemente despiciendo, não o era então, pois os governos anteriores tinham sido recrutados entre titulares que, ou os não possuíam, ou os tinham abaixo do grau universitário, circunstância que garantia ao presidente de então uma supremacia psicológica, facilitadora da ação política hierarquizada tal como nesse tempo se concebia. <br />
<br />
Nesse aspeto, o nosso homenageado começou uma nova era, acabando com amadorismos facilitadores e iniciando um trabalho em que a ciência e a técnica sobrelevariam pela primeira vez aos critérios políticos que, não obstante, não tinham sido obstáculo às irrecusáveis conquistas amaralistas: a unidade açórica e o progresso material acelerado.<br />
<br />
Mas César tinha outras tarefas, também difíceis, a enfrentar. É que, durante quase 20 anos, os socialistas viveram num limbo político que atravessou governos centrais de diversas cores, inclusive as deles, sem que isso os beneficiasse localmente, antes foram mantidos numa longa oposição que fazia perigar duas coisas, a democracia e o próprio socialismo.<br />
<br />
Duma agressividade inconsequente que em vez de se concentrar na construção dum estado social açoriano necessário ou possível, focava-se na luta contra todos os que se situavam à direita do seu espetro político, com especial destaque para os que defendiam um autonomia progressiva ilimitada ou até mesmo a independência do nosso Povo.<br />
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Com essa política, o Partido Socialista afastou da sua possível base de apoio, não só os seus próprios mas desiludidos adversários mas também os socialistas moderados quer do socialismo utópico e romântico de Antero quer o de carácter científico, bem como aqueles que dinamicamente pretendiam uma evolução emancipalista baseada na vontade popular, democraticamente manifestada.<br />
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Aqueles que, como eu, pretendíamos uma emancipação significativa do Arquipélago das peias centralistas, locais ou forasteiras, víamos até então nos socialistas um inimigo a abater e nisso fomos acompanhados por aqueles que ansiavam por um estado social mais justo e que, ao mesmo tempo, comungavam dos ideais socialistas mas não se reviam no PS anterior.<br />
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Foi, por isso, com grande expetativa e apreensão que assistimos à subida ao poder do novo líder. <br />
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Víamos então duas coisas boas: por um lado, o fim dum tipo de governação que se degradava arrastando consigo todas as conquistas conseguidas; por outro lado, o sempre aguardado e desejado funcionamento da alternância democrática que iria permitir aos nossos inimigos arrearem a bandeira de que os radicais açorianos não eram democratas nem acreditavam na própria democracia como regime político.<br />
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Foi então consensualizado um total respeito pelos resultados eleitorais e pelas autoridades saídas do sufrágio que foram sempre e desde logo tratados com o respeito devido à soberania, em todos os lugares quer em público quer em privado em que apareciam.<br />
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O resultado foi melhor que o desejado. Manteve-se e fortaleceu-se a unidade açoriana, ultrapassou-se as rivalidades mais perniciosas com a feliz designação dum ilustre terceirense para a vice-presidência, a quem foram entregues, com sucesso incontestável, as nossas finanças, até então em difícil situação, conseguindo-se, mercê dum esforço titânico, a relativa segurança duma lei-quadro de finanças regionais autónomas.<br />
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E tudo fruto duma ação política carregada de habilidade diplomática em que César soube contar com o espírito superior de António Guterres, esse estadista que o país teve o raro privilégio de escolher para a frente da governação durante algum tempo e de cuja bondade este concelho teve provas em momentos de muita angústia e quase desespero.<br />
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Garantida a unidade, constituída uma equipe de trabalho político com pergaminhos culturais até então impensáveis, eis que Carlos César conseguiu trabalhar em paz, rodeado pelo respeito geral, promovendo por vias lentas mas seguras e permanentemente ativas, em todos os setores da atividade humana. um progresso que transformou profundamente o nosso viver.<br />
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Não desprezou os projetos da anterior Administração cujo significado era incontestável, como o magnífico Hospital micaelense e a autoestrada Ponta Delgada Lagoa cuja execução promoveu e meteu ombros a uma tarefa que seria impossível descrever aqui, a não ser por amostragem, de que destaco a grandiosidade da estrada do Nordeste que transformou definitivamente a ilha, a imponência das Portas do Mar que virou a nossa maior cidade para o mar e para o novo turismo, os portos de pesca da Ribeira Quente e de Vila Franca do Campo, satisfazendo ambições de séculos até então consideradas impossíveis de alcançar. E só estou a referir-me a S. Miguel.<br />
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Foi gigantesca a obra no setor da cultura e da educação. Nunca se tinha visto até ele um tão imenso, planificado e sistemático incremento da nossa educação e da preservação e desenvolvimento dos nossos valores e recursos culturais.<br />
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Jamais as classes mais desfavorecidas tiveram um viver tão protegido, tão apoiado, tantas oportunidades de se livrarem da implacável lei da pobreza.<br />
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Os hotéis surgiram por todo o lado como cogumelos, abrindo pela primeira vez a possibilidade da nossa diáspora visitar a terra berço dos seus maiores sem os constrangimentos que as gerações anteriores enfrentavam e que os afastavam de vez, perante vergonhas, indignidades e humilhações insuportáveis.<br />
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Recebeu reis, poetas, estadistas, soube dignificar a nossa imagem perante o mundo.<br />
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Deu um apoio decisivo à agricultura, e mandou promover por toda a parte os seus produtos; salvou lagoas e florestas, pacificou a lavoura cuja capitalização e modernização conseguiu de forma irreversível e notável.<br />
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Com o seu discurso contido, bem estruturado, culto, rigoroso, bem informado e hábil gerou largos e duradouros consensos, mobilizando-nos para as grandes tarefas do nosso próprio desenvolvimento.<br />
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Fortaleceu em todas as nossas comunidades, no estrangeiro, as suas <br />
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mais importantes representações sociais e culturais, dando-lhes meios e a dignidade por que sempre ansiaram e que sempre mereceram. Fez-lhes visitas de estado promovendo duma forma dignificante e até então nunca vista, a nossa imagem como Povo civilizado, por vezes tão aviltantemente segregado e desprezado por falta de apoio daqueles que oficialmente tinham mais que obrigação de o fazer.<br />
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Defendeu com vigor o nosso precioso ambiente, estruturou e fortificou todos os organismos de defesa civil, em dimensões nunca vistas.<br />
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Alguém mais autorizado que eu disse o que lhe deve em particular o concelho da Povoação, a primeira parcela do nosso território sagrado onde pisaram os nossos primeiros pais.<br />
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Mas posso e devo dizer, já que me dão essa privilegiada oportunidade, que todos os açorianos lhe ficam devendo a total entrega ao bem-estar do Povo que o elegeu e, sem descanso, durante estes dezasseis anos, trabalhou afincadamente para que do seu consulado ficasse a marca do progresso material e o indelével desenvolvimento intelectual das nossas gentes.<br />
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Claro que ainda é cedo para se saber se essa imensa obra terá ou não o resultado almejado e isso só as gerações futuras, se não estiverem distraídas como até aqui, sobre o seu passado recente, é que hão-de julgar isso.<br />
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Para já, não teme a sua obra confronto algum com o que o resto do País fez e conseguiu, mercê de esforços financeiros mais ou menos clandestinos e excessivos que a nós todos estão prejudicando.<br />
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Sai Carlos César com a satisfação do dever cumprido e eu, que nada lhe devo pessoalmente, para além do respeito com que sempre me tratou e que tentei retribuir, orgulho-me de ter sido testemunha privilegiada desta época de ouro da nossa História. <br />
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Bem-haja a Povoação por reconhecê-lo como estadista e parabéns ao Presidente de todos nós por haver quem o reconheça ainda em sua vida.<br />
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Carlos Melo Bento<br />
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Povoação 7.7 2012 <br />
<br />Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-74515606152032327112012-03-26T12:10:00.003-07:002012-03-26T12:13:14.862-07:00Apresentação de Outros Sóis, de Fernanda Cabral poetisa de EspinhoSenhor Presidente da Câmara Municipal de Espinho, Dr. Pinto Moreira<br /><br /><br /><div align="justify">Permita-me V. Exa. que saúde duma forma particular a senhora Vereadora da Cultura Dr.ª. Leonor Cristina Matos Lêdo da Fonseca que por motivos ponderosos não conseguiu estar presente nesta sessão de lançamento do livro Outros Sóis da poetisa de Espinho Fernanda Cabral. O apoio que ela dispensou a esta iniciativa e a vossa grata presença aqui, são simbólicos do valor que a sua Administração dá à cultura, único valor perene da nossa civilização. Bem-hajam por isso.<br /></div><br /><div align="justify">Minhas Senhoras e Meus Senhores<br /></div><br /><div align="justify">Paulo Bonfim, o príncipe dos poetas brasileiros, descendente dos Botelho Arruda, dos primeiros povoadores do Arquipélago dos Açores, disse, numa das suas frequentes visitas à Mãe Pátria, que uma pessoa verdadeiramente livre é uma ameaça cósmica. E não há pessoa mais livre que um poeta.<br />Não quero, meus senhores, com isto significar que a nossa poetisa, Fernanda Cabral, seja uma ameaça e menos ainda cósmica, mas que os seus poemas abalam o espírito no sentido mais positivo desta expressão, disso não tenho dúvidas.<br />Contatei pessoal e intimamente com três grandes poetas açorianos, dois sobejamente conhecidos em todo o mundo português, Vitorino Nemésio e Natália Correia, endiabrados e insubmissos, belos no seu canto poético, profetas da vida e encantadores de alma.<br />E conheci bem Armando Cortes Rodrigues, o amigo íntimo de Fernando Pessoa, que depois de o acompanhar no Orfeu com poesia modernista, recolheu a penates e louvou o cântico das fontes e descreveu a vida quando o mar, essa planície inquieta, galgou a terra, fechando-se na sua concha açoriana mas criando os mais esmerados poemas que a terra de Antero de Quental produziu.<br />Todos eles de feitio dificílimo e ao mesmo tempo fascinante, sem respeitarem nada a não ser eles próprios e as suas obras. Só agora conheci pessoalmente Fernanda Cabral, mas desde que li o seu primeiro poema no facebook, fiquei com a ideia de que ela pertencia por legítimo direito, ao fechado clube dos poetas.<br />O embaixador Pracana Martins, um dos nossos contemporâneos mais cultos, disse de Fernanda que a sua poesia tinha música, beleza e encanto. É isso mesmo que me transmitiram os seus versos. A doçura dum canto espontâneo que não é pretensioso mas encanta pela sua beleza simples. E a simplicidade é a mais difícil das tarefas para quem escreve.<br />Depois, são os assuntos que Fernanda cultiva nos seus versos. Coloquei propositadamente no título epigráfico de cada poema, um ou outro naco da poesia de nomes consagrados da nossa literatura pátria que demonstram que ela abordou, ou por intuição, ou por neles ter meditado (sabe-se lá o que vai na cabeça dum poeta!) grande número dos temas que são permanentemente visados por aqueles que se dedicam a essa arte de encantar espíritos e mentes.<br />Não vale julgá-la com preconceito. Quer ideológico quer mesmo cultural. Sintam-lhe a melodia dos versos quando ela, qual filigranista, tece à volta duma ideia uma rede bem desenhada de contornos floridos e coloridos, que acaba numa joia bordada a preceito.<br />Esqueçam as metáforas e as rimas entrelaçadas outrora tão obrigatórias e tão enfadonhas e deixem-se levar pela melodia duma poesia que a tem por sumo e essência.<br />Peço-vos desculpa pelo meu pretensioso prefácio em que usei e abusei da nossa poetisa como alavanca para os poetas açorianos dos nossos dias. Se Portugal é um país de poetas, os Açores são um cantinho privilegiado do mundo lusíada, donde em cada canto surgem os Quentais e os Mesquitas, as Natálias, os Botelhos, os Meireles, os Vitorinos e um nunca mais acabar de génios em ebulição poética.<br />Os poetas cantam os sonhos da humanidade mas eles próprios são tão pouco cantados. E eu atrevi-me a entrar no campo sagrado da poesia sem ser poeta ou escritor porque penso que que a poesia, se é para comer, como quer Natália Correia, então nós devemos saboreá-la com vagar, mesmo que a não saibamos confeccionar, oferecendo-a como banquete a amigos e convidados.<br />Os Açores foram descobertos por Gonçalo Velho Cabral, comendador de Almourol, e não há açoriano de S. Miguel que não descenda das suas irmãs, cujos filhos acompanharam o tio nessa aventura épica.<br />É-me, por isso, muito grato vir de tão longe ajudar a divulgar os poemas desta nossa parente, que pinturas tão sugestivas emolduram com tanta graça. E faço votos para que essas belas poesias vos dêem tanto prazer espiritual como me deram a mim.<br />Num momento em que a nossa pátria enfrenta perigos imensos e em que a ambição desmedida das potências financeiras do planeta se junta para tentar explorar os menos avisados e menos ricos, tenhamos a coragem de irmos para a batalha com alegria, já que tristezas não pagam dívidas.<br />Não com a alegria cortesã e inconsciente dos jograis de Alcácer Kibir mas com a alegria de quem sabe de ciência certa que, ainda que o mundo acabasse, os versos que se escreveram na nossa amada língua, hão-de perdurar para todo o sempre.<a name="_GoBack"></a><br />Parabéns Fernanda por ter tido a coragem de tornar públicos os seus belos versos, e por ter aceite a ideia da Fundação Sousa d’Oliveira de os reunir em livro.<br />Manuel Sousa d’Oliveira foi um açoriano nascido na América para onde seus pais emigraram. Regressado aos Açores, estudou, formou-se em Coimbra, ensinou, dirigiu museus, e bibliotecas, introduziu a arqueologia científica na terra de seus pais, e cultivou-a aqui em Portugal, onde criou clubes de história e inúmeros discípulos em cuja memória permanece. Salvou da destruição e do esquecimento, milhares de objetos antigos e documentos sem preço. Fez palestras cá e no estrangeiro sobre a ciência que cultivou como ninguém.<br />Criou uma fundação para guardar a sua imensa biblioteca de dezenas de milhares de títulos e os objetos arqueológicos preciosos para a ciência que nos legou, para que a sua obra continuasse depois dele.<br />Tenho a certeza que esta cerimónia lhe agradaria porque realiza o seu ideal de que só com cultura, espírito crítico e sentido estético da vida há libertação.<br />Deixem-me acabar, lendo-vos dois poemas da poetisa Fernanda Cabral:<br />“Olhos azuis radiantes<br />Tal e qual mil brilhantes<br />São centelhas a faiscar.<br />São topázios diamantes,<br />São histórias de encantar.<br />Estes olhos fascinantes<br />Embarcam no meu bergantim,<br />Levam-me a navegar<br />Cavalgando sobre o mar<br />Envolta em lençóis de cetim.<br />Atravesso lagos e rios<br />Mares e oceanos<br />Guardo pérolas em fios<br />Esmeraldas em panos.<br />Vejo sombras de navios<br />Refletidas nas águas,<br />Vejo estrelas cadentes<br />Que passam por mim sorridentes.<br />Estes olhos tão azuis,<br />Tão claros, transparentes<br />Vão-me deixar a sonhar…<br />Neste sonho cor de mar.”<br /></div>E ainda este outro poema:<br /><br />“Olho através da vidraça<br />E vejo a gente que passa.<br />O vento que uiva,<br />A chuva que cai<br />Está frio lá fora!<br />Ouço passos…<br />Passos apressados<br />Passos corridos,<br />Passos doridos,<br />Passos cansados,<br />Passos que passam.<br />Olho através da vidraça,<br />E, vejo gente na praça”.<br /><br />Muito obrigado.<br /><br />Espinho, 17 de março de 2012Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-48039509486258435822012-03-04T06:32:00.001-08:002012-03-04T06:34:39.438-08:00Debates<div align="justify">Não seria útil para o eleitorado açoriano que começassem a ocorrer debates públicos entre os líderes dos dois principais partidos sobre temas com interesse para o povo deste arquipélago e sua diáspora, escolhidos por profissionais? Temos assistido, até agora, a um diálogo à distância que pouco esclarece sobre a bondade das soluções apontadas por cada um dos candidatos plausíveis a Santana. Vasco Cordeiro inaugura um monumento e diz que a boa governação é azul ou amarela. Berta Cabral preside a uma cerimónia municipal e responde afirmando que a boa governação é bordeaux ou laranja forte. Temos de convir que esse tipo de controvérsia, se é cómoda para os dois e para os seus colaboradores mais próximos, é completamente absurda para o grosso da população interessada em saber quem merece suceder a Carlos César no palácio dos Marqueses de Jácome Correia. Pelo andar da carruagem, parece que aqueles dois políticos estão, neste momento, praticamente empatados em relação aos eleitores que já se decidiram. Mas e os outros que é quem vai resolver quem ganha, não mereciam uma abordagem aprofundada das opiniões dessas duas forças em confronto? São ambos adversários temíveis e servidos por forças partidárias sem paralelo nos Açores. Mas têm, salvo erro, de revelar a tempo e horas, não só as equipes que tencionam formar como os projetos que querem realizar, se e quando formarem governo. Não estamos propriamente a escolher o mordomo para uma Irmandade do Senhor Espírito Santo. Estamos a escolher quem vai gerir um orçamento colossal e vai definir estratégias que nos afetarão a todos, e todos temos o direito de saber mais qualquer coisa do que as táticas e estratégias de bastidor que podem ser fascinantes mas que contam pouco para o que é verdadeiramente importante. Neste momento não se discute a capacidade dos antagonistas porque têm provas dadas. Discute-se é o resto. E isso, só eles é que sabem e só eles podem revelar.<br />Carlos Melo bento<br />2012-01-31 </div>Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-5952704037481067692012-01-04T15:07:00.000-08:002012-01-04T15:17:46.730-08:00Espertocratas<br />A palavra não é minha, li-a num jornal francês (“expertocrates”) e veio à baila por causa destas questões da crise da banca, do euro e do resto. No meio da confusão geral, erguem-se as figuras de espertos que navegam pela confusão geral, safando-se para já muito bem. O primeiro-ministro britânico vota contra, em nome do alegado interesse do seu país, a alemã bate o pé pelo euro que não está disposta a deixar desvalorizar mesmo que isso signifique a bancarrota dos países mais frágeis e menos poderosos; o francês, sempre à espera duma boa colheita de vinho que paga tudo no seu país, vai empatando até que as eleições lhe caiam no papo, afastado que está o seu grande rival, apanhado num negócio de saias no mínimo muito estranho. Entre nós, o medo do medo fez com que o governo de pseudo direita, entretanto eleito no meio e por causa da dita confusão, estique as unhas, não para reduzir o deficite como era sua estrita obrigação pois foi com isso que conseguiu derrotar os socialistas do Primeiro-ministro José Sócrates, desata num aumento perigoso e irracional de impostos disfarçados não se sabe bem de quê, e a aumentar o horário de trabalho, quando os portugueses já são dos que mais trabalham na Europa, por mais incrível que isso possa parecer, tudo parecendo um 25 de Abril ao contrário, num aproveitamento histérico das fraquezas gerais, sem medir as consequências perigosas para as empresas, para os trabalhadores e para todo o país. Já que os Açores, apesar das contas em dia e certas, não são tidos nem havidos para nada, pois têm que pagar como os outros. Se não roubaram, tivessem roubado. Quase que vale a pena ser como eles. Um tal Ramos, da Madeira proclama que nós estamos tão atrasados que até lavamos ainda a roupa nas ribeiras! Será que eles a lavam na pia onde chafurdam? Espertos, não?<br />Carlos Melo Bento<br />2011-12-13<br /><br />O Testamento<br />É de estadista o último discurso de César. “Chegam-nos males que não causámos nem procurámos, que podem destruir em escassos meses o que levou anos a construir” ... “Levar os Açores para a frente, com o País a andar para trás, tem sido, (como) andar em sentido contrário numa passadeira rolante”. “Governar é um desafio para vencer nos tempos de abundância como nos tempos de contrariedade”. Mas “Não duvidemos das nossas capacidades, nem tomemos a realidade sempre pela pior das notícias”.”Ninguém merece “o quanto pior melhor”, muito menos os açorianos”. “Não me iludo com os progressos, mas não desanimo com as contrariedades”. Aos outros partidos (e que pena a desnecessária falta de contenção contra o maior) alerta:” Não basta a nenhum partido, por mais modesta que seja a sua representatividade eleitoral, ser o partido que diz mais vezes não”…”Falam para dizer, candidamente, sobre tudo, um pouco de nada. E acreditam que repetindo uma mentira, ela dita muitas vezes pode vir a ser tomada como uma verdade”. É que ”Nesta época de crise o poder central arranja sempre novas justificações para fomentar e praticar o centralismo”…”é preciso que os partidos açorianos estejam, no que mais interessa aos Açores, do mesmo lado do combate. Do lado dos nossos direitos. Do lado dos nossos interesses”. Indica o caminho: “Deve ser claro para todos nós que, quem nas próximas décadas controlar o Mar dos Açores, controlará uma imensa riqueza. Por isso, devemos ser prevenidos. Para isso, devemos estar unidos”…”o Mar dos Açores é o maior desafio estratégico que se coloca à nossa e às próximas gerações”…”O Mar vale todas as batalhas porque o principal do nosso futuro não se prescinde de nenhuma maneira!”. Bom testamento político com um conceito renovado: “a nossa condição açoriana”. Ninguém antes o disse melhor nem com maior autoridade política.<br />Carlos Melo Bento<br />2011-12-06<br /><br /><br />Finesse<br />A Casa dos Açores do Quebeque convidou-me para falar no povoamento dos Açores. Discorri sobre algumas das primeiras famílias e dos lugares donde vieram. Foi uma tentativa que me parece fascinante de nos situar no verdadeiro espaço de proveniência, pois é um mito termos vindo do Alentejo e do Algarve quando viemos principalmente dos senhorios do Infante e de muitos outros lugares incluindo aqueles dois. Debate animado até às tantas. No dia anterior, falara o Professor Doutor José António de Moraes, jovem catedrático de medicina numa das mais prestigiadas Universidades canadenses, natural da Ribeira Grande e ali desde criança. Soube bem observar o carinho e o respeito com que foi ouvido e tratado e a forma muito hábil como usou o português de adolescente para transmitir conceitos complexos que a assistência demonstrou compreender inteiramente. No dia seguinte, Carlos Botelho fez, com inteligência e tacto, o milagre da transmutação da plateia hostil numa comunidade com esperança em um dos seus. É a comunidade açoriana da diáspora mais sofisticada e empenhada que conheço. Assisti a um desfile de moda da terceira idade (fruto do estímulo que o Prof. Moraes transmite a este grupo etário para auto estima, ocupação do tempo e o envolvimento activo que tudo transformou na vida de tantos). Guilherme Álvares Cabral e Alfredo Bicudo serviram-me de empenhados cicerones na cidade de Luís XIV, o meu anfitrião Manuel António Pereira que as saudades do Liceu não deixam esquecer e uma amizade do tamanho do mundo faz irmão e cozinha o melhor bife de Montreal, incansável e presente. Benjamim Moniz presidiu com dignidade à instituição e ao cerimonial, até quando homenageou o herói da Terceira, comandante Pichet, foi digno de louvor. Tudo se conjugou para transformar a Semana Cultural num êxito total. Parabéns e obrigado por me darem lugar entre vós.<br />Carlos Melo Bento2011.x.31<br /><br />Hélas!<br />O assassinato de Kadafi com o beneplácito de países como a França é uma página vergonhosa na história do ocidente europeu. Andaram com ele ao colo, vendendo-se por petróleo e gás natural para depois o derrubarem sem qualquer pinga de respeito pelo direito internacional. Acusaram-no de fomentar o terrorismo que fez explodir cobardemente um avião cheio de vítimas inocentes. Engoliram a afronta a troco de dinheiro e devolveram-lhe de bandeja um dos criminosos responsáveis pela catástrofe, a pretexto duma manhosa doença em que todos fingiram acreditar. Receberam-no em palácios reais de braços abertos ou deram-lhe jardins faustosos para que se instalasse em luxuosa tenda. Por razões ainda encobertas e mal disfarçadas, invadiram-lhe o país, bombardearam vilas e cidades, dizimaram inocentes e soldados mandados, criaram o caos, acabando por o matar de forma cobarde e ignóbil. Para taparem o sol com peneira rota, lançaram aos ventos que esse velho decrépito e bizarro octogenário tinha 69 anos, curioso número que sempre servia para desviar as atenções às fiúzas duma implicação sexual pecaminosa capaz de distrair os menos atentos mas encobrindo a vergonhosa selvajaria como o executaram. Triste espectáculo! Que falta de dignidade e de escrúpulos. Dizem-se cristãos mas têm apenas a dignidade hipócrita dos fariseus, conspurcando a memória do manso e humilde galileu. Triste exemplo damos nós aos mais novos, calando cobardemente uma indignação que nos daria pelo menos alguma autoridade moral. Honra ao guineense que parece ser o único português à antiga, à face da terra. Desde a revolução francesa que se entende que todos são inocentes até condenação em contrário. Irónico que franceses agora permitam tão bárbaro retrocesso, indigno da civilização que ajudaram a criar e colocaram em tão alto patamar. Hélas! <br />Carlos Melo Bento<br />24.X.2011Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-54506444148409593252011-10-13T08:19:00.000-07:002011-10-13T12:12:45.841-07:00E nós?<div align="justify">A vitória de Jardim faz pensar. Nunca um líder insular tinha tido tanto unanimismo contrário a partir do resto do País. Jornais, revistas, rádios, televisões, todos juntos tentaram tirá-lo do poder. Insuspeitas instâncias ameaçaram-no com processos criminais. O próprio partido dele fora da Madeira lavou as mãos como o romano do Credo. Sozinho, ele ameaçou com a independência: se não querem pagar, então que nos dêem a independência, vociferou ele pelo menos duas vezes. Ninguém tugiu nem mugiu. Também é verdade que ninguém disse que não pagava…e estamos nisto, a ver agora se é mais forte a devoção ou a obrigação. Os madeirenses mantiveram-no. Pelos vistos porque concordam com ele. E o futuro será o tempo de todas as decisões por mais próximas do abismo que ambas pareçam. Isto na Madeira. Por cá, as coisas complicaram-se também. Dizer que as eleições da Madeira não são nada connosco, é errado. Se não fossem, Carlos César não tinha posto fim às dúvidas sobre a sua recandidatura, no último dia da campanha deles. A oposição laranja parecia ter a sua vitória futura dependente disso, numa confissão um tanto disparatada de falta de confiança em si própria. Mas César deu-lhes a volta designando um delfim, embora com uma não candidatura a meia haste porque criou uma situação inédita: mantém o poderoso secretariado e consegue unanimidade sobre o sucessor dentro do PS. Mas o PS não é o eleitorado e não é certo que na passagem da fasquia, a equipa mantenha a mesma velocidade e o mesmo apoio que o prestigiado Presidente teve, dentro e fora do partido. Ávila e Contente foram dois esteios arquipelágicos de peso, eixos sobre os quais girou a indispensável união açoriana e o próprio poder interno no Governo. Com Vasco Cordeiro as coisas nunca serão iguais, caso vença. É o nosso destino que está em jogo, e nas próximas eleições, mais que nunca, não nos podemos enganar.<br />Carlos Melo Bento<br />2011-10-11 </div>Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-81430622273101891682011-10-07T12:32:00.000-07:002011-10-07T12:34:15.991-07:00Quatro Vultos da História do Santa Clara<div align="justify">Discurso proferido no Centro Cultural de Santa Clara no dia 6 de Outubro de 2011.<br /></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">O meu inimigo de estimação, antigo e brilhante aluno de História, João Pacheco de Melo, hoje um muito escrupuloso investigador da nossa vida desportiva, e um açoriano saudavelmente radical, desafiou-me a falar sobre quatro dirigentes do Clube Desportivo Santa Clara que ajudaram a conduzir as direcções desta mundialmente conhecida instituição, entre 1927 e 1946.<br />Não me compete, porque não sei, historiar o glorioso e popular clube a que meu Tio e Padrinho, Cristóvão da Estrela Augusto da Silva, presidiu com tanta paixão e alegria. O único clube açoriano a militar, até hoje, na primeira divisão, primeira Liga ou Liga qualquer coisa, (que a imaginação desportiva não tem limites conhecidos), e que vem merecendo especial atenção dos que, entre nós, vivenciam o desporto rei.<br />Em 1927, a ditadura militar instaurada pela Revolução Nacional de 28 de Maio, governava com mão de ferro desde o ano anterior, o império português a partir de Lisboa, extinguira o Parlamento ou Congresso, nascido com a Constituição de 1911, proibira os partidos e instaurara a censura prévia à imprensa. Parecia presidir ao Estado o General Gomes da Costa que em breve seria exilado para esta ilha, depois dum golpe de estado palaciano atribuído ao General Carmona.<br />Aqui, governava o distrito autónomo de Ponta Delgada, o Major Abel de Abreu Sottomayor, e, enquanto os deportados da contra revolução democrática desse ano iam sendo encaminhados para os Açores, o terceirense, capitão Eduardo Reis Rebelo, dirigia-se à Assembleia Geral constituinte do Santa Clara, vindo em passo cadenciado da Lombinha dos Cães, ali ao Jardim António Borges, onde morava, para o lugar em que os entusiastas do que viria a ser o desporto rei se reuniram, à Rua do Brum, para criar o agora nosso mais importante clube desportivo. Saiu o nosso bondoso capitão da reunião, eleito por aclamação como presidente da direcção interina que se encarregou de formalizar a nova instituição, dando-lhe o impulso que a elevaria ao trono que hoje ocupa.<br />A aclamação era uma forma de eleição unanimista muito em moda depois, e durante o Estado Novo quando quase ninguém se atrevia a contrariar as orientações superiores. Em 1927, era porém uma forma espontânea de manifestar o acordo de todos. <br />O brilhante advogado e professor e escritor Agnelo Casimiro e o sempre devotado Solicitador Inácio de Sousa foram encarregados de elaborar os estatutos.<br />Longe vinham os tempos em que, com 27 anos, viera Reis Rebelo da sua Angra natal para a maior cidade açoriana. Aqui encontrou o venerando Deão da Sé de Angra, o Dr. Reis Fisher que fora deportado para S. Miguel, no auge da luta anti religiosa dirigida ferozmente por Afonso Costa.<br />Da Lombinha dos Cães mudaria a sua residência para a 2.ª Rua do Conde, hoje, denominada João Jacinto de Sousa, o militar que governou o nosso Distrito e que haveria de morrer em África, em combate, no início da primeira guerra mundial, para consternação do nosso Distrito.<br />Nesta rua, Eduardo Reis, em 1952, nos alvores da radiosa primavera micaelense, acabaria os seus dias, rodeado de imponente cerimónia militar, em que as suas condecorações e espada de aparato, depois de expostas em bandeja de prata, sobre almofada de brocado de seda, foram solenemente entregues ao afilhado e parente mais chegado Jorge Reis que nos deu a honra da sua presença aqui, hoje. Pelo meio, além da intensa dedicação ao Santa Clara, ficavam os verões na sua reconfortante casa das Furnas, que só não foi solitária porque além da mulher e fiel companheira, este afilhado e praticamente filho adotivo, a preencheu com o calor humano, agindo quase mais que um avô, o nascimento da filha daquele. Jorge Reis foi desde muito novo a mascote do clube a que o padrinho emprestou dignidade e ordem.<br />Seria Eduardo Reis Rebelo durante 8 anos, a máxima autoridade do clube, função que abandonou, acabada que foram as obras de adaptação da actual sede do Clube, em 1935.<br />Nesse ano trocou a presidência da Direcção pela da Assembleia-geral durante um mandato anual, e depois transitou para o Conselho Fiscal até rebentar a segunda guerra mundial. Nos anos da guerra ou seja de 1939 a 1945, fica afastado das lides desportivas, regressando ao órgão de fiscalização do Clube em 46 e 47, aqui terminando a sua acção como responsável no Santa Clara. <br />A sua gestão não foi isenta de conflitos porque nenhuma é. Afastou-se em 1939 já que o gasto de 20 contos, o equivalente a 100 euros de hoje mas valor muito elevado para a época, foi considerado por alguns como excessivo. Ele porém, entendia que o Santa Clara merecia o melhor.<br />Coincidentemente com o seu afastamento provisório, rebentou, como disse, a segunda Grande Guerra. Durante esta pavorosa catástrofe humana, Reis Rebelo, por razões que desconhecemos, não estaria em Angola no Corpo Expedicionário Açoriano, sob o alto comando de Moniz da Ponte, ali defendendo a soberania portuguesa. Ao mesmo tempo que Salazar afastava os militares açorianos dos Açores, outros tantos 20.000 continentais nos impediam aqui do que ele suspeitava (aliás sem razão) de veleidades emancipalistas pró americanas.<br />Mas se Reis Rebelo não foi em missão bélica para África, na 2.ª Guerra, tinha estado vinte anos antes como tenente na 1.ª, ligado à Administração Militar, onde recebeu lisonjeiro louvor pela “grande actividade e são critério” com que desempenhou essas complexas funções, na horrorosa e fatal frente da Flandres. Foi homem integérrimo e sem medo, não vacilou em denunciar a situação ilegal em que se mantinha o então poderoso Comandante da Polícia, Magro Romão, que cumulava o vencimento desse comando com o de oficial de exército que também era. Daí à transferência do rigoroso colega foi um passo.<br />Como presidente do Clube Desportivo do nosso Bairro operário, pois em Santa Clara sempre teve as suas mais robustas raízes, presidiu Reis Rebelo ao início da mudança do equipamento e do símbolo do leão para uma mestiçagem benfiquista que se haveria de transformar na imitação desnecessária do grande clube português.<br />Como disse, na ausência duma história do desporto açoriano, não é fácil ainda perceber as razões porque tantos militares se juntam à volta duma iniciativa desportiva deste género mas a verdade é que os políticos sempre as rondaram para, através destas associações, angariarem votos ou simpatia popular. E a existência anterior de outros clubes de futebol sob a invocação da franciscana Santa Clara, a que pertenciam altas figuras do proibido e extinto Partido Democrático, faz pensar que a ditadura militar que dominava agora o País, não se quis deixar de fora do processo desportivo, pelo que, alguns militares disciplinadamente avançaram para os postos desportivos determinados talvez por eventuais ordens superiores.<br />É ainda interessante lembrar que o Major Reis, posto em que terminou a carreira, pertencia à Maçonaria, mais precisamente à Loja Companheiros da Paz que funcionava em Ponta Delgada, e o nosso homem adoptou ali o pseudónimo de irmão Modesto (famoso pintor de origem espanhola), e nessa organização quase secreta tinha um modesto e mediano grau 14, com a função de “orador”. Maçons da mesma loja eram Dinis José da Silva, o irmão Guerra Junqueiro, e João Joaquim Vicente Jr, o Irmão António José de Almeida, de que falarei a seguir, mas este só três anos depois da inauguração da nova sede seria iniciado nos segredos da irmandade do triângulo do esquadro e do avental. Tratava-se portanto de pessoas que se interessavam pelo bem comum e pelos seus semelhantes.<br />A outra personalidade que homenageamos hoje, é também militar, o Major João Joaquim Vicente Jr. Fica na nossa história porque preside à Assembleia-geral que decide fundar o clube, e acompanha o Major Reis durante dois anos como seu vice-presidente. O então jovem militar, tem 33 anos, pois nascera em plena campanha para a primeira Autonomia, no seio duma família muito culta e respeitada desta cidade. O seu desporto favorito era precisamente o futebol mas não desdenhava nem a equitação nem a caça.<br />Como militar foram-lhe conferidas missões delicadas que cumpriu com lisura e eficiência. Em Angola, como alferes, posto em que o colocaram quando ainda frequentava a Escola de Guerra, e, em plena missão expedicionária guerreira, desempenhou-se de tal maneira durante dois longos anos das suas tarefas que, mais tarde, durante o complicado período da 2.ª Grande Guerra, foi o responsável pela então gigantesca Administração Militar nos Açores onde certamente conheceu o Major Reis Rebelo.<br />Havia mais tarde de frequentar os Altos Estudos Militares mas a morte levou-o quando esperava a justa promoção a Coronel, posto que, por isso, não chegaria a atingir, partindo até sem saber que tinha sido aprovado com distinção no concurso.<br />A sua cidade natal, ficar-lhe-ia a dever a entrega voluntária ao Asilo de Infância Desvalida que tão assinaláveis serviços prestou a esta terra com quase nenhuns apoios do Estado. Também a Cruz Vermelha de Ponta Delgada beneficiou do seu valioso contributo para o bem-estar dos seus concidadãos, numa época em que a iniciativa particular sustentava praticamente sozinha a obra da assistência social.<br />Pessoa muito prudente, ficou célebre a forma como se desempenhou na intervenção militar que comandou aquando dos distúrbios na Povoação, ao tempo ainda o celeiro da ilha que, aparentemente estaria vazio, pois casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão. Mostrou autoridade e ao mesmo tempo compreensão, debelando os distúrbios sem ter que usar a força, fenómeno raro numa época de autoritarismo exacerbado que neste país à beira mar plantado raramente se fazem as coisas com equilíbrio.<br />A sua vida familiar correspondeu aos padrões duma família modelar e feliz da sua época. Tiveram três filhos cuja descendência hoje constitui a melhor sociedade desta terra.<br />Quando Eduardo Reis abandonou a presidência do Santa Clara, já iam longe os distúrbios que tinham levado à demissão e prisão do Governador Civil, Dr. Jaime do Couto cuja simpatia e prestígio levava à cadeia da Boa Nova a elite social e política da terra, pois o medo a Salazar não foi tanto que impedisse a amizade e admiração por um dos maiores baluartes açorianos contra o centralismo.<br />Vai então assumir a presidência do nosso melhor Clube uma figura de relevo na advocacia micaelense, Alberto Paula de Oliveira o grande orador forense e político. Magro, elegante, sempre vestido a rigor (que diria ele se me visse aqui hoje sem gravata!), voz sonora, olhar penetrante, jurista de eleição e litigante perfeito. Sempre admirei este vizinho simpático e educado, cuja casa frequentei desde tenra idade e não sei mesmo se também não foi por sua causa que enveredei pela profissão que tenho. Mas, se o imitei na oratória, mal de mim que nunca lhe ganhei uma única causa...Era o primeiro civil que dirigia o Santa Clara fundado e dirigido por militares no activo. Comissário Provincial da Mocidade portuguesa, onde o seu colega de curso, Marcello Caetano, era o mais alto dirigente nacional, digamos que não lhe foi difícil adaptar-se à disciplina reinante no popular clube. Mas durou muito pouco o seu reinado, pois a saída de Reis, criticado por ter ambicionado uma sede luxuosa para o clube que ajudara a criar, não deve ter deixado no espírito sensível de Alberto de Oliveira, uma situação cómoda, que a tumultuosa actividade forense desta cidade não facilitava.<br />No mesmo ano, retira-se para a presidência da Assembleia-geral do Santa Clara para, 3 anos depois, no início da guerra, dirigir o Conselho Fiscal, retomando a presidência do clube durante 1940 e 1941 de cujo primeiro elenco faz parte.<br />Depois de ter exercido o cargo de vereador, foi presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada no tempo em que Salazar, em plena 2.ª Grande Guerra Mundial, mandava celebrar os dois centenários mais importantes da história de Portugal, em 1940, o da restauração da independência nacional e em 1943, o da fundação do País. Alberto de Oliveira cumpriu o seu consulado presidencial rodeado de simpatia popular, temperando a dureza policial da época com uma gentileza natural, com convites à população que substituíam os decretos, os despachos e as ordens de serviço tão em voga nesses tempos de autoritarismo institucional.<br />Teve uma acção administrativa muito afectada pelo plano de urbanização do arquiteto Aguiar que pretendia destruir meia cidade para implantar no burgo quinhentista megalómanas avenidas que obviamente não tiveram futuro mas ainda assim deixaram cicatrizes em Ponta Delgada, para além das demoras que impôs às obras projectadas pelos particulares durante décadas. Soube também dar notável apoio ao Bairro Económico de Santa Clara, de tanta qualidade que hoje alberga uma bem estabelecida classe média.<br />Politicamente, era defensor do centralismo, por isso suportou com vigor uma pública polémica com o grande defensor da autonomia, José Bruno Carreiro. Alberto de Oliveira era natural do Algarve onde seu pai fora Chefe de Finanças, e nasceu dois meses depois de matarem o Rei e o seu filho primogénito sendo dos poucos políticos açorianos do seu tempo que percebeu a importância do governador do Distrito Autónomo de Ponta Delgada, o capitão Sérgio Vieira, continental a quem Ponta Delgada tanto deve, promovendo a concessão do prestigiado galardão de cidadão honorário da nossa cidade, título que lhe iria ser também concedido pela nossa respeitada edilidade.<br />A Alberto de Oliveira se ficou a dever a salvação do vetusto edifício da Câmara Municipal, arrebatando-o da sanha demolidora que se instalara aquando da construção da discutida Avenida Marginal, tudo na sequência do alerta levantado pelo grande jornalista Manuel Ferreira.<br />Íntegro chefe de família, Alberto de Oliveira, sem nunca deixar de advogar, chefiou a Secretaria da Junta Geral do Distrito Autónomo de Ponta Delgada. Isso porém não o impedia de pontificar na famosa tertúlia do Café Nacional na Rua Açoriano Oriental onde se reuniam desde há muito os salazaristas mais notórios da cidade, rodeados por pinturas de Luís Bernardo e João Rebelo, filho do grande Mestre Domingos Rebelo.<br />Faleceria Alberto de Oliveira aos 74 anos, já em plena democracia em cujo funcionamento perfeito nunca acreditou. Sempre elegante e sempre educado, sem nunca deixar o cigarro que o havia de vitimar quando tanto ainda podia ter dado à advocacia que tanto honrou nesta terra. Deixou larga descendência que honra a cidade em todos os ramos de actividade a que zelosamente se dedica.<br />Vejamos agora a última personalidade que nos vai ocupar hoje. Político da primeira república, convertido aos novos ventos do Estado Novo, precisamente aquele que vitimado pelos sobreditos distúrbios iria provocar, em 1933, uma repressão duríssima dos militares com o triste saldo de três mortos, enterrados à pressa e dissimuladamente, para fugir aos confrontos que doutra forma seriam inevitáveis. Trata-se de Diniz José da Silva.<br />Este activo cidadão nasceu no Nordeste já no reinado de D. Carlos e aos 38 anos, viria a substituir o advogado ilustre que conduziu o Clube Desportivo Santa Clara alguns meses depois dos decisivos primeiros anos de Reis Rebelo, o qual como vimos, lhe deixara como herança uma sede social condigna. A melhor sede desportiva de que a ilha do Arcanjo dispunha e, parece-me, ainda hoje dispõe.<br />Diniz da Silva começa a sua vida profissional como empregado de comércio. A república apanha-o aos 21 anos e a sua aproximação da Maçonaria ir-lhe-ia permitir largos voos. De simples funcionário administrativo e guarda amanuense, parte para Administrador do Concelho da Povoação, Ribeira Grande, culminando a sua carreira política e administrativa como Presidente da Câmara do Nordeste. Ficaria na história do concelho (que nos nossos dias vai despontar para a ilha que sempre o considerou outra ilha), como aquela personalidade que mais se bateu para elevar a velha Fazenda, a primeira que houve em S. Miguel, a freguesia, berço de tanta gente ilustre, de que me permito destacar, o Reitor da Universidade de Matemática da Califórnia!<br />Jaime Hintze, Governador Civil afonsista e Democrático do distrito oriental fá-lo-ia, nos anos 20, seu secretário.<br />De Relator Fiscal, no último ano em que o Major Reis Rebelo serviu, ele é erguido, depois da saída de Alberto de Oliveira, ao cargo máximo, embora por apenas um ano. Depois, durante 9 anos presidirá à Assembleia-geral.<br />Claro que foi durante a sua gestão que o Santa Clara se abriu a outras actividades que não apenas o desporto: música com aulas de dança, teatro onde o grande José Barbosa deu grande impulso, palestras, serões dançantes que tanto encantariam os mais novos das classes menos favorecidas com meios de fortuna mas milionários na alegria e na falta de preconceitos que dominavam como lepra social a fechada e classista sociedade micaelense dos meados do século XX.<br />Mas iria ser como jornalista que Diniz José da Silva haveria de celebrizar-se, em campanhas contundentes de defesa dos interesses locais. Ficou célebre a sua luta antimurina, sensibilizando gregos e troianos, contra o pequeno roedor que tantos e tão graves prejuízos provoca nas nossas culturas agrícolas. Se o tivessem ouvido, muitos açorianos não teriam sucumbido à leptoespirose e podiam ainda estar vivos.<br />Foi um dos que teve a honra especial de dirigir o mais antigo jornal português em publicação contínua, O Açoriano Oriental, rodavam os movimentados anos sessenta de dolorosa memória e havia falecido o denodado Ferreira de Almeida que o manteve contra ventos e marés como coisa sua, tudo arriscando para manter vivo, o que afinal era património cultural de todos nós.<br />Dinis da Silva não era pessoa de meias tintas, tornando-se com o tempo, ainda mais radical na defesa dos seus pontos de vista.<br />A nossa história vai registar a sua adesão radical ao salazarismo e à igreja tradicionalista. Ficou célebre a polémica que suportou com o Padre Dr. Hermínio Pontes sobre a pessoa e as teorias de Teilhard de Chardin, um dos ícones mundiais do progressismo católico que os mais conservadores consideravam peixinhos vermelhos em pias de água benta.<br />Dinis da Silva iria tornar-se radical contra a Oposição ao Estado Novo mas isso não impediria que as excursões do Clube Desportivo Santa Clara do seu tempo parassem sempre na Gorreana onde o seu antigo chefe, o Democrático Jaime Hintze, residia. <br />Embalado o Santa Clara com vitórias que o tornaram campeão de S. Miguel durante sete anos seguidos, o clube mantém a invencibilidade durante o mandato de Dinis José da Silva, no ano desportivo de 1936/1937, quando a Espanha entrava para a mais sangrenta guerra civil da sua conturbada história que haveria de vitimar mais dum milhão de pessoas oriundas de todo o mundo.<br />Conheci-lhe três filhos. Um foi presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada e dirigiu o Instituto Geográfico Cadastral, com obra científica de alto valor publicada. O outro, açoriano radical a quem esta terra e a presente autonomia tanto devem. Sua filha, casada com um médico ilustre desta terra, também tem descendência que exerce a mesma arte, depois de servir a Pátria em longes e quase esquecidas terras.<br />Dinis José da Silva viria a falecer a 4 de Maio de 1973, com 84 anos incompletos, em Santa Clara onde morava à Rua José Bensaúde, o cientista micaelense que fundou o Instituto Superior Técnico.<br />Não sei se consegui, nesta breve aguarela dar uma ideia ainda que pálida destes homens a quem o Santa Clara encarregou de dirigir os seus destinos em tempos tão especiais da nossa história. Foi o que pude recolher no pouco tempo que tive para isso. Falta uma história do desporto açoriano e é bom que alguém lance ombros a tão meritória tarefa para que se não perca o rasto daqueles que tão apaixonadamente vivem o mais encantador dos entretenimentos humanos e um dos pilares da união entre os homens de boa vontade.<br />Ponta Delgada, 6 de Outubro de 2011<br />Carlos Melo Bento<br /><br /><br /></div>Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-76576124237098643812011-10-05T09:15:00.000-07:002011-10-05T09:18:12.417-07:00Oxalá<div align="justify">Esta questão da Madeira está a ficar preocupante porque nos prejudica. Com a mania, dos políticos portugueses confundirem os dois arquipélagos, tendência que a maior parte da população compartilha porque para eles, é tudo “a ilha”, há que ter cuidado. Nem tudo é justificável em política partidária. Já não falo nos insultos ou insinuações ou exageros ou até mentiras. Porque na luta pelo poder temos visto os eleitores engolirem de tudo e gostarem. Como o destino das eleições é para o comum das gentes, escolher o próximo de que se irá falar mal, não vai nisso nenhum mal ao mundo e o povo que se desenrasque que cada um tem o governo que merece. O problema agudiza-se quando, por falta de escrúpulos, se ofende o principal. Num daqueles exageros que cometi no tempo da luta pela independência, proclamei que “acima dos Açores, só Deus”. Em certa medida, queria significar que os Açores (e dentro deles os açorianos) são um valor absoluto, pelo menos para nós. Tudo o que bulir com isso, deve ser inadmissível. Caso contrário, é a mesma coisa que vermos bater num filho e não fazer nada. É contra natura. A dívida da Madeira é muito grande e terá sido contraída à revelia do governo central (como se este nunca tivesse feito nada à nossa revelia!) mas há que não esquecer que os madeirenses beneficiados com ele são mais dum milhão e nós vemos dívidas de empresas públicas portuguesas muito mais elevadas e servindo muito menos gente. Penso que um governo de mais de 30 anos, como o da Madeira, não é saudável porque os governos muito longos baseados numa só pessoa geram distorções perigosas para uma democracia que se quer sã. Mas a campanha miserável e unânime que do continente é movida contra Jardim, se fosse nos Açores, provavelmente teria o efeito contrário ao pretendido. E, aqui para a gente, oxalá que sim.<br />Carlos Melo Bento<br />2011-10-03</div>Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-35259724432287302022011-09-24T12:56:00.000-07:002011-09-24T12:59:19.057-07:00A quem e em quê?<div align="justify">Nesta tormenta financeira que nos envolveu e que tantas arrelias nos vem trazendo, há duas perguntas que parecem legítimas sobre as dívidas que nos são reveladas em catadupa todos os dias. Gastaram 500 toneladas de ouro da pesada herança salazarista das 800 que ele deixou aferrolhadas. Da Europa, em ajudas, caíram para aí qualquer coisa como 200.000 milhões de euros. A dívida pública parece que anda também a rondar os mesmos 200.000 milhões. Desculpar-me-ão os leitores se não dou números mais precisos mas acho que ninguém sabe a quantas andam, ou sabem e não querem dizer. Estamos pois a falar duma coisa parecida com meio bilião de euros, número que dá vertigens só de pensar. Dinheiro que juntamente com os milhares de milhões dos impostos entrou nos cofres do estado e que, aparentemente, saiu deles. A primeira pergunta que parece legítima é saber a quem é que se deve tanto dinheiro? Quem é o felizardo a quem teremos de pagar essas dívidas? Depois, e é a segunda pergunta, em que é que foi gasto tanto dinheiro? É que é muita pasta! Somadas as auto estradas, as escolas, hospitais e respectiva manutenção, bairros sociais e subsídios de toda a sorte, parece-me que não chegamos a tanta massa. Mesmo juntando os mistérios que para aí andam como almas penadas, ou sejam, os bancos fantasmas e outras “legalidades” tais como ordenados milionários (refiro-me a milhões e não aos miseráveis centenas de milhares de “€”), continua a ser muita massa. Outro fantasma monetário é o chamado offshore que ainda ninguém explicou com clareza do que se trata. Seja lá como for, há aí muita marosca inexplicada de que nenhum responsável do governo central pode ser absolvido, a não ser como ensinava Jorge Amado na D. Flor, no colectivo ninguém tem culpa…Duma maneira ou doutra, será que Jardim não teve razão? Haja moralidade ou comem todos…<br />Carlos Melo Bento<br />2011-09-20</div>Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-4178148018992967192011-09-10T13:12:00.000-07:002011-09-24T13:01:22.043-07:00E o Banco?<div align="justify">A maioria das pessoas não se apercebeu mas a tempestade económica está aí a cair com o cortejo de dificuldades de que sempre se rodeia. Produzir e poupar, dizia-se nos anos trinta. Agora não se sabe se isso é bom. Há sábios dizendo que austeridade não é progresso. O tamanho do estado e o consumo como fonte de produção criaram nova lógica. Isso não significa que deixemos de arrecadar aquilo a que temos direito e que deixemos roubar o que nos pertence. Veja-se o muito que sai destas ilhas no jogo. No tempo do jogo do bicho que se fazia à socapa, mudavam de mãos 250.000 contos por semana, uma coisa parecida com um pouco mais de um milhão de euros. Sem impostos mas com sustos. Sempre defendi um jogo nosso e foi com alegria que vi o raspa abrir caminho. Mesmo assim, a miragem dos euromihões, do totoloto e das lotarias tradicionais continua a drenar para fora, milhões, todas as semanas, sem qualquer contrapartida pois as probabilidades são ínfimas para nós. Claro que o cidadão comum não o entende e, com as propagandas encurtando criminosamente distâncias incontornáveis, ei-lo fazendo bichas à porta dos postos de venda quando há jackpot que continua tão distante como o resto. Tudo bem que cada um faz do seu os disparates que quiser. O pior é quando surge o crime organizado. Agora parece que os postos de venda dos totolotos e milhões foram proibidos de vender os raspas. Se vendes os raspas, não nos vendes a nós. Mais ou menos como as cervejeiras que compram ilegalmente monopólios de vendas de certas marcas, emprestando dinheiro para durante anos só poder vender a marca do credor. Sempre há uns espertos que abrem falência e não pagam mas o resultado é a nossa fábrica que tem a melhor e mais barata cerveja do planeta estar às moscas e não é só porque os terceirenses se recusam (vai lá saber-se porquê) a consumir produtos nossos. E o banco?<br />Caros Meo Bento<br />8.8.2011</div>Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-45844692151927297292011-09-10T13:03:00.000-07:002011-09-10T13:05:31.853-07:00<div align="justify">Apátridas<br />Da Vinci dizia que o emigrante é-o em dois lugares: na terra para onde emigra e na de onde emigrou. Infeliz verdade que atormenta gerações de gente desta terra, obrigadas pela necessidade ou aventura a partir. A América, terra estranha e de estranhos, fria e pouco própria para os nossos costumes, foi a escolhida dos açorianos, pela caça à baleia, pela febre do ouro ou pelo trabalho mais bem pago. Depois, as cartas de chamada tornaram-na no lugar de residência da maioria da nossa população. Recebem-nos bem mas sem grandes preocupações de legalização, pois os ilegais são mais domesticáveis, baratos e descartáveis. Já é a segunda vez (que saiba) que o governo daquela grande e poderosa Nação repatria açorianos. A primeira, foi no tempo do presidente Roosevelt e da grande depressão e agora. Temos aí mais dum milhar de pessoas inadaptadas à nossa pacatez de vida e sem familiares próximos, arrancados aos seus por uma política economicista que ignora os mais elementares sentimentos familiares, no respeito dos quais, aliás, a América é pioneira. Desintegrados, os repatriados estão a transformar-se num problema muito grave em terra muito pequena e sem meios. A nossa política nesse sentido tem tido, em relação a alguns casos mais chocantes, resultados frustrantes. Eles traficam, eles agridem, eles consomem, eles assaltam, eles ocupam casas semi abandonadas. Enfim, não têm medo e causam medo. Já não vivemos como vivíamos antes deles e não é melhor agora. Juntá-los em casas no centro da cidade foi um erro de palmatória e subsidiá-los cegamente foi outro. Assinalei a seu tempo a necessidade de os defender nos tribunais americanos e de os reencaminhar para países de língua e costumes ingleses. Não concordaram mas a situação está a ficar insustentável e alguma coisa de muito urgente tem de ser feita.<br />Carlos Melo Bento<br />23.8.2011</div>Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-47205082948552575452011-09-10T12:51:00.000-07:002011-09-10T12:52:47.336-07:00Censuradas<div align="justify">A RDP e a RTP Açores têm vantagem sobre as suas congêneres: não esmagam com anúncios. Outra qualidade é dedicarem-se aos Açores. A questão põe-se porém em saber se o tempo que nos dedicam é o suficiente e, mais importante, se é bem aproveitado. Se falarmos em tempo cronológico e atmosférico, batem as outras, pois, embora seja a única estação televisiva que começa as notícias minutos depois da hora, sem dispensar o cronómetro, dão o boletim meteorológico (mesmo em rodapé, tipo breakimg news), frequentemente. Questões económicas e bandas de música, também. Anúncios do Governo Regional são quase tantos como a publicidade comercial das outras. Não é uma crítca, é uma constatação. Só que o actual estado de coisas nessas estações (nossas porque têm o nosso nome) não lhes dá credibilidade por melhor que sejam (e são) os seus profissionais. Diz-se que é falta de dinheiro mas penso que posso desacreditar essa afirmação lançada para encobrir uma censura centralista. A informação veiculada peca por não ser totalmente livre, o que lhe retira interesse, transformando-as em sensaborias. Promovem concursos locais interessantes e aliciantes, mesmo diferidos? Foruns matinais diários sobre questões de interesse local (mas não económicos: droga, repatriados, sem abrigo, prostituição infantil, desemprego fraudulento, subsídios sem fundamento, insegurança, etc) com intervenção directa deste povo? Debates diários sobre questões políticas açorianas, envolvendo jornalistas e políticos polémicos? Programas intensivos com os jogadores, treinador e dirigentes das equipes mais qualificadas, de modo a criar um clima que leve aos estádios os aficionados? Para quê a emissão de enlatados? As nossas notícias em horário nobre, não as dos outros. Açorianizar só no nome, ao serviço de interesses mesquinhos e avaros é coisa desprezível.<br />Carlos Melo Bento<br />30.8.2011</div>Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-81339222380872566362011-09-10T12:40:00.000-07:002011-09-10T12:43:28.184-07:00Poupança<div align="justify">Poupança<br />O Estado tem de poupar. Verdade de La Palisse que nem por isso é aceite universalmente. Numa primeira fase, começou por ser interpretada como, o Estado tem de ganhar mais e caiu-se numa política contrária aos costumes da direita, aumentando-se os impostos sobre os particulares. Como estes reagiram muito mal a este dislate, o governo apressou a divulgação de mensagens de que ia cortar na despesa e oxalá o façam com sensatez e não com critérios de oportunidade conjuntural que tem sido infelizmente o timbre da política reinante. Mas, já agora, acho que chegou o momento próprio para extinguir o cargo e o gabinete do Representante da República nos Açores. Trata-se duma despesa absolutamente inútil. O Representante da República começa por não representar república nenhuma (aliás isto aqui é uma Região Autónoma não é uma monarquia onde a república tenha de estar representada por órgão não eleito). Depois, cheira a colonialismo humilhante e ultrapassado que nenhum povo civilizado aceita sem protesto. Duma presença castradora da autonomia que era no princípio, essa função passou a ser exercida com proveito pelo Tribunal Constitucional, deixando tal cargo de ter qualquer utilidade política ou prática. Em casos como o de Laborinho Lúcio cheguei a defender que não se bulisse com ele pois seria útil, como penso que foi. Excepcionalmente pode acontecer. Excepção que aqui serve para confirmar a regra. Do ponto de vista económico, é um dispêndio absurdo, são milhões que se poupam todos os anos se desaparecer. Se se fizesse um referendo entre os açoreanos para saber se queriam o Representante ou a Televisão açoreana, penso que ninguém tem dúvidas sobre o qual o resultado dessa consulta. De resto, se é para impedir a independência, julgo não haver razões para tais receios, pois não estou a ver o Dr. José de Almeida proclamá-la logo que o cargo desapareça.<br />Ponta Delgada, 6.9.2011<br />Carlos Melo Bento<br /></div>Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-81917819494397079762011-08-14T04:07:00.000-07:002011-08-14T04:12:12.008-07:00E o banco?A maioria das pessoas não se apercebeu mas a tempestade económica está aí a cair com o cortejo de dificuldades de que sempre se rodeia. Produzir e poupar, dizia-se nos anos trinta. Agora não se sabe se isso é bom. Há sábios dizendo que austeridade não é progresso. O tamanho do estado e o consumo como fonte de produção criaram nova lógica. Isso não significa que deixemos de arrecadar aquilo a que temos direito e que deixemos roubar o que nos pertence. Veja-se o muito que sai destas ilhas no jogo. No tempo do jogo do bicho que se fazia à socapa, mudavam de mãos 250.000 contos por semana, uma coisa parecida com um pouco mais de um milhão de euros. Sem impostos mas com sustos. Sempre defendi um jogo nosso e foi com alegria que vi o raspa abrir caminho. Mesmo assim, a miragem dos euromihões, do totoloto e das lotarias tradicionais continua a drenar para fora, milhões, todas as semanas, sem qualquer contrapartida pois as probabilidades são ínfimas para nós. Claro que o cidadão comum não o entende e, com as propagandas encurtando criminosamente distâncias incontornáveis, ei-lo fazendo bichas à porta dos postos de venda quando há jackpot que continua tão distante como o resto. Tudo bem que cada um faz do seu os disparates que quiser. O pior é quando surge o crime organizado. Agora parece que os postos de venda dos totolotos e milhões foram proibidos de vender os raspas. Se vendes os raspas, não nos vendes a nós. Mais ou menos como as cervejeiras que compram ilegalmente monopólios de vendas de certas marcas, emprestando dinheiro para durante anos só poder vender a marca do credor. Sempre há uns espertos que abrem falência e não pagam mas o resultado é a nossa fábrica que tem a melhor e mais barata cerveja do planeta estar às moscas e não é só porque os terceirenses se recusam (vai lá saber-se porquê) a consumir produtos nossos. E o banco?
<br />8.8.2011
<br />
<br />Não pagamos?
<br />
<br />Uma das boas manifestações da nossa autonomia foi efectuada pelo governo socialista de Carlos César quando ignorou a decisão do governo de Lisboa relativamente à diminuição de 5% dos salários públicos acima de 1.500 euros que tinha sido imposta pelo Primeiro-ministro também socialista, Eng.º José Sócrates. Este, por sua vez, não gostou mas respeitou o poder autonómico, dando uma lição de democracia que pelo menos entre nós ficará como poderoso estímulo para continuarmos o processo de aumentar a livre governação dos Açores pelos açorianos, até se atingir o patamar que sirva plenamente o interesse colectivo do Povo Açoriano, onde quer que ele viva. É que, perante a globalização inevitável que se aproxima, é imperioso que sejamos atingidos por ela na plenitude absoluta da nossa emancipação, sob pena de sermos absorvidos como massa anónima e anódina. Todavia aquela manifestação autonómica tem de ter consequências lógicas. Carlos César reagiu à nova medida decretada de Lisboa, pelo governo agora social democrática, do Dr. Passos Coelho, de tributar o próximo subsídio de Natal, defendendo que essa tributação pertence aos Açores e não ao orçamento do estado, porquanto não contribuímos para o actual défice público. Salvo o devido respeito, o raciocínio não parece estar correcto. Não contribuímos para a dívida, é verdade (tão antiga que vem do tempo de Aristides da Motta). Mas então esse dinheiro também não pertence ao orçamento regional e sim aos que têm direito ao subsídio. Isto é, devido à boa administração César não pode haver lugar à tributação visto que esta só tem justificação, porque alguém, que não fomos nós, gastou de mais. Logo, nós açorianos não temos nada que pagar esse imposto. Pelo que, ao que parece, nem o Governo açoriano terá legitimidade para o arrecadar. Não pagamos?
<br />Carlos Melo Bento
<br />2.8.2011
<br />
<br />A Deus
<br />
<br />Joaquim Cabral foi o açoriano mais puro que conheci. Nasceu na Lomba do Botão, da sua querida Povoação. Tentou viver afastado da Terra nos doze anos de exílio americano; voltou. Trouxe na bagagem o muito que ali ganhara e a saudade de pais e irmãos. Comprou, estabeleceu-se com Mulher e Filhos e tentou aqui trabalhar com o sonho de ver a sua terra livre, progressiva e ser feliz. Vinda dum país ligado ao futuro, onde tudo ajuda para se caminhar em frente, a Família não se adaptou e regressou. Os filhos que na América eram pessoas integradas, cidadãos prestantes e acarinhados pelo sistema, aqui perante um ensino impreparado para os receber e acolher com vantagem, foram tratados como marginais e não suportaram a hostilidade. Vivem na América e são felizes e progressivos. A Mulher acompanhou-os depois de resistir em vão à saudade. Joaquim ficou, lutando contra os moinhos de vento da nossa indiferença, a ganância dos dinheiros da Europa, o bem estar falso duma riqueza ilusória e passageira. Abraçou a liderança do PDA, apelou aos açorianos, ergueu alto a bandeira da dignidade. Em vão. Obedeceu aos bancos e foi defraudado por um sistema que só vê lucros e nada arrisca, sacrificando no altar destes os próprios clientes com o resultado que se conhece. Enfrentou-os nos tribunais, na imprensa e na rua. Adoeceu gravemente que a saúde não é de ferro. Ainda aí foi enganado por seguros que a única coisa que sabem fazer bem é receber. Quando chega à hora de pagar, só à força e mesmo assim mal e assanhados. A doença agravou-se. Regressa contrariado à América, onde uma medicina de seguros lhe faz dois transplantes renais. Sempre que a saúde lho permite regressa, mata saudades e volta carregado de dores físicas e morais. Mas agora não volta mais que a morte o venceu. Mas o exemplo da sua luta sobreviverá no coração dos que tiveram a dita de o conhecer.
<br />
<br />Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-64068334240574558922011-07-15T16:32:00.000-07:002011-07-15T16:34:03.668-07:00Lixo são eles<!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:trackmoves/> <w:trackformatting/> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:donotpromoteqf/> <w:lidthemeother>PT</w:LidThemeOther> <w:lidthemeasian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:lidthemecomplexscript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> <w:splitpgbreakandparamark/> <w:dontvertaligncellwithsp/> <w:dontbreakconstrainedforcedtables/> 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Desconheceram completamente a questão da Lehman Brothers que levou à cadeia um dos homens mais ricos do mundo (prisão perpétua, seja lá o que isso significa na América) e à ruína de milhares de pessoas que acreditaram nesses energúmenos. Depois, cantaram loas aos bancos islandeses, um dia antes deles irem à vida completamente falidos. Para esses “honestos” trabalhadores do capitalismo selvagem e imoral, é ignorância a mais mas a suficiente para que o País possa descansar na firmeza de acertar as contas, colocando as despesas ao nível das receitas e ir pagando o passivo que um calculismo criminoso de credores desonestos criou com o beneplácito de todos (ninguém conseguiu recusar as benesses do estado social ainda que os mais prudentes vissem logo que era muito queijo por um escudo). Vieram aqueles desgraçados classificar-nos de lixo. Bom, lixo é a tiazinha deles e talvez a mãe que o pai certamente não sabem quem é. Como sempre defendi, os nossos governos não têm poder contra as manigâncias internacionais e são mais vítimas que autores duma situação que não é tão má como a pintam pois a superprodução continua e há mais bens que pessoas; a situação é apenas de distribuição de riqueza e não de crise económica. Como disse alguém, isto é terrorismo financeiro que deixa cair uma bomba aqui (Grécia) ou ali (Portugal), a ver se pega alguma bancarrota e, como não pegou, aguenta-te Itália que já lá vamos. Se a dívida não for reestruturada e perdoada em parte, como tem de ser, porque o que é roubado não é lucrado (e os juros criminosos merecem é castigo pesado), isto continua. Senão, tirem o velho Marx da gaveta porque o colapso do capitalismo está aí, ao voltar da esquina e então vai tudo ao ar.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="mso-ansi-language: PT">Carlos Melo Bento</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="mso-ansi-language: PT">2011-07-12 </span></p>Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-58491931281977275592011-07-12T14:39:00.000-07:002011-07-12T14:40:48.753-07:00Dignidades<!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:trackmoves/> <w:trackformatting/> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:donotpromoteqf/> 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cristã, sobre os sem abrigo que por aí andam deitados nas ruas, dormindo à porta deste e daquele e ali fazendo as necessidades, descompondo-se diante de crianças e velhos e de todos os outros, tudo acompanhado dos palavrões que a rica língua de Camões conhece e aplica. Dizia aquela boa alma que a dignidade deles estava acima dos seus vícios! Bom e já agora eu diria os direitos (certamente constitucionais) e a nossa obrigação de tolerar aquilo tudo e de lhes pagar uma pensão (não fiquem eles com sede), cama, mesa e roupa lavada e trocos para gastos que me abstenho de especificar. Será que a nossa dignidade está abaixo da deles e dos seus vícios? Será que teremos de engolir todos esses desaforos, gemendo e calando em nome não sei bem de quê? Mas então se o que viola a lei penal tem fica sem o direito à liberdade quem assim procede não pode ser obrigado a tratar-se quer queira quer não? Não é esta uma terra de turismo que dá pão a milhares e justificou o investimento de milhões? Não terão os pais e mães de direito de andarem pelas ruas da sua terra sem terem de ver e ouvir esse triste espectáculo do homem e da mulher degradados até à expressão mais elevada? E não terão as autoridades políticas e administrativas a obrigação de tomar medidas adequadas para que esse espectáculo acabe duma vez? Este laxismo é que não pode continuar. Bem sei que remover aquela gente para um hospital psiquiátrico ou outra instituição adequada não dá tanto lucro como as multas de trânsito mas convenhamos que o espectáculo a que assistimos enojados há tempo de mais é uma triste imagem dos que exercem o poder e que têm a obrigação de zelar pelos interesses colectivos. O direito a uma convivência sã, o direito à existência normal e decente não é privilégio de direita ou de esquerda ou (já agora) do centro mas um direito que foi conquistado pelas sociedades verdadeiramente civilizadas.<span style="mso-spacerun:yes"> </span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="mso-ansi-language:PT"> </span></p>Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-88180835353206398032011-07-12T14:15:00.001-07:002011-07-12T14:33:40.834-07:00Lixo São Eles<!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:trackmoves/> <w:trackformatting/> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:donotpromoteqf/> 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Desconheceram completamente a questão da Lehman Brothers que levou à cadeia um dos homens mais ricos do mundo (prisão perpétua, seja lá o que isso significa na América) e à ruína de milhares de pessoas que acreditaram nesses energúmenos. Depois, cantaram loas aos bancos islandeses, um dia antes deles irem à vida completamente falidos. Para esses “honestos” trabalhadores do capitalismo selvagem e imoral, é ignorância a mais mas a suficiente para que o País possa descansar na firmeza de acertar as contas, colocando as despesas ao nível das receitas e ir pagando o passivo que um calculismo criminoso de credores desonestos criou com o beneplácito de todos (ninguém conseguiu recusar as benesses do estado social ainda que os mais prudentes vissem logo que era muito queijo por um escudo). Vieram aqueles desgraçados classificar-nos de lixo. Bom, lixo é a tiazinha deles e talvez a mãe que o pai certamente não sabem quem é. Como sempre defendi, os nossos governos não têm poder contra as manigâncias internacionais e são mais vítimas que autores duma situação que não é tão má como a pintam pois a superprodução continua e há mais bens que pessoas; a situação é apenas de distribuição de riqueza e não de crise económica. Como disse alguém, isto é terrorismo financeiro que deixa cair uma bomba aqui (Grécia) ou ali (Portugal), a ver se pega alguma bancarrota e, como não pegou, aguenta-te Itália que já lá vamos. Se a dívida não for reestruturada e perdoada em parte, como tem de ser, porque o que é roubado não é lucrado (e os juros criminosos merecem é castigo pesado), isto continua. Senão, tirem o velho Marx da gaveta porque o colapso do capitalismo está aí, ao voltar da esquina e então vai tudo ao ar.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="mso-ansi-language: PT">Carlos Melo Bento</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="mso-ansi-language: PT">2011-07-12 </span></p>Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-56201047544584400112011-06-18T07:00:00.000-07:002011-06-18T07:02:44.798-07:00Orfeão Edmundo Machado de Oliveira<div align="justify">DISCURSO PROFERIDO NO COLISEU MICAELENSE AQUANDO DOS 25 ANOS DO ORFEÃO EDMUNDO MACHADO DE OLIVEIRA<br /><br />Senhora Presidente da Câmara<br />Senhor Director Regional da Cultura<br />Minhas Senhoras e meus Senhores<br />Quando há 25 anos um grupo de amantes da música resolveu fundar nesta terra um conjunto coral, nem sonhavam no êxito que a sua iniciativa iria obter nem com o impacto que a sua criação teria no meio musical açoriano, no da sua diáspora e em Portugal todo.<br />Tinha falecido há escassos 4 anos o mentor e patrono do Orfeão (no meu tempo de estudante IiceaI chamava-se “orfeon”, era mais chic!) e não é fácil saber hoje qual a verdadeira dimensão da sua influência sobre os fundadores, mas é de crer que tivesse sido um contributo decisivo para a iniciativa.<br />O seu ensino, o seu carisma, a sua cultura, e a capacidade de galvanizar os seus discípulos foi decisivo para que uma mão cheia deles sentisse alegria em batizar o novo ser que o seu entusiasmo gerou com o nome do pai espiritual. E foi na sede da Associação que 13 anos depois colocaram o seu busto eternizando em bronze a figura veneranda do velho mestre que tantas alegrias proporcionou ao espírito dos discípulos que “disciplinou” através da música.<br />Por outro lado, se José Gabriel ÁviIa preside à primeira direcção com a sua serena discrição, quem vai conduzir a multidão dos cantores que entretanto se reuniu à volta da ideia, é uma figura singular e estranha. Baixo, franzino, com um sorriso irónico permanente, voz de falsete, olhar penetrante, hiperactivo e postura desengonçada na regência, tudo nele fazia prever um inevitável fiasco.<br />Pois até aí ele enganou o destino. Alguém já disse que a música é a matemática do universo e eu direi sem receio de errar que José Rodrigues é um dos seus divinos cultores.<br />A sua paixão pela arte de Euterpe fê-lo o cimento que congregou todos os que se deixaram conduzir pela sua batuta através dos caminhos encantados dos sons musicados. Senhor duma poderosa vontade, o Maestro galvanizou os orfeonistas à volta de composições belas e difíceis, empolgando multidões de encantados espectadores que nunca lhe negaram enérgicas e demoradas ovações e inolvidáveis triunfos.<br />Certo dia, pediu-me que participasse num dos seus lendários ensaios, declamando alguns versos porque entenderam, ele e certamente os seus colaboradores mais próximos, que a minha voz encaixava em certa composição. Achei estranho o convite, pois o meu professor de música no ensino básico me proibira de cantar no coro da Mocidade, tais eram as fífias que dava e provocava nos meninos cantores desses tempos tenebrosos do fascismo cantando e rindo. Pelos vistos eu era melhor rindo do que cantando…<br />Mas o seu prestígio já era tão grande que aceitei o desafio e lá fui. A Igreja de S. José era o fantástico palco onde se desenrolaram os trabalhos que não foram nada fáceis contrariamente ao que eu esperava.<br />Saiu a primeira actuação tão perfeita na impecável acústica do nosso maior templo, tão maviosa e tão bela que pensei ir o ensaio durar pouco. Qual quê!? – Não está bom, mas não está nada bom, mesmo!, vociferava o pequeno maestro que na sua fúria se elevava a alturas não sonhadas.<br />E repetia e mandava repetir. Para os meus pobres ouvidos eram sempre belamente iguais aquelas passagens tantas vezes cantadas. Até que, finalmente, José Rodrigues ficou com a expressão de quem acaba de ter uma visão celestial, cerrando os olhos, sorrindo gozosamente para si próprio, ao passo que, nos bicos dos pés, erguia os braços virados para o céu com as palmas das mãos abertas e tremendo como se aguentasse nelas o firmamento, balbuciava baixinho quase imperceptivelmente: - Agora sim, agora sim!!!, e abraçava-se a si próprio como se envolvesse o orfeão num amplexo amoroso contagiante, ao passo que este o aplaudia como se tivessem descoberto o caminho marítimo para a Índia ao lado de Vasco da Gama.<br />Não disse nada, mas comentei para os meus botões: - Mas que raio de diferença teria ele ouvido em todas aquelas repetições que me escapara completamente? Por mero acaso, ao ler um prémio Nobel da literatura percebi que havia uma coisa chamada ouvido absoluto.<br />É que, alguns músicos com ouvido absoluto muito fino são capazes de reconhecer se uma obra está desafinada com respeito à afinação comum a uma distância de poucos <a title="Savart" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Savart">savarts</a>. Um <a title="Savart" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Savart">Savart</a> é a unidade de afinação, ou seja, a quantidade de desafinação que pode perceber um ouvido. Equivale a 4 cents. Um cent é a centésima parte de um semitom.<br />Estima-se que apenas uma em cada 650 pessoas no mundo possuam tal capacidade. E foi então que percebi duas coisas: José Rodrigues ouvia sons que eu nem sabia que existiam (nem tinha hipóteses de vir a saber) e tinha capacidade de pôr os outros a produzir esses sons em harmonia absoluta. Para mim isso valia pouco pois longe da vista longe do coração, para ele isso era tudo.<br />Passei então a admirá-lo e à sua obra, praguejando aos céus contra o facto de me não ter dado esse dom a mim, pois a música é algo que a minha alma anseia desde que me conheço.<br />Daí que não fosse surpresa o êxito alcançado pelo Orfeão por esse mundo fora: Portugal, de norte a sul, Brasil, Canadá, América, França. Trata-se duma instituição de altíssima qualidade.<br />Depois de o ouvir e apreciar, percebi que tinha de lhe pedir para actuar em festa da minha Família pois que as probabilidades duma iniciativa que envolvia tanta gente à volta duma operação amadora, dificilmente duraria tanto tempo, pelo menos com tanta qualidade. Ia enganar-me outra vez.<br />Na verdade minha mulher deu-me o último filho, a Maria, quando já éramos quarentões e eu temia não ter tempo para lhe fazer o casamento. Pedi então ao Maestro e colega encarecidamente que actuasse no batizado. Com aquela habilidade de advogado ágil, ele convenceu-os a participar e devo dizer-vos que nem os príncipes de Inglaterra tiveram direito a uma Aleluia tão electrizante como nós tivemos numa inesquecível e tão aplaudida actuação na nossa Matriz.<br />Quem diria que hoje o Orfeão Edmundo Machado de Oliveira, passados 25 anos, ainda estaria activo e bem activo embora sob a batuta de Cristiana Spadaro, a italiana formada em Triestre que se aperfeiçoou em Geneve e em Lisboa, cumprindo os altos padrões melódicos do seu primeiro maestro e demonstrando que os alicerces por este construídos foram fortes e bem feitos.<br />Com ele, o Orfeão cantou os 500 anos da descoberta do Brasil, inaugurou o Centro Cultural de Belém, ganhou prata com a UNICEF e da própria LAVA FEZ MÚSICA . Só ou acompanhado com prestigiadas instituições similares.<br />Começou José Rodrigues a advocacia dez anos depois de mim, e, mais esperto que eu (também não era difícil), deixou a advocacia 10 anos antes de mim e, sempre fascinado pela música, fundou o Stella Maris no Canadá, revolucionando ali também o ambiente musical. A sua presença hoje nesta maravilhosa sala de espectáculos, sob obras primas de Canto da Maia e Domingos Rebelo, é motivo de júbilo para todos quantos ele guiou pelos cantos sagrados da matemática universal e dos que tiveram a dita de o ouvir. Bem-haja.<br />Uma instituição como esta, obviamente que não vive apenas de cantores e maestros. Aqueles que tratam da organização dum tão grande grupo e que cuidam da logística infernal das deslocações e da preparação dos espectáculos para que tudo corra sem incidentes de maior, merecem também a nossa admiração e respeito.<br />As equipes responsáveis pela realização desses objectivos não devem ser esquecidas. Já falei da que foi presidida por José Gabriel Ávila, mas não posso deixar de falar em Gabriel Moreira da Costa, em José Augusto Borges, em José Oliveira Melo, em Laudalina Rodrigues que com o Maestro partilha a mesma incondicional paixão pela música tudo sacrificando no seu altar sagrado. Falarei também da de José Manuel Aguiar e, neste momento, de Aida Medeiros a cuja equipa devemos estas comemorações e este magnífico espectáculo.<br />Registe-se que uma instituição como esta não vive sem juventude que garanta a continuidade e a vida duma obra tão complexa. Por isso, não foi descurada a criação do coro infantil juvenil cuja direção musical foi garantida ao longo dos anos por Carlos Sousa, Osvaldo Costa, Carlos Dias, Ana Beatriz Moniz, José Manuel Graça e, nos dias de hoje, por Rita Andrade. Está assim fechado o círculo que garante a perpetuação duma ideia que tem sido realizada com alta qualidade. E, acreditem, só a qualidade, (que não a quantidade como queria Lenine), garante o êxito e a perenidade da obra humana, no incessante esforço de se aproximar do divino.<br />A nossa terra e o nosso povo não poderão nunca progredir se a alta qualidade não constituir o diapasão das nossas ações em todos os ramos da atividade humana com relevo especial para as do espírito.<br />Parabéns a todos quantos e longa vida.<br />Carlos Melo Bento<br />17.junho 2011<br /><br /><br /><br /><br /></div>Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-657894619470681906.post-52227399618353404862011-06-13T16:17:00.000-07:002011-06-13T16:20:49.881-07:00<!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:trackmoves/> <w:trackformatting/> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> 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Entraram no quarto de cama onde se encontravam deitados minha mulher e meus filhos, então crianças de 4 a 10 anos de idade. Levaram-me numa viatura militar não para o quartel-general mas para um navio faroleiro, repleto de homens armados e tão assustados como eu (que estava desarmado). Em casa, cortaram o telefone para que minha mulher não telefonasse a ninguém a pedir ajuda, enquanto uns tantos irresponsáveis a ameaçavam com uma pistola da casa em frente. O barco carregou 30 pessoas presas da mesma maneira, ilegal e arbitrária, e levaram-nos para a Terceira onde era suposto ficarmos presos políticos no quartel de Angra. Mas como eram mentirosos, levaram-nos para a cadeia civil, de onde tiraram os presos de delito comum e nos enfiaram nas mesmas celas e camas com as sujas roupas dos seus espantados inquilinos que foram não sei para onde. Após um simulacro de interrogatórios e outras palhaçadas, fomos libertados depois de 8, 15 e 30 dias de miserável reclusão que o povo já estava a revoltar-se, principalmente na ilha de S. Miguel. Uma vez fora, deu-se o vice-versa e aqueles que cometeram esse atentado contra a nossa dignidade foram castigados, física e/ou psicologicamente. Já lhes perdoei a afronta (porque Deus assim o quis) mas não a esqueci. Ponto é saber se o povo em cujo seio foi feita esta monstruosidade também já esqueceu as causas deste dislate, porque isto, no social, as mesmas causas provocam sempre os mesmo efeitos. Da nossa reacção contra a violência nasceu esta autonomia, não tudo o que precisávamos mas deu paz mais de 30 anos. Oxalá que os de costume não se esqueçam que este povo parece mole mas só o é até o porem contra a parede.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="mso-ansi-language: PT">Carlos Melo Bento</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="mso-ansi-language: PT">2011-06-07</span></p>Carlos Melo Bentohttp://www.blogger.com/profile/00725240726523202165noreply@blogger.com0