As estatísticas dizem que mais de dois mil portugueses estão presos no estrangeiro. Quantos desses desgraçados serão açorianos é o que ainda se não sabe. Mas era bom que o Ministério dos Negócios Estrangeiros nos dissesse se há algum que necessite dos nossos cuidados. “Somos um Povo que quer ser respeitado”, gritou-se então, e, para isso, é preciso que em primeiro lugar nos demos ao respeito. Somos, como os portugueses de antanho, aventureiros dos sete mares, corre-nos nas veias o sangue dos Dias, dos Cabrais e dos Gamas e muitos de nós só sentem prazer e realização pessoal com as viagens por terra e mar. Em suma, gostamos de nos meter em sarilhos. Daí que é fácil calcular que, dos presos em terra estranha, estejam alguns dos nossos. Inocentes ou culpados, tanto faz pois que são do nosso sangue e compete-nos olhar por todos os que, sendo nossos, de nós precisem. Se não contarem connosco não podem contar com mais ninguém. Por aqui vem outra questão que venho levantando há trinta anos. Trata-se das relações directas com o estrangeiro, no nosso interesse exclusivo. Quando Natalino de Viveiros era Secretário, houve uma tímida tentativa de controlar o comércio externo e, durante alguns meses, a coisa funcionou até que os “intermediários” do costume se intrometeram e lá fomos proibidos de governar esse nosso importante factor de desenvolvimento, pela odiosa tutela centralista. Importações directas é coisa impensável (para eles) pois, como os bens têm de circular livremente no País, Lisboa perdia o controlo e, portanto, não. Resultado, uma boa parte da riqueza que poderíamos gerar deixou de o ser. Assim, a autonomia, tal como está, é mais colete do que alavanca do progresso. Outra questão é a Base e ainda outra a Diáspora. Nada nem ninguém se deve poder intrometer entre nós e tais assuntos. Senão, a autonomia não passa duma farsa.
Carlos Melo Bento
2010-08-10
Carlos Melo Bento
2010-08-10
3 comentários:
Carlos é o português. Li noutro dia um artigo muito interessante sobre as independências da Gronelândia e das ilhas Faroé.
Tal como eu também és independentista, logo aprecia a minha análise imparcial e coerente que faço dos arquipélagos dos Açores e da Madeira. Sou muito mais crítico em relação aos Açores porque são 9 ilhas, logo os prejuízos são a multiplicar por 9. Citado do meu blog: independência dos Açores: " Aqui está o exemplo mais vivo e mais inteligente que vi até agora. Gronelândia e Ilhas Faroé irão num espaço de 8 ou 12 anos tornarem-se independentes da Dinamarca com a benção da rainha da Dinamarca e de todo o povo dinamarquês. É bonito e não é impossível. Foram ilhas que não entraram na União Europeia, logo não precisam de nada nem ninguém para serem independentes. Eu faço a seguinte pergunta: Para quando os Açores e a Madeira? O estado português devia abençoar igualmente os Açores e a Madeira a seguirem o seu caminho como povos irmãos tal como Angola, Brasil, Cabo Verde sem paternalismos ou aconchegos. Chega desta treta de queremos sempre preservar umas ilhas como se fôssemos pais deles. Mesmo um pai tem aos 18 anos de libertar o seu filho. É a lei da vida e eles que começem a ter cada vez mais responsabilidades no custeamento dos seus encargos sem andarem sempre no triste fado de dizerem: não admito perder dinheiro do orçamento de estado ou com as tretas de mais solidariedade que é sinónimo de mais dinheiro. Chantagens de parte a parte é este o nosso triste fado. Gronelândia a caminho da independência A Gronelândia celebrou, recentemente, de forma oficial a entrada em vigor do seu novo Estatuto de Autonomia, no qual se reconhece o direito de auto-determinação e lança as bases para uma futura independência do país. É um grande momento para mim entregar a lei do novo estatuto a si e a todo o povo da Gronelândia, afirmou a rainha Margarida II da Dinamarca dirigindo-se ao presidente do parlamento local. O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen, afirmou ser aquele um dia da responsabilidade porque o povo assume a responsabilidade sobre o seu próprio país e agora será a Gronelândia a decidir como constrói o seu futuro. Esperemos que o dia mais longo do ano, no qual celebramos a entrada em vigor do novo Estatuto, nos dê força com a sua luz, afirmou, por seu lado, o presidente da região, Kuupik Kleist. A cerimónia coincidiu com o dia nacional da Gronelândia e com o 30º aniversário do primeiro estatuto de autonomia, que a par das Ilhas Faroé constituem os territórios ultramarinos do reino dinamarquês. O Estatuto foi aprovado há sete meses por 75 por cento da população em referendo. Faroé e a independência As Ilhas Faroé são uma Região constituinte do Reino da Dinamarca, parte da Europa, localizado no Atlântico Norte entre a Escócia e a Islândia. O arquipélago é formado por 18 ilhas maiores e outras menores desabitadas que acolhem, ao todo, 47.000 pessoas em uma área de 1.499 km². Na ilha maior - Streymoy - encontra-se a capital, Tórshavn, com 16.000 habitantes (1999). As terras mais próximas são as ilhas mais setentrionais da Escócia (Reino Unido), que ficam a sul-sueste, e a Islândia, situada a noroeste. São autónomos desde 1948, tendo decidido não aderir à União Europeia. Gradualmente têm alcançado maior autonomia e para o futuro tem se descortinado a possibilidade de tornarem-se independentes da Dinamarca. Como divisão administrativa da Dinamarca conta com um Alto Comissário - representante da Rainha da Dinamarca -, com um parlamento unicameral formado por 32 membros (Logting) e com um primeiro-ministro chefe de governo.
Aqui está o exemplo mais vivo e mais inteligente que vi até agora. Gronelândia e Ilhas Faroé irão num espaço de 8 ou 12 anos tornarem-se independentes da Dinamarca com a benção da rainha da Dinamarca e de todo o povo dinamarquês. É bonito e não é impossível. Foram ilhas que não entraram na União Europeia, logo não precisam de nada nem ninguém para serem independentes. Eu faço a seguinte pergunta: Para quando os Açores e a Madeira? O estado português devia abençoar igualmente os Açores e a Madeira a seguirem o seu caminho como povos irmãos tal como Angola, Brasil, Cabo Verde sem paternalismos ou aconchegos. Chega desta treta de queremos sempre preservar umas ilhas como se fôssemos pais deles. Mesmo um pai tem aos 18 anos de libertar o seu filho. É a lei da vida e eles que começem a ter cada vez mais responsabilidades no custeamento dos seus encargos sem andarem sempre no triste fado de dizerem: não admito perder dinheiro do orçamento de estado ou com as tretas de mais solidariedade que é sinónimo de mais dinheiro. Chantagens de parte a parte é este o nosso triste fado. Gronelândia a caminho da independência A Gronelândia celebrou, recentemente, de forma oficial a entrada em vigor do seu novo Estatuto de Autonomia, no qual se reconhece o direito de auto-determinação e lança as bases para uma futura independência do país. É um grande momento para mim entregar a lei do novo estatuto a si e a todo o povo da Gronelândia, afirmou a rainha Margarida II da Dinamarca dirigindo-se ao presidente do parlamento local. O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen, afirmou ser aquele um dia da responsabilidade porque o povo assume a responsabilidade sobre o seu próprio país e agora será a Gronelândia a decidir como constrói o seu futuro. Esperemos que o dia mais longo do ano, no qual celebramos a entrada em vigor do novo Estatuto, nos dê força com a sua luz, afirmou, por seu lado, o presidente da região, Kuupik Kleist. A cerimónia coincidiu com o dia nacional da Gronelândia e com o 30º aniversário do primeiro estatuto de autonomia, que a par das Ilhas Faroé constituem os territórios ultramarinos do reino dinamarquês. O Estatuto foi aprovado há sete meses por 75 por cento da população em referendo. Faroé e a independência As Ilhas Faroé são uma Região constituinte do Reino da Dinamarca, parte da Europa, localizado no Atlântico Norte entre a Escócia e a Islândia. O arquipélago é formado por 18 ilhas maiores e outras menores desabitadas que acolhem, ao todo, 47.000 pessoas em uma área de 1.499 km². Na ilha maior - Streymoy - encontra-se a capital, Tórshavn, com 16.000 habitantes (1999). As terras mais próximas são as ilhas mais setentrionais da Escócia (Reino Unido), que ficam a sul-sueste, e a Islândia, situada a noroeste. São autónomos desde 1948, tendo decidido não aderir à União Europeia. Gradualmente têm alcançado maior autonomia e para o futuro tem se descortinado a possibilidade de tornarem-se independentes da Dinamarca. Como divisão administrativa da Dinamarca conta com um Alto Comissário - representante da Rainha da Dinamarca -, com um parlamento unicameral formado por 32 membros (Logting) e com um primeiro-ministro chefe de governo.
independência dos açores
Aqui está o exemplo mais vivo e mais inteligente que vi até agora. Gronelândia e Ilhas Faroé irão num espaço de 8 ou 12 anos tornarem-se independentes da Dinamarca com a benção da rainha da Dinamarca e de todo o povo dinamarquês. É bonito e não é impossível. Foram ilhas que não entraram na União Europeia, logo não precisam de nada nem ninguém para serem independentes. Eu faço a seguinte pergunta: Para quando os Açores e a Madeira? O estado português devia abençoar igualmente os Açores e a Madeira a seguirem o seu caminho como povos irmãos tal como Angola, Brasil, Cabo Verde sem paternalismos ou aconchegos. Chega desta treta de queremos sempre preservar umas ilhas como se fôssemos pais deles. Mesmo um pai tem aos 18 anos de libertar o seu filho. É a lei da vida e eles que começem a ter cada vez mais responsabilidades no custeamento dos seus encargos sem andarem sempre no triste fado de dizerem: não admito perder dinheiro do orçamento de estado ou com as tretas de mais solidariedade que é sinónimo de mais dinheiro. Chantagens de parte a parte é este o nosso triste fado. Gronelândia a caminho da independência A Gronelândia celebrou, recentemente, de forma oficial a entrada em vigor do seu novo Estatuto de Autonomia, no qual se reconhece o direito de auto-determinação e lança as bases para uma futura independência do país. É um grande momento para mim entregar a lei do novo estatuto a si e a todo o povo da Gronelândia, afirmou a rainha Margarida II da Dinamarca dirigindo-se ao presidente do parlamento local. O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen, afirmou ser aquele um dia da responsabilidade porque o povo assume a responsabilidade sobre o seu próprio país e agora será a Gronelândia a decidir como constrói o seu futuro. Esperemos que o dia mais longo do ano, no qual celebramos a entrada em vigor do novo Estatuto, nos dê força com a sua luz, afirmou, por seu lado, o presidente da região, Kuupik Kleist. A cerimónia coincidiu com o dia nacional da Gronelândia e com o 30º aniversário do primeiro estatuto de autonomia, que a par das Ilhas Faroé constituem os territórios ultramarinos do reino dinamarquês. O Estatuto foi aprovado há sete meses por 75 por cento da população em referendo. Faroé e a independência As Ilhas Faroé são uma Região constituinte do Reino da Dinamarca, parte da Europa, localizado no Atlântico Norte entre a Escócia e a Islândia. O arquipélago é formado por 18 ilhas maiores e outras menores desabitadas que acolhem, ao todo, 47.000 pessoas em uma área de 1.499 km². Na ilha maior - Streymoy - encontra-se a capital, Tórshavn, com 16.000 habitantes (1999). As terras mais próximas são as ilhas mais setentrionais da Escócia (Reino Unido), que ficam a sul-sueste, e a Islândia, situada a noroeste. São autónomos desde 1948, tendo decidido não aderir à União Europeia. Gradualmente têm alcançado maior autonomia e para o futuro tem se descortinado a possibilidade de tornarem-se independentes da Dinamarca. Como divisão administrativa da Dinamarca conta com um Alto Comissário - representante da Rainha da Dinamarca -, com um parlamento unicameral formado por 32 membros (Logting) e com um primeiro-ministro chefe de governo.
publicado por independenciadosacores às 16:09
link do post | comentar | adicionar aos favoritos
Adicionar ao SAPO Tags |
Enviar um comentário